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Os melhores e os piores investimentos de março

Dólar e ouro lideram entre as aplicações financeiras no mês, enquanto fundos imobiliários e títulos públicos com prazos longos tiveram as maiores perdas


	Mão segura moedas: Dólar e ouro lideram entre as aplicações financeiras no mês
 (denphumi/Thinkstock)

Mão segura moedas: Dólar e ouro lideram entre as aplicações financeiras no mês (denphumi/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 18h19.

São Paulo - O dólar registrou a maior rentabilidade do balanço de investimentos de março e superou as demais aplicações ao registrar alta de 11,70%. 

A única aplicação que se aproximou do desempenho do dólar foi o ouro, que registrou alta de 10,79% no mesmo período.

Entre as aplicações mais conservadoras, de renda fixa, o Tesouro IPCA + 2015 (NTNB Principal), título público que paga juros mais a variação da inflação e tem vencimento neste ano, foi o mais rentável ao registrar alta de 1,35%, seguido por fundos de renda fixa, que tiveram alta de 1,19% no mês.

Veja, na tabela a seguir, o ranking de rentabilidade das principais aplicações financeiras em março:

Aplicação Desempenho em março Desempenho em 2015
Dólar  11,70% 20,00%
Ouro 10,79% 21,50%
Fundos de Ações Ibovespa Ativo* 3,74% 3,83%
Fundos Multimercado Multiestratégia* 3,29% 6,73%
Fundos Multimercado Macro* 3,06% 7,87%
Fundos de Ações Small Caps* 2,63% -3,72%
Fundos de Ações Livre* 2,48% 2,90%
Fundo de Ações Dividendos* 1,68% 2,42%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 1,42% 3,93%
Tesouro IPCA+ 2015 (NTN-B Princ) 1,35% 4,36%
Fundos de Renda Fixa* 1,19% 2,94%
Fundos referenciados DI* 1,04% 2,65%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 1,00% 2,74%
Selic* 0,99% 2,77%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,97% 2,01%
CDI* 0,94% 2,71%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,89% 2,56%
Tesouro Prefixado 2016 (LTN) 0,77% 2,57%
Poupança antiga* 0,56% 1,10%
Poupança nova* 0,56% 1,10%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 0,27% 2,24%
Ibovespa -0,84% 2,29%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) -1,09% 1,44%
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) -1,63% 0,76%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) -1,86% 0,67%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) -3,10% -1,31%

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa, Economatica e Tesouro Nacional

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

(**) Expectativa de inflação para o mês de março e para o ano de 2015, segundo o Banco Central.

Com exceção dos fundos de investimento imobiliário, que têm cotas negociadas na bolsa de valores e cuja rentabilidade média é calculada pelo índice IFIX, os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao dia 25 de março.

As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 20 de março. Já os dados sobre as poupanças nova e antiga, CDI e ouro são relativos ao dia 30. As rentabilidades do Ibovespa, dólar, IFIX, títulos públicos e da Selic tiveram como base o fechamento do dia 31.

Como a nomenclatura dos títulos públicos, que são vendidos pela plataforma online Tesouro Diretomudou neste mês, a tabela foi atualizada com os novos nomes, mas os títulos acompanhados permanecem praticamente os mesmos (à exceção dos títulos que venceram no úlitmo mês).

Dentre os títulos públicos mostrados na tabela, atualmente estão disponíveis para compra apenas três: o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTNB), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) e o Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal).

Renda Variável

No terceiro mês de 2015, a maior parte dos investimentos em renda variável apresentou rentabilidade superior a de aplicações em renda fixa. Considerados mais arriscados, eles ocuparam as primeiras oito posições do ranking no período.

O dólar e o ouro lideraram o balanço com altas de 11,70% e 10,79%, respectivamente. De acordo com Fausto Gouveia, sócio da gestora de recursos AZ Legan, ambos retratam a busca de investidores por mais segurança diante das incertezas do cenário econômico global. 

"Enquanto a moeda americana é vista como um refúgio por investidores diante da melhora da economia e a probabilidade de alta dos juros nos Estados Unidos, o que eleva a cotação do dólar, o ouro oferece proteção por ser um ativo financeiro com lastro real", diz Gouveia.

Além do cenário internacional, a valorização do dólar ante o real também é pressionada pela instabilidade da política brasileira"Em março tivemos os protestos contra o governo, que não tem maioria no Congresso Nacional e enfrenta dificuldades para aprovar o ajuste fiscal necessário para melhorar a atividade econômica", afirma o sócio da AZ Legan. 

Segundo ele, esses conflitos provocam fuga de recursos do país e desvalorizam a moeda nacional. 

Já o principal índice de ações da bolsa de valores, o Ibovespa, caiu 0,84% em março e só não perdeu para o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX), que teve queda de 1,63% no mês. "Diante das incertezas econômicas que enfrentamos no país, não há espaço para o índice subir mais", diz Gouveia. 

Renda Fixa

Em março, o título público que paga juros mais a variação da inflação com vencimento em 2015, o Tesouro IPCA + 2015 (NTN-B Principal) registrou rentabilidade de 1,35%, a maior entre as aplicações de renda fixa, cuja forma de remuneração é definida no momento do investimento.

Por outro lado, o Tesouro IPCA + 2035 (NTN-B Principal) teve o pior desempenho entre os investimentos de renda fixa: registrou queda de 3,10% no período.

A rentabilidade dos títulos que pagam a variação da inflação mais juros a cada semestre, os chamados Tesouro IPCA + com Juros Semestrais (NTN-B), com vencimentos em 2035 e 2050,  também caíram 1,09% e 1,86% em março, respectivamente.

Os três títulos públicos e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F), que rendeu 0,27% no mês, tiveram desempenho pior do que o da poupança, cujo retorno foi de 0,56% em março.

Segundo Gouveia, da gestora AZ Legan, a alta da inflação perto do teto da meta estipulada pelo governo tem impacto negativo sobre os títulos com prazos mais longos. "O mercado financeiro acaba antecipando que, com os juros e a inflação em níveis altos, pode haver um esforço maior do governo para controlar os juros e inflação no médio prazo". 

Ele afirma que, com a maior incerteza sobre o comportamento futuro da inflação e dos juros, a rentabilidade desses títulos com prazos mais longos e taxas pré-fixadas cai. 

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