Minhas Finanças

Os melhores e os piores investimentos de abril

A bolsa foi mais uma vez o destaque do mês, enquanto a poupança só não perdeu das aplicações que ficaram negativas


	Operadores na Bovespa: desempenho poderia ter sido melhor não fosse a crise na Ucrânia, diz especialista
 (Marcos Issa/Bloomberg)

Operadores na Bovespa: desempenho poderia ter sido melhor não fosse a crise na Ucrânia, diz especialista (Marcos Issa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 18h24.

São Paulo – A bolsa foi mais uma vez a aplicação mais rentável do mês. Em abril os fundos de ações e o Ibovespa tiveram o melhor desempenho do ranking dos investimentos acompanhados por EXAME.com.

Já a caderneta de poupança – tanto a nova quanto a antiga, que atualmente têm a mesma rentabilidade – estão entre as aplicações menos rentáveis. Só não perdem para o ouro e o dólar, piores aplicações de abril, com desempenho negativo.

Veja na tabela a seguir a lista dos melhores e piores investimentos de abril (o descasamento de desempenho dos fundos de ações em relação ao Ibovespa pode ser devido ao descasamento entre as datas de fechamento dessas aplicações):

Aplicação Desempenho em abril Desempenho no ano
Fundos de ações dividendos* 5,31% 0,33%
Fundos de ações livre* 3,83% -2,99%
Fundos de ações Ibovespa Ativo* 3,81% -3,62%
Ibovespa 2,40% 0,23%
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* 1,88% 1,75%
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* 1,34% 2,89%
Fundos de ações Small Caps* 1,34% -7,98%
Fundos de Renda Fixa* 1,20% 3,58%
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 1,12% 3,99%
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) 1,12% -1,72%
NTN-F (vencimento em 01/01/2025)* 1,12% -
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 1,11% 3,98%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 1,06% 3,14%
LTN (vencimento em 01/01/2015)* 0,93% 3,02%
Fundos referenciados DI* 0,91% 3,17%
LFT (vencimento em 07/03/2015)* 0,85% 3,25%
Selic* 0,82% 3,22%
CDI* 0,81% 3,19%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,80% 2,99%
LFT (vencimento em 07/03/2017)* 0,78% 3,17%
LTN (vencimento em 01/01/2018)* 0,76% -
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* 0,74% 3,88%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,70% 3,26%
Fundos Multimercado Multiestratégia* 0,67% 1,34%
Fundos Multimercado Macro* 0,57% 0,97%
Poupança antiga* 0,50% 1,70%
Poupança nova* 0,50% 1,70%
Dólar -1,32% -4,70%
Ouro -1,70% 2,10%

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de abril e para o acumulado em 2014 até abril, segundo o Banco Central.

À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos de investimento da tabela foram fechados no dia 25 de abril.

Os dados sobre o IGP-M e o IPCA também foram fechados no dia 25 de abril. Os dados sobre a poupança nova e antiga, taxa Selic, CDI e ouro foram fechados no dia 29 de abril. E as rentabilidades do Ibovespa, IFIX, dólar e dos títulos públicos (Tesouro Direto) são referentes ao fechamento do dia 30 de abril.


Poupança e renda fixa

A taxa de juros alta – a Selic está em 11% - continua beneficiando os investidores mais conservadores, conferindo uma rentabilidade razoável aos fundos DI, fundos de renda fixa e Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos negociados pelo Tesouro Direto e atrelados à Selic.

Em função disso, esses investimentos ficaram do meio para a parte de cima da tabela. A caderneta de poupança, porém, torna-se desinteressante neste cenário.

Embora a nova poupança tenha sua remuneração atrelada à Selic quando esta taxa é igual ou menor que 8,5% ao ano, acima deste patamar, sua remuneração fica fixa em 0,5% ao mês mais Taxa Referencial, permanecendo achatada em relação a outras aplicações pós-fixadas.

Os títulos do Tesouro atrelados à inflação (NTN-B e NTN-B Principal) e os pré-fixados (LTN e NTN-F) estão revertendo seu movimento de queda tanto na valorização mensal, quanto no acumulado do ano.

Esses títulos costumam se valorizar quando a expectativa é de queda na taxa de juros e de inflação controlada, perdendo valor quando o mercado espera que a Selic suba.

Segundo o administrador de investimentos Fabio Colombo, esse desempenho positivo de abril está ligado a uma maior calmaria no mercado, que já não espera uma alta tão significativa na Selic.

Além disso, as previsões para a inflação – indicador que o governo tenta controlar mexendo na Selic – também pararam de subir, diz Colombo.

Segundo o último Boletim Focus, do Banco Central, documento que reúne as expectativas do mercado, espera-se que 2014 termine com uma inflação de 6,50% e uma Selic de 11,25%, expectativas que vêm se mantendo estáveis há pouco mais de um mês.

Contudo, esses altos e baixos nos títulos pré-fixados e atrelados à inflação só afetam os investidores que os quiserem vender antes do vencimento. Por causa desse risco de mercado, que valoriza e desvaloriza os papéis, é possível até perder parte do principal investido.

Para quem os leva até o vencimento, contudo, a rentabilidade será exatamente aquela acordada no ato da compra, sem qualquer perda. Quem quiser investir sem risco de perder dinheiro ao resgatar os recursos antes do tempo deve preferir as LFTs.

Dentre os títulos mostrados na tabela, ainda estão disponíveis para o investidor apenas: NTN-B Principal (15/05/2035), NTN-B (15/05/2050), LFT (7/03/2017), LTN (01/01/2018) e NTN-F (01/01/2025).

Ações e outros ativos de renda variável

Abril, assim como março, foi novamente um bom mês para a bolsa brasileira, beneficiando, por exemplo, os investidores de fundos de dividendos, de ações livres, de small caps e aqueles que são ativos, mas investem apenas em ações do Ibovespa.

Existe um certo descolamento entre as datas de fechamento para cada investimento mostrado na tabela, o que pode explicar por que alguns fundos de ações tiveram um desempenho tão superior ao do Ibovespa.

Não necessariamente o desempenho médio desses fundos superou a média de mercado. Mas o fechamento das suas rentabilidades na tabela se deu no dia 25 de abril, última data disponível, enquanto o desempenho informado do Ibovespa data de 30 de abril.

Segundo Fabio Colombo, a bolsa brasileira se mostrava muito barata, e também se beneficiou dos recentes dados de pesquisas eleitorais divulgados, que mostram perda de popularidade da presidente Dilma e uma chance de a oposição vencer as próximas eleições presidenciais.

“Antes, as pesquisas mostravam que a eleição de Dilma era quase certa, mas depois começaram a mostrar alguma chance de a oposição vencer. O mercado deseja mudanças na política econômica”, explica Colombo.

Com isso, empresas e setores que costumam sofrer muita intervenção do governo, como o setor elétrico, a Petrobras e a Eletrobrás, se valorizaram, elevando o Ibovespa.

Para Colombo, não fosse a crise na Ucrânia, o desempenho da bolsa brasileira poderia ter sido ainda melhor em abril. “No cenário internacional, as bolsas também vêm tendo um bom desempenho”, diz.

Em relação ao dólar, que teve queda no mês, o administrador de investimentos observa que os juros altos e a bolsa barata estão atraindo investidores estrangeiros, que voltaram a direcionar alguns recursos a países emergentes.

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