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Os melhores e os piores investimentos de abril

Fundos de ações dividendos e small caps têm o melhor resultado do mês e na renda fixa as NTN-Fs, títulos do Tesouro Direto prefixados, se destacaram

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2013 às 00h43.

São Paulo – Em abril, os títulos do Tesouro Direto que pagam uma taxa de juro prefixada, as Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-Fs), com prazo de vencimento em 2017, foram o investimento com melhor resultado entre as aplicações em renda fixa, que são as mais conservadoras. Considerando todas as aplicações, em renda fixa e renda variável, os fundos de ações dividendos (que investem em ações mais defensivas) e small caps (que investem em ações com baixa negociação em Bolsa) tiveram a maior rentabilidade. 

Os resultados mensais ajudam o investidor a balancear sua carteira de aplicações, mas, para tomar uma decisão sobre qual investimento escolher é preciso estudar quais foram os rendimentos das aplicações em um prazo maior e também quais delas são mais indicadas de acordo com o objetivo do investidor. Um investimento que teve ótimos resultados neste mês pode não ter tido um bom desempenho no último ano e também pode não ser a melhor opção para o mês seguinte.

Confira na tabela o ranking de desempenho de cada aplicação, além dos índices de inflação (IPCA e IGP-M), o principal índice da Bolsa (Ibovespa) e as taxas básicas de juros (Selic e CDI). E veja em seguida a análise dos investimentos em renda fixa e em renda variável. 

Aplicação Desempenho no mês de abril Desempenho no acumulado do ano Fechamento em
Fundos de ações dividendos* 2,71% -0,68% 24/04/2013
Fundos de ações Small Caps* 2,71% -3,81% 24/04/2013
Fundos de ações livres 1,87% 0,21% 24/04/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* 1,40% 0,82% 29/04/2013
Fundos de ações Ibovespa Ativo* 1,39% -2,74% 24/04/2013
Fundos Multimercado Multiestratégia* 1,28% 1,23% 24/04/2013
LTN (vencimento em 01/01/2016)* 1,22% 1,08% 29/04/2013
Fundos Multimercado Macro* 1,17% 2,21% 24/04/2013
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,91% 1,63% 24/04/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,64% 1,03% 29/04/2013
Fundos de Renda Fixa* 0,63% 2,11% 24/04/2013
Fundos referenciados DI* 0,59% 2,19% 24/04/2013
NTN-B (vencimento em 15/05/2013)* 0,58% 2,47% 29/04/2013
LFT (vencimento em 07/03/2015) 0,58% 2,26% 29/04/2013
LFT (vencimento em 07/03/2014)* 0,57% 2,24% 29/04/2013
Selic* 0,55% 2,21% 29/04/2013
CDI* 0,54% 2,19% 29/04/2013
Poupança antiga 0,50% 2,01% 29/04/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2014)* 0,49% 1,69% 29/04/2013
LTN (vencimento em 01/01/2014)* 0,48% 1,67% 29/04/2013
IPCA (estimativa do Banco Central) 0,45% 5,71% 26/04/2013
Poupança nova* 0,41% 1,66% 29/04/2013
IGP-M (estimativa do Banco Central) 0,26% 4,92% 26/04/2013
Dólar comercial -0,69% -2,13% 29/04/2013
Ibovespa -0,78% -8,3% 30/04/2013
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) -1,82% -2,65% 29/04/2013
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -2,01% -5,99% 29/04/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -4,17% -4,68% 29/04/2013
Ouro BM&F -9,18% -14,16% 29/04/2013

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento


Renda fixa

Entre as aplicações de renda fixa – que são mais conservadoras e têm sua forma de remuneração pré-definida – a poupança deixou a desejar mais uma vez e o Tesouro Direto e os fundos de renda fixa se mostraram opções de investimento mais rentáveis. 

As NTN-Fs com vencimento em 2017 e as Letras do Tesouro Nacional (LTN) com vencimento em 2016 tiveram os melhores resultados no mês dentro da renda fixa. Ambas são títulos do Tesouro Direto que pagam ao investidor uma taxa de juro prefixada. 

Segundo o educador financeiro André Massaro, a alta desses títulos ocorreu por uma questão de ajuste dos preços a um patamar mais justo. “As LTNs e NTN-Fs apanharam demais em janeiro por causa de toda a especulação em relação à alta da taxa de juros para depois acontecer apenas um pequeno aumento da Selic. Houve uma reação exagerada em relação à elevação dos juros e por isso agora há um movimento de normalização dos preços”, explica.

Os títulos prefixados se valorizam e desvalorizam muito por influência do comportamento dos outros títulos do Tesouro. Como o rendimento das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) é atrelado à taxa Selic, quando a taxa básica de juros sofre uma elevação, os investidores passam a olhar com bons olhos as LFTs, em detrimento das NTN-Fs e LTNs. 

Segundo a explicação de Massaro, apesar de a queda das NTN-Fs e LTNs no início do ano ser justificada diante da possibilidade de aumento da Selic, a desvalorização foi exagerada, visto que o aumento da taxa de juros foi de apenas 0,25 ponto percentual, o que não as deixa tão desvantajosas como se especulava. 

As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs) Principal, com vencimento em 2015, também tiveram um bom desempenho no mês. Esses títulos do governo remuneram o investidor com uma taxa prefixada mais a variação da inflação medida pelo IPCA. 

Segundo Massaro, as NTN-Bs também podem ter se beneficiado por um movimento de reajuste de preço após uma reação exagerada do mercado no início do ano. Esses títulos tiveram uma queda no começo do ano relacionada às perspectivas de aumento da taxa de juros, uma vez que com os juros em alta, a inflação tende a ser menor, o que prejudica a remuneração das NTN-Bs.

Em seguida, dentre os investimentos de renda fixa com melhor resultado em abril, aparecem os fundos de renda fixa e os fundos referenciados DI. Ambos investem em aplicações de renda fixa, mas os fundos DI privilegiam papéis atrelados ao CDI (taxa de juros semelhante à Selic). 

Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos, explica que esses fundos tiveram uma alta procura em abril porque seu portfólio concentra muitos ativos pós-fixados - atrelados à Selic -, que se beneficiam com o movimento de alta de juros, como as LFTs. “O estoque total do Tesouro tinha muito mais NTN-Bs do que LFTs, então os investidores buscaram esses papéis por meio dos investimentos nos fundos”, diz.

Os títulos do Tesouro Direto mostrados na tabela que estão disponíveis para compra atualmente são as NTN-B Principal com vencimento em 2035 e as NTN-B com vencimento em 2050 e as LTN com vencimento em 2016.


Renda variável

A Bolsa brasileira fechou o mês em queda. O seu principal índice de referência, o Ibovespa, teve uma queda de 0,78% no mês e acumula desvalorização de 8,3% no ano. “Os problemas domésticos, de baixo crescimento, aumento das pressões inflacionárias e queda da balança comercial continuam afetando muito negativamente as perspectivas de nossa economia”, comenta o administrador de investimentos Fabio Colombo. 

No topo do balanço de investimentos do mês ficaram duas aplicações de renda variável (que não têm uma forma de remuneração pré-definida): os fundos de ações dividendos e os fundos de ações small caps. 

Os fundos de dividendos investem em ações boas pagadoras de dividendos (lucros das companhias que são repassados aos acionistas). São ações de empresas líderes de mercado ou que atuam em segmentos com demanda estável e que, por essas características, não sofrem tanto com as oscilações do cenário macroeconômico. Além disso, a baixa necessidade de reinvestimento no negócio que essas companhias costumam ter as leva a passar boa parte de seus lucros aos acionistas.

E os fundos de small caps, por sua vez, investem nas chamadas ações small caps, que são os papéis de empresas com menor valor de mercado e que possuem baixo volume de negociação na Bolsa.

Bittencourt explica que, com o Ibovespa em queda, esses fundos que concentram ações que não fazem parte da composição do índice tendem a atrair mais investidores, o que resulta em uma valorização. “O Ibovespa é muito refém das grandes participantes, como a Petrobras e as siderúrgicas. Em um cenário como esse, em que essas empresas não tem trazido bons resultados, uma tática que dá muito mais resultado para o investidor é deixar de lado os investimentos atrelados ao Ibovespa e olhar para esses fundos de ações que não estão atrelados ao índice”, diz. 

Os fundos de ações livres também aparecem entre as melhores posições do ranking. Segundo Paulo Bittencourt, assim como os fundos de dividendos e small caps, eles se beneficiaram do fato de sua estratégia de investimento permitir que se invista em ações que estão fora do Ibovespa. 

Apesar do desempenho ruim do Ibovespa, os fundos de ações Ibovespa ativo aparecem bem posicionados na tabela porque houve um movimento de recuperação da Bolsa em meados do mês, amparado em ganhos obtidos pelos mercados internacionais. Como a rentabilidade dos fundos apresentada é referente ao período de 30 dias encerrados no dia 24 de abril, o resultado não incorpora as quedas do Ibovespa no final do mês. 

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