Na Caixa. quem tem renda familiar mensal de R$ 9 mil consegue financiar um imóvel de R$ 400 mil (Germano Lüders/Exame Hoje)
Marília Almeida
Publicado em 4 de setembro de 2020 às 05h00.
Última atualização em 5 de setembro de 2020 às 16h09.
A queda da taxa de juros no crédito imobiliário diminui o valor das prestações e permite que o financiamento de imóveis mais caros passe a caber no orçamento de uma família que manteve a mesma renda, já que os bancos não permitem que as parcelas superem 30% da renda do tomador do crédito.
Em tempos de juros na mínima histórica e após cortes de taxas de crédito imobiliário anunciados por bancos, como o Santander, pesquisa da MelhorTaxa, realizada a pedido da EXAME, mostra quanto o brasileiro precisa ter hoje para financiar um imóvel de R$ 400 mil, R$ 500 mil, R$ 750 mil e R$ 1 milhão nos principais bancos do país.
De acordo com o estudo, quem tem entre 30 e 45 anos e uma renda familiar mensal a partir de 11,3 mil reais consegue atualmente obter crédito para comprar um imóvel de 500 mil reais. Já o mutuário precisa ter uma renda familiar a partir de 16,9 mil reais para financiar um imóvel de R$ 750 mil, e de R$ 22,6 mil para financiar um imóvel de R$ 1 milhão.
A pesquisa foi feita com base nas condições de financiamentos das linhas que utilizam recursos da poupançados cinco principais bancos: Caixa, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander.
A Caixa não reduziu recentemente os juros, mas além de oferecer geralmente o financiamento mais barato passou a financiar este ano a compra de lotes, está dando carência de seis meses para pagamento da primeira parcela na pandemia e também está financiando custos com cartório e impostos.
Veja na tabela a renda necessária para financiar um imóvel de R$ 400 mil, R$ 500 mil, R$ 750 mil e R$ 1 milhão nos cinco maiores bancos do país.
Banco | Idade | Juros Efetivo Ano | CET(Custo Efetivo Total Ano) | Primeira Parcela | Renda Necessária |
BB | 20 anos | 8.10% | 8.66% | R$ 3,067.84 | R$ 10,226.12 |
Bradesco | 20 anos | 6.95% | 7.66% | R$ 2,787.96 | R$ 9,293.20 |
Caixa | 20 anos | 6.75% | 7.30% | R$ 2,728.49 | R$ 9,094.97 |
Itaú | 20 anos | 7.00% | 7.45% | R$ 2,778.19 | R$ 9,260.64 |
Santander | 20 anos | 6.99% | 7.60% | R$ 2,794.96 | R$ 9,316.53 |
BB | 30 anos | 8.10% | 8.79% | R$ 3,069.75 | R$ 10,232.50 |
BRADESCO | 30 anos | 6.95% | 7.79% | R$ 2,803.32 | R$ 9,344.40 |
Caixa | 30 anos | 6.75% | 7.45% | R$ 2,730.41 | R$ 9,101.37 |
Itaú | 30 anos | 7.00% | 7.63% | R$ 2,778.19 | R$ 9,260.64 |
Santander | 30 anos | 6.99% | 7.60% | R$ 2,794.96 | R$ 9,316.53 |
BB | 45 anos | 8.10% | 9.68% | R$ 3,132.62 | R$ 10,442.05 |
BRADESCO | 45 anos | 6.95% | 8.60% | R$ 2,904.44 | R$ 9,681.47 |
Caixa | 45 anos | 6.75% | 8.30% | R$ 2,793.45 | R$ 9,311.50 |
Itaú | 45 anos | 7.00% | 8.60% | R$ 2,880.02 | R$ 9,600.05 |
Santander | 45 anos | 6.99% | 7.90% | R$ 2,868.35 | R$ 9,561.18 |
Banco | Idade | Juros Efetivo Ano | CET(Custo Efetivo Total Ano) | Primeira Parcela | Renda Necessária |
BB | 20 anos | 8.10% | 8.62% | R$ 3,828.54 | R$ 12,761.82 |
Bradesco | 20 anos | 6.95% | 7.60% | R$ 3,478.70 | R$ 11,595.67 |
Caixa | 20 anos | 6.75% | 7.27% | R$ 3,404.36 | R$ 11,347.88 |
Itaú | 20 anos | 7.00% | 7.42% | R$ 3,466.49 | R$ 11,554.96 |
Santander | 20 anos | 6.99% | 7.55% | R$ 3,487.45 | R$ 11,624.82 |
BB | 30 anos | 8.10% | 8.75% | R$ 3,830.94 | R$ 12,769.79 |
Bradesco | 30 anos | 6.95% | 7.74% | R$ 3,497.90 | R$ 11,659.67 |
Caixa | 30 anos | 6.75% | 7.41% | R$ 3,406.76 | R$ 11,355.88 |
Itaú | 30 anos | 7.00% | 7.60% | R$ 3,466.49 | R$ 11,554.96 |
Santander | 30 anos | 6.99% | 7.55% | R$ 3,487.45 | R$ 11,624.82 |
BB | 45 anos | 8.10% | 9.65% | R$ 3,909.52 | R$ 13,031.73 |
Bradesco | 45 anos | 6.95% | 8.54% | R$ 3,624.30 | R$ 12,081.01 |
Caixa | 45 anos | 6.75% | 8.27% | R$ 3,485.56 | R$ 11,618.54 |
Itaú | 45 anos | 7.00% | 8.57% | R$ 3,593.77 | R$ 11,979.23 |
Santander | 45 anos | 6.99% | 7.84% | R$ 3,579.19 | R$ 11,930.64 |
Banco | Idade | Juros Efetivo Ano | CET (Custo Efetivo Total Ano) | Primeira Parcela | Renda Necessária |
BB | 20 anos | 8.10% | 8.57% | R$ 5,730.32 | R$ 19,101.06 |
Bradesco | 20 anos | 6.95% | 7.53% | R$ 5,205.55 | R$ 17,351.84 |
Caixa | 20 anos | 6.75% | 7.22% | R$ 5,094.04 | R$ 16,980.15 |
Itaú | 20 anos | 7.00% | 7.38% | R$ 5,187.23 | R$ 17,290.78 |
Santander | 20 anos | 6.99% | 7.47% | R$ 5,218.67 | R$ 17,395.57 |
BB | 30 anos | 8.10% | 8.70% | R$ 5,733.91 | R$ 19,113.02 |
Bradesco | 30 anos | 6.95% | 7.66% | R$ 5,234.35 | R$ 17,447.84 |
Caixa | 30 anos | 6.75% | 7.36% | R$ 5,097.64 | R$ 16,992.15 |
Itaú | 30 anos | 7.00% | 7.56% | R$ 5,187.23 | R$ 17,290.78 |
Santander | 30 anos | 6.99% | 7.47% | R$ 5,218.67 | R$ 17,395.57 |
BB | 45 anos | 8.10% | 9.60% | R$ 5,851.78 | R$ 19,505.93 |
Bradesco | 45 anos | 6.95% | 8.47% | R$ 5,423.95 | R$ 18,079.84 |
Caixa | 45 anos | 6.75% | 8.22% | R$ 5,215.84 | R$ 17,386.15 |
Itaú | 45 anos | 7.00% | 8.53% | R$ 5,378.15 | R$ 17,927.18 |
Santander | 45 anos | 6.99% | 7.77% | R$ 5,356.29 | R$ 17,854.29 |
Banco | Idade | Juros Efetivo Ano | CET (Custo Efetivo Total Ano) | Primeira Parcela | Renda Necessária |
BB | 20 anos | 8.10% | 8.55% | R$ 7,632.09 | R$ 25,440.30 |
Bradesco | 20 anos | 6.95% | 7.49% | R$ 6,932.40 | R$ 23,108.01 |
Caixa | 20 anos | 6.75% | 7.19% | R$ 6,783.73 | R$ 22,612.42 |
Itaú | 20 anos | 7.00% | 7.36% | R$ 6,907.98 | R$ 23,026.60 |
Santander | 20 anos | 6.99% | 7.43% | R$ 6,949.89 | R$ 23,166.32 |
BB | 30 anos | 8.10% | 8.68% | R$ 7,636.88 | R$ 25,456.26 |
Bradesco | 30 anos | 6.95% | 7.63% | R$ 6,970.80 | R$ 23,236.01 |
Caixa | 30 anos | 6.75% | 7.34% | R$ 6,788.53 | R$ 22,628.42 |
Itaú | 30 anos | 7.00% | 7.54% | R$ 6,907.98 | R$ 23,026.60 |
Santander | 30 anos | 6.99% | 7.43% | R$ 6,949.89 | R$ 23,166.32 |
BB | 45 anos | 8.10% | 9.58% | R$ 7,794.04 | R$ 25,980.13 |
Bradesco | 45 anos | 6.95% | 8.43% | R$ 7,223.60 | R$ 24,078.68 |
Caixa | 45 anos | 6.75% | 8.20% | R$ 6,946.13 | R$ 23,153.76 |
Itaú | 45 anos | 7.00% | 8.51% | R$ 7,162.54 | R$ 23,875.13 |
Santander | 45 anos | 6.99% | 7.73% | R$ 7,133.38 | R$ 23,777.95 |
A pesquisa considerou a renda familiar bruta porque esse é o parâmetro utilizado pela maioria dos bancos para liberação do financiamento. Uma família composta por duas pessoas, por exemplo, que ganhe 5 mil reais por mês cada, tem uma renda familiar de 10 mil reais caso ambas participem do financiamento.
Atualmente, a taxa média de juros cobrada nas cinco instituições financeiras varia de 6,75% a 8,10% ao ano. A Caixa cobra a taxa mais baixa, enquanto o Banco do Brasil cobra os maiores juros. O estudo levou em conta as taxas dos valores dos contratos efetivados através da plataforma.
Mas a taxa de juros é só um primeiro indicador que o consumidor deve olhar ao buscar financiar um imóvel. O mais importante é comparar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento entre os bancos. Isso porque pode ser que o banco ofereça uma taxa de juros menor, mas no final das contas, considerando o preço do seguro e outras despesas do financiamento, o crédito pode ficar mais caro.
O levantamento considera o financiamento de imóveis usados pelo sistema de amortização SAC, no qual os valores das parcelas da dívida são decrescentes. O valor de entrada necessário simulado foi de 20%. Foi utilizado ainda um prazo de financiamento de 30 anos.
A simulação incluiu os custos dos seguros obrigatórios – Morte e Invalidez Permanente (MIP) e Danos Físicos ao Imóvel (DFI). Quanto maior a idade do mutuário, maior o custo dessas proteções.
O levantamento é apenas um indicador, já que os bancos podem emprestar uma quantia menor ou até negar a concessão do crédito para a compra do imóvel caso a família seja composta por trabalhadores informais ou alguns dos membros da família esteja inadimplente, já que o risco do empréstimo fica maior.
É importante ressaltar que esse é o valor mínimo que cada faixa de renda pode financiar, já que considera que o mutuário dê apenas 30% do valor do imóvel como entrada do financiamento. Quem pode dar como entrada um valor maior conseguirá, proporcionalmente, financiar um imóvel mais caro.
Quem busca boas oportunidades de compra deve oferecer o maior valor de entrada possível para diminuir o custo do financiamento. Quanto mais alto o valor, mais baixos serão os juros pagos pelo comprador.
Não é indicado utilizar todo o valor poupado para a compra do imóvel. O comprador deve ter uma reserva financeira para situações imprevistas, como uma eventual perda do emprego, que pode comprometer o pagamento da dívida.