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1. Paraísos em conta
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1/11 (Vlad Volkov/Creative Commons)
São Paulo - Pensando nos aposentados mais aventureiros que se imaginam descansando em um paraíso tropical ou uma charmosa cidade europeia, a Associação Americana de Aposentados (AARP, na sigla em inglês)
publicou em seu site uma lista com as 10 localidades com melhor custo-benefício para os americanos viverem depois da aposentadoria. Fora dos Estados Unidos, é claro. A América Latina e regiões menos badaladas de países europeus despontam como destinos divertidos, tranquilos e em conta, com bons sistemas de saúde e clima ameno. Ideal para quem quer sossego. A AARP lembra ainda que antes de se mudar de mala e cuia para outro país, o aposentado deve visitá-lo algumas vezes, alugar um apartamento antes de comprar um imóvel, pesquisar sobre o destino e considerar se está disposto a ficar longe da família. Também é bom pensar que aprender uma nova língua pode ser essencial para ter uma boa experiência. E nunca esquecer que choques culturais são a norma. Veja a seguir o que cada um desses lugares tem a oferecer aos aposentados estrangeiros que desejam adotar uma nova pátria.
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2. Capital da Argentina une útil ao agradável
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2/11 (Tiago Luiz/Creative Commons/Creative Commons)
Apesar da inflação galopante - em torno de 25% em 2010, segundo consultorias privadas - e da burocracia, a AARP considerou a Argentina um dos países com melhor custo-benefício para se passar a aposentadoria. O país dos “hermanos” teria ficado atrativo desde a desvalorização do peso em 2002, o que faz com que uma renda de 2.000 dólares mensais (nem 3.500 reais) seja suficiente para manter um bom padrão de vida. Embora cidades como Mendoza e Bariloche tenham menor custo de vida, o destaque da lista ficou para Buenos Aires, com sua vida cultural intensa, população cosmopolita e bairros acolhedores para expatriados, como Belgrano, Palermo, Puerto Madero, San Telmo e Retiro. Os aluguéis na capital podem ficar entre 500 e 2.000 dólares por mês. Para compra, os preços dos imóveis variam bastante, mas é possível encontrar casas à venda a partir de 120.000 dólares. Um jantar para dois sai por 30 dólares - uns 50 reais - mesmo acompanhado de um bom vinho local. Outros pontos altos de Buenos Aires são o clima ameno e o tratamento de saúde de alto padrão, inclusive o de emergência. Expatriados normalmente contratam um plano de saúde internacional, que costuma ser suficiente e em conta.
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3. Belize tenta atrair estrangeiros
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3/11 (Ondrej Zvácek/Wikimedia Commons)
O paraíso tropical espremido entre a Guatemala e o Mar do Caribe oferece baixo custo de vida e um programa de incentivos para atrair aposentados de fora do país. Em Belize, o morador encontra de florestas tropicais a ruínas maias, de recifes de corais para a prática de mergulho em águas cristalinas a cassinos. E infelizmente também furacões. Os expatriados se concentram na ilha de Ambergris Caye, com moradias e restaurantes de alto padrão, e no bem mais em conta distrito continental de Corozal, próximo à fronteira com o México. Estrangeiros com mais de 45 anos e um ganho mensal de pelo menos 2.000 dólares podem se inscrever no programa Qualified Retired Persons. Os “aposentados qualificados” ficam isentos de taxas de importação para todos os seus bens, inclusive veículos, e de impostos sobre os ganhos com pensões e investimentos vindos do exterior. Também é possível abrir seu próprio negócio em Belize, embora seja proibido, aos estrangeiros, trabalhar como empregado. Em Corozal é possível viver confortavelmente com 1.500 dólares por mês, algo como 2.500 reais. Aluguéis custam a partir de 250 dólares e os preços dos imóveis variam de 75.000 a 300.000 dólares, dependendo da proximidade com o mar. O atendimento de saúde é bom, mas básico em Corozal. Problemas mais sérios devem ser tratados na capital, a duas horas de carro dali, ou no México.
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4. Costa Rica não é barata como antes
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4/11 (Wikimedia Commons)
A Costa Rica já não é tão barata e cheia de benefícios para aposentados quanto costumava ser, mas ainda é um país atraente para quem quer passar a aposentadoria no exterior. O país caribenho é um destino tradicional para os aposentados americanos, que vão atrás do clima tropical, da natureza exuberante e do sistema de saúde, famoso pela excelência tanto no setor privado quanto público. Embora muitos expatriados gostem da região de Guanacaste, a maioria prefere o Vale Central - a região de San José - que combina a exuberância natural com as facilidades da vida urbana. O aluguel varia de 500 a 1000 dólares, dependendo da região, e é possível encontrar imóveis por 100.000 dólares. Uma vida confortável custa por volta de 2.000 dólares por mês (menos de 3.500 reais), e manter um empregado doméstico custa pouco, de 2 a 3 dólares a hora. Jantar para dois também sai a um custo de 30 dólares, algo como 50 reais.
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5. França: melhor saúde do mundo
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5/11 (Jonas Lange/Wikimedia Commons)
Morar na França evidentemente não é barato, mas pode ter um custo-benefício bastante interessante para aposentados que escolham viver fora das regiões badaladas de Paris, Riviera e Provence. O site da AARP indica a região de Languedoc-Roussillon, no sudoeste do país, a três horas de trem de Paris. Languedoc inclui as cidades de Nîmes, Montpellier e a estilosa Parpignon, além de ser repleta de cidades e castelos medievais, ruínas romanas e colinas pedregosas, às margens do Mar Mediterrâneo. O custo de vida é bem mais alto que nos outros países dessa lista. Segundo a publicação americana, uma vida “frugal, mas confortável” custa cerca de 2.500 dólares por mês, algo em torno de 4.000 reais. O aluguel de um apartamento modesto em Montpellier não sai por menos de 1.200 dólares por mês, e um imóvel para compra custa a partir de 250.000 dólares. Comer fora também tem preços salgados. Um jantar para dois sai, em média, por 60 dólares, em torno de 100 reais. O atendimento de saúde na França, por outro lado, foi considerado o melhor do mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS), combinando qualidade e preços radicalmente baixos.
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6. Na Itália, alternativas à cara Toscana
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6/11 (Francesco Gasparetti/Wikimedia Commons)
Para morar na Itália com um custo de vida menos proibitivo que o de cidades como Roma, Veneza ou da região da Toscana, o site da AARP indica a região de Le Marche, às margens do Mar Adriático, e seus vinhedos, praias e montanhas de picos nevados. Le Marche não é das regiões mais ricas em termos de arte e cultura, em comparação a cidades como Roma e Florença. Mas na cidade murada de Urbino é possível encontrar algumas das construções renascentistas mais impressionantes do país. O sistema de saúde é geralmente bom, e os melhores hospitais da região se localizam na capital Ancona. É possível viver em Le Marche com uma renda a partir de 1.700 dólares por mês, pouco mais de 2.500 reais, mas expatriados que lá moram consideram mais “realistas” valores um pouco mais altos. Aluguéis em cidades rurais custam a partir de 600 dólares por mês, mas o mínimo nas cidades costeiras é de 1.500 dólares, bem mais salgado. Os imóveis para compra podem custar 150.000 dólares, mas chegam a nada menos que 300.000 dólares nas cidades costeiras.
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7. México é o principal destino dos americanos
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7/11 (Creative Commons)
O México, por motivos geográficos, é o destino número um dos aposentados americanos que buscam um custo de vida menor em um local de clima agradável. A lista da AARP destaca a região de Puerto Villarta, localizada na costa pacífica, no estado de Nayarit, embora haja colônias de expatriados em outras regiões, até mais baratas. A escolha da publicação americana se explica pela vida urbana de primeira classe, cidades charmosas, destinos turísticos populares e baixa criminalidade. Os hospitais em Puerto Villarta são bons, as clínicas são abundantes, mas há unidades de saúde ainda melhores em cidades um maiores do entorno. Quase metade dos americanos que vivem na costa pacífica do México dizem viver confortavelmente com menos de 1.000 dólares por mês (menos de 2.000 reais). Mas na região de Puerto Villarta, 2.000 dólares por mês é um valor mais realista. Os aluguéis custam a partir de 800 dólares por mês, mas os preços dos imóveis para compra não são tão baratos, girando em torno de 200.000 dólares. Porém, ainda é possível achar barganhas de 90.000 dólares. Casas de três quartos em frente à praia custam a partir de 300.000 dólares. Um jantar para dois sai por 30 dólares, cerca de 50 reais.
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8. Nicarágua tem padrão de vida mais baixo
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8/11 (foto/Wikimedia Commons)
Para quem busca clima tropical, paisagens paradisíacas e uma vida tranquila, a Nicarágua pode ser uma boa pedida. Embora pobre e com governo corrupto, o país oferece um custo de vida realmente baixo, sendo necessária uma renda de apenas 1.500 dólares por mês, cerca de 2.500 reais, para levar uma vida confortável. Os amantes de praia e sol podem optar pela popular San Juan del Sur, na costa pacífica, mas imóveis em conta podem ser encontrados na histórica Granada, charmosa cidade colonial às margens do Lago Nicarágua. É possível encontrar imóveis para compra por 100.000 dólares e aluguéis a partir de 500 dólares por mês. Já uma casa colonial espaçosa vai certamente custar mais de 200.000 dólares. O jantar para dois também fica em torno de 30 dólares, cerca de 50 reais. O sistema de saúde não é um dos destaques da Nicarágua, pois o bom atendimento é básico. O Hospital Metropolitano Vivian Pellas, nos arredores da capital Manágua, é a unidade de excelência do país.
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9. Panamá também oferece benefícios
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9/11 (Ken Mayer/Creative Commons)
Assim como Belize, o Panamá é um país que se preocupa em atrair estrangeiros aposentados por meio de um programa de incentivos, tendo se tornado um paraíso para os americanos. Quem é de fora tem o direito de importar todos os seus bens do país de origem até o valor de 10.000 dólares com isenção de taxas, isenção de imposto para importar um carro a cada dois anos, recebimento de um visto de residência para todos que comprarem uma casa de mais de 200.000 dólares e isenção de impostos de propriedade para quem possui apenas um imóvel. Isso tudo fora a gama de descontos para aposentados em produtos e serviços como financiamentos imobiliários, passagens de avião, restaurantes, cinema, shows, exames médicos e consultas ao dentista. A lista da AARP indica a região montanhosa da província de Chiriquí como sendo a melhor para os aposentados estrangeiros, de clima ameno e repleta de flores e florestas tropicais. Com cerca de 1.700 dólares por mês, menos de 3.000 reais, é possível viver confortavelmente. O aluguel de uma casa de dois quartos sai por 600 dólares ao mês, mas uma casa pequena para compra custa, pelo menos 175.000 dólares. O sistema de saúde é bom, mas problemas mais sérios devem ser tratados em David, a capital da província, ou na Cidade do Panamá, a capital. O Hospital Punta Pacifica, por exemplo, segue padrões norte-americanos de atendimento.
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10. Portugal tem baixo custo para a região
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10/11 (Thomas/Wikimedia Commons)
Sem a barreira da língua para os brasileiros, Portugal surge como outro destino interessante para estrangeiros, com custos reduzidos frente a outros países da Europa Ocidental, clima ameno e riqueza histórica e cultural. As cidades preferidas pelos aposentados expatriados são Estoril e Cascais, na costa do Oceano Atlântico, a 24 quilômetros de Lisboa. Apesar de caras para os padrões portugueses, ambas as cidades vêm assistindo a uma queda de preços. Cascais conta com transporte público eficiente, táxis em conta e abundância de serviços e entretenimento. Uma vida confortável na região custa em torno de 2.000 dólares por mês, menos de 3.500 reais, embora seja possível viver modestamente com um pouco menos que isso. Uma casa confortável custa em torno de 250.000 dólares, nada barato. O aluguel, por outro lado, custa a partir de 1.000 dólares, um valor razoável. O sistema de saúde é bom, contando com o renomado Hospital Britânico em Lisboa.
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11. Na Espanha, imóveis se tornaram mais atrativos
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11/11 (Andy Cardiff/Creative Commons)
Depois da crise imobiliária que atingiu a Espanha em cheio, a compra de um imóvel no país ibérico tornou-se uma ideia atrativa mesmo para estrangeiros, especialmente aqueles que querem se instalar por lá. A lista da AARP recomenda para os aposentados expatriados as cidades que ficam ao longo da Costa del Sol, nome dado aos 240 quilômetros de litoral mediterrâneo na região da Andaluzia. Apesar do turismo intenso, em especial em cidades como Málaga e Marbella, a Costa del Sol abriga também cidades tranquilas e praias pouco exploradas, sob um céu azul e um sol intenso. Alguns americanos que vivem na região alegam ser mais barato morar por ali do que nos Estados Unidos. Não há impostos sobre as vendas e a taxação sobre propriedades é bastante baixa se comparada ao país norte-americano. Com cerca de 2.000 dólares por mês (menos de 3.500 reais) é possível viver confortavelmente. Os aluguéis podem custar em média 700 ou 2.000 dólares, dependendo da localização, e casas de alto padrão de dois quartos custam a partir de 200.000 dólares. O sistema de saúde é bom e os planos de saúde costumam sair em conta.