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Onde investir seu dinheiro antes dos 30 anos

Pare de achar que vai ser mais fácil investir no futuro, com dinheiro sobrando e carreira estável. Tome fôlego para começar agora, com as dicas a seguir

Investimentos pessoais: Criar objetivos e datas para realizá-los ajuda a ter motivação para começar (maurusone/Thinkstock)

Investimentos pessoais: Criar objetivos e datas para realizá-los ajuda a ter motivação para começar (maurusone/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 24 de julho de 2017 às 05h00.

Última atualização em 24 de julho de 2017 às 09h46.

São Paulo - Acha que investir é coisa de gente mais velha, com muito dinheiro sobrando? Não é nada disso. A tentação de gastar tudo é grande, mas guardar uma parte, mesmo que bem pequena, pode ser essencial para viajar, sair da casa dos pais ou comprar um carro.

Uma pesquisa do banco digital Neon mostrou que 72% dos millennials, que têm entre 16 e 36 anos, não investem. Mais da metade justifica que não sobra dinheiro. Entre os que conseguem guardar, 58% optam pela poupança em vez de outros investimentos mais rentáveis.

“É um mito achar que vai ser mais fácil investir no futuro, com mais dinheiro. O hábito de poupar e investir começa desde cedo”, diz a professora da graduação em Economia do Insper Juliana Inhasz.

Criar objetivos e datas para realizá-los ajuda a ter motivação para começar. Outro passo importante é fazer um orçamento pessoal, com a ajuda de uma planilha, que detalhe todos os gastos e ganhos. Só assim você saberá como fazer sobrar algum dinheiro para investir todo mês. Veja como fazer um orçamento pela primeira vez e quais planilhas podem ajudar nessa tarefa.

“Em geral, qualquer um é capaz de reduzir 30% dos seus gastos. Mais importante do que investir é se educar financeiramente para reduzir os custos de vida”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Dsop Educação Financeira e da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Feito o orçamento, como escolher o melhor investimento? Apesar de ser a aplicação mais popular, a poupança oferece retorno inferior a outros investimentos tão simples quanto ela.

“Quando a pessoa ainda não entende muito de finanças, é melhor escolher investimentos de baixo risco, mesmo com retornos menores”, orienta o educador Paulo Azevedo, professor de estratégia financeira do Ibmec de São Paulo.

Mesmo entre os investimentos de baixo risco, no entanto, há diferenças de rentabilidade consideráveis, por conta das taxas cobradas e dos retornos oferecidos.

Só invista em produtos financeiros que você conhece e não aceite a primeira proposta do gerente do banco sem pesquisar outras alternativas em bancos médios e corretoras independentes. O buscador de investimentos Yubb e o app Renda Fixa podem ajudar nessa tarefa.

A seguir, EXAME.com sugere três investimentos de baixo risco para quem está começando, que podem render mais que a poupança:

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um dos títulos públicos à venda no site Tesouro Direto. Ao investir em títulos públicos, você empresta dinheiro ao governo e é remunerado por isso. Por esse motivo, o risco de levar calote é baixíssimo.

Como o nome diz, o Tesouro Selic paga uma taxa fixa mais a variação da Selic, a taxa de juros referência na economia, durante o período do investimento. Por isso, outra vantagem dessa aplicação é a garantia de que seu rendimento sempre vai acompanhar a Selic, atualmente em 10,25% ao ano.

Para comprar o título, basta abrir uma conta em bancos ou corretoras habilitadas a negociar títulos públicos e realizar a compra pela plataforma Tesouro Direto. Prefira as instituições que não cobram taxa de administração do investidor, listadas no site. A aplicação mínima inicial é de 30 reais.

O investimento em títulos públicos sofre tributação de Imposto de Renda sobre o valor resgatado, que varia conforme o período da aplicação. Em até seis meses, o IR é o maior possível, de 22,5%. A partir de dois anos, é o menor possível, de 15%.

Por isso, é mais vantajoso deixar o dinheiro render por prazos maiores, mas nada impede que você resgate o investimento a qualquer momento. Veja o passo a passo para investir no Tesouro Direto.

CDB

Nessa aplicação, o investidor empresta dinheiro ao banco e é remunerado por isso. Se o banco quebrar, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) reembolsa os eventuais prejuízos até 250 mil reais. Assim, sua segurança é a mesma que a da poupança, mas sua rentabilidade é maior.

O CDB paga um percentual da variação da taxa DI, também chamada de CDI, muito próxima da Selic. É possível encontrar CDBs no mercado que pagam 100% ou mais do CDI, mas provavelmente o valor investido terá que ser maior para isso.

Para quem tem pouco dinheiro no início, a professora do Insper Juliana Inhasz recomenda investir em CDBs que paguem a partir de 90% do CDI. Os CDBs mais rentáveis costumam ser encontrados em bancos médios.

Como os títulos públicos, os CDBs também sofrem tributação de Imposto de Renda e o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento, mas quanto maior o prazo de investimento, maior o retorno. Veja os 10 bancos que oferecem CDBs com as maiores rentabilidades.

Fundo de renda fixa

Nesse investimento, você entrega seu dinheiro a um gestor, que vai aplicar em investimentos de renda fixa, como títulos públicos e CDBs, por você. Para isso, a gestora cobra uma taxa de administração, que pode chegar a 2% ao ano. Por isso, esses fundos podem ser menos rentáveis que os CDBs e o Tesouro Selic.

A professora do Insper Juliana Inhasz recomenda investir em fundos de renda fixa que cobrem, no máximo, 1% de taxa de administração. Para checar se o fundo vale a pena, verifique a sua rentabilidade líquida de taxa de administração e veja se o seu rendimento tem sido suficiente para superar a variação da taxa Selic.

Com 100 reais, é possível investir nesse tipo de fundo. Ele permite que o investidor saque os recursos a qualquer momento, mas também sofre desconto de Imposto de Renda.

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