Dúvida do internauta: Onde investir 20 mil reais durante um ano?
Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*:
As alternativas de investimento mais indicadas em um horizonte de curto prazo são as de baixo risco, do segmento de renda fixa.
Não recomendamos investimentos em renda variável, como ações, ouro e moedas; pois essas aplicações podem oscilar muito no curto prazo e, em caso de perdas, não haverá tempo para recuperar o capital investido.
Para o prazo de um ano, sugerimos aplicações em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Esses instrumentos financeiros de renda fixa fomentam o crédito agrícola e imobiliário, respectivamente.
A principal vantagem das letras de crédito é a isenção de imposto de renda para o investidor, o que proporciona um retorno superior ao de aplicações com risco semelhante, como a poupança e os CDBs.
Considerando o valor de 20 mil reais e o horizonte de um ano, é vantajoso aplicar o capital em letras de crédito de instituições financeiras de pequeno ou médio porte, que oferecem retornos mais atraentes, entre 90% e 100% do CDI, o que equivale atualmente a um retorno líquido entre 9,8% e 10,8% ao ano.
O risco desse investimento em instituições menores é considerado pequeno, pois as LCAs e as LCIs contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o valor aplicado de 250 mil reais. O FGC é um fundo formado por bancos privados e tem como objetivo atuar como uma seguradora no caso de uma instituição financeira ir à falência.
Em época de alta na taxa de juros, as diferenças de rentabilidade entre os investimentos passam a ser significativas, e é mais vantajoso optar por instrumentos financeiros pós-fixados, que pagam um percentual do CDI ou da taxa básica de juros, a Selic.
Bons Investimentos!
(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.
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1. Para inspirar
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1/10 (SXC.hu)
São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito
grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais
ricos. Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do
mercado financeiro. A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer
investimento. Conheça as principais lições:
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2. Tenha um objetivo sustentável
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2/10 (REUTERS/Rick Wilking)
Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano
Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
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3. Use os altos e baixos a seu favor
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3/10 (Simon Dawson/Bloomberg)
Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano
George Soros, de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
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4. Esteja à frente de recomendações
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4/10 (Divulgação/ Site templeton.org)
O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
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5. Saiba administrar os riscos
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5/10 (Divulgação/Columbia Archives)
O investidor americano Benjamin Graham foi professor de
Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
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6. Diversifique na medida certa
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6/10 (Wikimedia Commons)
O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em
renda fixa e outra porção em renda variável (
entenda os conceitos), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
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7. Seja racional
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7/10 (Getty Images)
Braço direito do megainvestidor
Warren Buffet, Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
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8. Fique atento a taxas
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8/10 (Scott Eells/Bloomberg)
O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
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9. Seja discreto ao investir
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9/10 (Chris Hondros/Getty Images)
Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano
Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
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10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor
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10/10 (4FR/Getty Images)
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