Dúvida do internauta: Tenho 23 anos e estou voltando ao mercado de trabalho agora. Passei quase dois anos no exterior, tenho um carro quitado e atualmente moro com meus pais. Quero investir 1,5 mil reais por mês para que aos 45 ou 50 anos eu possa viver do rendimento das minhas aplicações e da minha carreira de mergulho (que paga muito pouco). Gostaria de saber onde é melhor investir durante esses 25 anos para que eu possa ter um ótimo rendimento aos 50 anos.
Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*:
Acumular um patrimônio suficiente para atingir a independência financeira aos 45 ou 50 anos de idade realmente não é uma tarefa fácil para a maioria das pessoas.
Nessa longa caminhada, é preciso ter muita determinação, disciplina e controle para que seja possível dispensar o trabalho remunerado nessa nova etapa da vida.
Como seu objetivo pessoal está bastante claro e você já estipulou o valor dos seus aportes mensais, o próximo passo é determinar quais são as melhores alternativas de investimento dentro de um horizonte de longo prazo.
Em uma primeira fase de acumulação, sugerimos uma uma carteira bastante conservadora composta pelos seguintes instrumentos financeiros:
*50%, ou seja, 750 reais em Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), títulos públicos federais, vendidos via Tesouro Direto, que pagam uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Recomendamos a aplicação em papeis com vencimento em 2024, portanto, daqui a dez anos.
*50%, ou seja, 750 reais em Letras do Tesouro Nacional (LTN), títulos públicos federais que pagam juros fixos. Nesse caso, recomendo a aplicação em papéis com prazo de vencimento menor, em 2018, portanto em quatro anos.
Com essa alocação de recursos, você obterá um retorno líquido de aproximadamente 0,80% ao mês e daqui a 25 anos terá acumulado um montante de cerca de 1,8 milhões de reais.
Repare, contudo, que nessa simulação não foi considerada a inflação. Certamente o poder de compra de 1,8 milhões de reais daqui a 25 anos será consideravelmente menor.
Para evitar que o montante acumulado seja corroído pela inflação, é interessante atualizar o valor dos aportes a cada ano pela variação da inflação. Dessa forma, você assegurará uma boa renda e, por consequência, a manutenção do seu poder de compra.
Em uma segunda fase, dentro de um horizonte de aproximadamente cinco anos, uma reavaliação dos investimentos se faz necessária, uma vez que provavelmente a conjuntura da economia será distinta e ao mesmo tempo você deterá um volume de recursos, que admitirá uma melhor diversificação do patrimônio.
Com essa atitude e com decisões corretas em relação aos investimentos você atingirá o seu objetivo obtendo excelentes frutos aos 50 anos.
Bons Investimentos e bons mergulhos!
(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.
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1. Para inspirar
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1/10 (SXC.hu)
São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito
grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais
ricos. Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do
mercado financeiro. A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer
investimento. Conheça as principais lições:
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2. Tenha um objetivo sustentável
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2/10 (REUTERS/Rick Wilking)
Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano
Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
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3. Use os altos e baixos a seu favor
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3/10 (Simon Dawson/Bloomberg)
Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano
George Soros, de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
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4. Esteja à frente de recomendações
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4/10 (Divulgação/ Site templeton.org)
O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
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5. Saiba administrar os riscos
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5/10 (Divulgação/Columbia Archives)
O investidor americano Benjamin Graham foi professor de
Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
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6. Diversifique na medida certa
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6/10 (Wikimedia Commons)
O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em
renda fixa e outra porção em renda variável (
entenda os conceitos), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
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7. Seja racional
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7/10 (Getty Images)
Braço direito do megainvestidor
Warren Buffet, Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
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8. Fique atento a taxas
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8/10 (Scott Eells/Bloomberg)
O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
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9. Seja discreto ao investir
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9/10 (Chris Hondros/Getty Images)
Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano
Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
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10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor
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10/10 (4FR/Getty Images)
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