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Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2012 às 08h00.
Dúvida do internauta: Tenho 30 anos e posso poupar 300 reais por mês. Já tenho 10.000 reais investidos na poupança, mas gostaria de aplicar em algo mais rentável. Onde eu poderia investir esse valor mensal, tendo em vista que meus objetivos são de longo prazo, entre cinco e dez anos?
Resposta de Paulo Bittencourt*:
É muito importante definir previamente o horizonte de tempo de investimento como você relatou. A escolha da modalidade de investimento depende também do prazo que devemos manter o dinheiro investido. Os tipos de investimento com possibilidade de maior ganho no longo prazo normalmente são aqueles que podem apresentar alternância de rentabilidade maior ou menor para os períodos mais curtos de tempo.
Definir um valor frequente de investimento com parte da sua renda mensal é fundamental para conseguir acumular uma boa reserva financeira a ser utilizada no futuro. Você deve ter observado que as taxas de juros reais (taxa básica de juros Selic menos taxa anual de inflação) caíram fortemente nos últimos anos o que significa para os investidores que o ganho real acima da inflação também ficou menor. A solução é manter por um tempo maior estas aplicações recorrentes para compensar uma menor taxa de remuneração.
No seu caso, uma boa alternativa é destinar 5.000 reais (50% da sua reserva atual) para um fundo de inflação. Estes fundos mantêm como lastro títulos do Tesouro Nacional com um juro pré-fixado acima da inflação. Dê preferência aos fundos ativos em inflação que possuem papéis de prazo mais curto e assim menos voláteis.
Os restantes 5.000 reais podem ser destinados a um fundo de ações do tipo dividendos, que são menos voláteis que os fundos Ibovespa ativo e que devem propiciar boa rentabilidade em um horizonte de pelo menos 5 anos. Mensalmente você deve destinar os 300 reais para ir balanceando sua carteira e procurando manter a mesma proporção entre os 2 fundos.
Por exemplo, no período que o fundo de dividendos valorizar mais rapidamente que o outro fundo você destinaria os aportes mensais para o fundo de inflação. Ocorrendo o inverso, ou seja, o fundo de inflação rentabilizando mais que o fundo de dividendos, você aplicaria neste fundo procurando assim manter a proporção inicial de 50% em cada um deles.
*Paulo Bittencourt é diretor da Apogeo Investimentos, empresa de investimentos voltada para pessoas físicas do grupo Vinci Partners, e tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.
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