Investimentos com maior potencial são ligados a imóveis e ações voltadas para o mercado interno (David Bank/Corbis/Latin Stock)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 11h37.
São Paulo – O mercado imobiliário, as ações de empresas voltadas para o mercado interno e os chamados ativos estruturados – papéis de renda fixa com lastro em ativos como imóveis – são os mercados com mais potencial no Brasil para o próximo ano, diz Pedro Bastos, CEO do HSBC Asset Management, em evento realizado pela Bloomberg nesta terça-feira.
A asset do HSBC não bota muita fé na recuperação da economia mundial para o próximo ano, vendo uma leve recuperação nos Estados Unidos e na China, mas sem mudanças muito radicais nos mercados. Em função disso, Bastos acredita que os investimentos financeiros mais voltados para o mercado interno continuarão a ser as boas oportunidades de 2013.
O investidor pessoa física pode acessar o mercado imobiliário não só por meio dos imóveis residenciais – por muitos considerados caros e inacessíveis atualmente – como também pelos fundos imobiliários, fundos com cotas negociadas em Bolsa que investem em imóveis corporativos, como grandes lajes corporativas, shopping centers e galpões logísticos.
Já os ativos estruturados estão disponíveis na forma de Letras de Crédito Imobiliário (LCI), papéis de renda fixa que funcionam como CDBs, só que isentos de imposto de renda para a pessoa física. Eles são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores de até 70.000 reais em caso de quebra do banco emissor. A rentabilidade é atrelada ao CDI, taxa de juros que acompanha de perto a Selic. E por ser livre de impostos, a rentabilidade oferecida já é a que o investidor vai de fato receber.
Para Pedro Bastos, os setores promissores da Bolsa no ano que vem serão os de educação, seguros e saúde (como planos de saúde), além das empresas ligadas ao consumo, que embora com ações mais caras, ainda mostram grande potencial, segundo ele. “Com a taxa de juros mais baixa, a grande migração em 2012 não ocorreu da renda fixa para os fundos de ações, mas sim para os multimercados. A pessoa física hoje tem, em média, menos de 10% de exposição à renda variável, mas vê valor nesse mercado”, observa, acreditando que, com o tempo, o investidor pessoa física vai investir mais em ações.
Outro ponto que o CEO do HSBC Asset Management considera importante é que o investidor individual seja mais paciente, daqui para frente, e se dedique a investimentos de mais longo prazo, para obter maior rentabilidade. Ele cita o mercado de debêntures – títulos de dívida de empresas – que pode ser acessado pela pessoa física em geral por meio de fundos de renda fixa com crédito privado. Segundo Bastos, a exigência dos cotistas desses fundos em ter liquidez diária dificulta a formação de um mercado secundário desses títulos, que em geral permanecem na carteira dos fundos até o vencimento. “O investidor precisa de maior educação para ser mais flexível”, diz Bastos.