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Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 14h51.
Se fosse possível estabelecer uma comparação entre relógios e obras de arte, o Tour de l'Ile, lançado há cerca de um mês, já seria uma espécie de Monalisa de pulso. Obra-prima da mais antiga relojoaria do mundo, a suíça Vacheron Constantin, o produto sai da fábrica custando 1,3 milhão de dólares -- tanto quanto duas Ferrari Enzo ou um helicóptero para cinco passageiros. Os 38 rubis espalhados por seu mostrador, a caixa e os ponteiros de ouro rosa e os tampos de cristal de safira explicam parte do preço. A complexidade mecânica do modelo também colabora para acrescentar algumas centenas de milhares de dólares a seu valor. Complexidade, no ramo de relógios, significa o número de funções movidas por mecanismos delicados e precisos. E o Tour de l'Ile é o relógio de pulso com mais funções já produzido. Além dos marcadores de horas, minutos e segundos, há também um calendário lunar -- marca registrada da Vacheron --, outro de dias, um mostrador para o horário de uma segunda cidade e por aí vai, chegando ao detalhe de possuir um mecanismo que impede a ação da gravidade sobre os ponteiros e de um registro que, nos anos bissextos, introduz o 29 de fevereiro na contagem dos dias, sem nenhuma necessidade de ajuste manual. Outra curiosidade: o Tour de l'Ile tem dois mostruários, um tradicional e outro que fica na parte traseira da caixa.
O relógio de pulso mais sofisticado do mundo tem 834 peças, é todo mecânico e possui uma reserva de corda de 58 horas. Seu preço: 1,3 milhão de dólares |
A raridade, contudo, é o que faz o mais perfeito Vacheron ser também o relógio mais caro do planeta. Foram produzidas apenas sete peças do Tour de l'Ile. Uma delas ficou no museu da marca, em Genebra. Outras cinco estão nas mãos de colecionadores selecionados pela fabricante. E uma foi vendida pelo site Antiquorum, especializado em leilões, por 1,5 milhão de dólares. De acordo com especialistas, o destino de relógios raros, como o Tour de l'Ile, hoje em mãos de colecionadores, são os milionários leilões de Londres e Nova York, onde poderão chegar a 2 milhões de dólares.
O Tour de l'Ile comemora os 250 anos da Vacheron Constantin. Além dele, a marca lançou outros quatro modelos. Para o Brasil deve vir o Jubilé 1755, o mais, digamos, barato da coleção. "Encomendei dez peças, que custarão cerca de 25 000 dólares", diz Tobias Dryzun, sócio da Dryzun Joalheiros. A encomenda, no entanto, não é sinal de que todos virão. Em 1995, na celebração dos 240 anos da Vacheron, apenas um modelo comemorativo chegou ao Brasil. Os outros membros da família são o Métiers d'Art, inspirado nas estações do ano, o Saint Gervais e o L'Esprit dês Cabinotiers, um modelo de mesa recluso em um globo terrestre. De ouro, é claro.