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O que são 'grupos de poupança' coreanos? Tipo de financiamento é comum em várias parte dos mundo

Cada membro de um gyemoim contribui com o que são essencialmente “cotas do clube”. Modelo surgiu há muitos anos, como alternativa ao mercado financeiro

A prática prática evoluiu para uma forma das pessoas manterem amizades fortes (Getty/Getty Images)

A prática prática evoluiu para uma forma das pessoas manterem amizades fortes (Getty/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 19 de junho de 2024 às 06h51.

Você sabe o que significa "gyemoim"? Esse é um termo coreano para pessoas que formam grupos de planejamento financeiro para economizar dinheiro para despesas futuras. Algo que não parece muito próximo da realidade brasileira.

A formação de grupos gyemoim pode ajudar amigos ou familiares a dividir os custos de uma viagem para que todos possam participar, independente do orçamento de cada um.

Mas vale destacar que este planejamento financeiro coletivo tem uma longa história em muitas partes do mundo. “Na verdade, não é exclusivo da Coreia do Sul”, disse Euncheol Shin, professor associado de economia na KAIST College of Business, em Seul, ao New York Times. “Essa prática se desenvolveu primeiro porque não havia mercado financeiro lá fora, e se você quisesse pedir algum dinheiro emprestado, teria que se autofinanciar.”

Shin deu o exemplo de uma aldeia coreana há 200 anos que precisava comprar sementes para cultivar arroz. As estruturas financeiras para contrair empréstimos ainda não existiam em muitos locais. Por isso as aldeias juntaram o seu dinheiro, compraram mantimentos e dividiram o que colheram.

Com o tempo, essa prática evoluiu para uma forma das pessoas manterem amizades fortes e comunidades unidas.

Cada membro de um gyemoim contribui com o que são essencialmente “cotas do clube” – geralmente entre US$ 10 e US$ 50 por mês, com valor decidido pelo grupo. À medida que o saldo aumenta, os membros discutem como gastá-lo juntos.

Os grupos yemoim não duram para sempre, claro. As circunstâncias mudam, os amigos podem ter desentendimentos, alguém pode não querer mais participar ou uma nova pessoa pode querer aderir. Quando isso acontece, cabe ao coletivo decidir como lidar com isso.

Mas formar um grupo desse tipo para poupar é tão comum na Coreia do Sul que um banco já está se adaptando ao costume. O KakaoBank, um braço do aplicativo de comunicação mais popular do país, KakaoTalk, agora oferece um produto de conta de grupo gyemoim onde amigos podem compartilhar uma conta bancária gerenciada por um titular de conta designado.

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