Minhas Finanças

O dólar deve continuar a subir após as denúncias contra Temer?

Economistas analisam qual deve ser a tendência da moeda americana após a disparada desta quinta-feira (18)

 (foto/Thinkstock)

(foto/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 19 de maio de 2017 às 05h00.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 05h00.

São Paulo - Quem está com viagem marcada para o exterior tomou um grande susto com a alta de 8,15% do dólar no pregão desta quinta-feira (18), causada pela divulgação de denúncias contra o presidente Michel Temer. Passado o choque inicial, restam as dúvidas: a alta da moeda deve continuar? É melhor comprar dólar agora?

De acordo com Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências, é impossível saber o que vai acontecer nos próximos dias. "Como ainda há muitas incertezas sobre o desenrolar do escândalo que atingiu o presidente, a tendência é que a moeda continue no patamar de 3,40 reais ou suba ainda mais, caso surjam novos fatos negativos.Ou seja, o risco de esperar para ver o que vai acontecer não compensa".

Neste cenário, o economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, recomenda comprar dólar o quanto antes se a data da viagem estiver próxima. Já se a viagem estiver marcada para os próximos meses, parte da compra pode ser feita agora e a outra parte mais próxima do período da viagem. "Dessa forma, o viajante evita perder muito dinheiro caso a moeda se desvalorize ao longo desse tempo", diz Neto.

Agostini lembra que, durante a ameaça de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a moeda americana só parou de se valorizar quando ficou claro de que ela seria retirada do cargo e quando Temer anunciou a nova equipe econômica do seu governo. "Antes disso, o dólar continuou a subir".

Montanha-russa

O dólar passou por um verdadeiro rali após a divulgação da denúncia de que o presidente Michel Temer tentou comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.

A notícia caiu como uma bomba no mercado financeiro e aumentou a volatilidade da cotação da moeda americana. Tanto que, pela manhã, diversas casas de câmbio suspenderam negócios. Outras passaram a vender a moeda a um preço fixo até que as oscilações diminuíssem.

Apesar de ter se estabilizado no meio do dia, a moeda voltou a subir após o pronunciamento do presidente, que disse, em rede nacional, que não vai renunciar. Como resultado, a moeda registrou a maior alta em 14 anos.

A alta do dólar foi intensa porque ocorreu uma inversão de tendência muito forte, diz Neto. "Estávamos em um cenário de início de otimismo na recuperação da economia nacional e aumento da confiança na aprovação das reformas. De uma hora para a outra, surgem denúncias contra o presidente e políticos de sua base aliada. O apoio às reformas se fragmentou e, consequentemente, a confiança na aprovação das reformas, necessárias para sanar as contas públicas, desabou".

Agostini, da Austin Ratings, analisa que a moeda chegou a se estabilizar a 3,30 reais antes do pronunciamento, mas subiu rapidamente para 3,40 reais após a fala de Temer. A demonstração de que o desfecho da situação não será rápido incentivou a valorização da moeda, analisa. "Os investidores pensavam que a renúncia do presidente poderia abreviar uma situação de incerteza, já que todos saberiam quem o substituiria e logo seriam convocadas eleições para o ano que vem. Mas o presidente mostrou que só sai se sofrer impeachment. É um processo mais incerto, sofrido e lento".

À noite, de acordo com o site comparador de taxas Melhorcambio, corretoras vendiam o dólar turismo por a partir de 3,58 reais em espécie e por a partir de 3,75 reais caso o viajante opte por colocar o valor em um cartão pré-pago.

 

 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCasas de câmbioDólarMoedasrenda-pessoalTurismoviagens-pessoais

Mais de Minhas Finanças

Resultado da Mega-Sena concurso 2.817; prêmio é de R$ 3,4 milhões

Nova portaria do INSS suspende por seis meses bloqueio de benefícios por falta de prova de vida

Governo anuncia cancelamento do Bolsa Família para 1.199 candidatos eleitos em 2024

Nota Fiscal Paulista libera R$ 39 milhões em crédito; veja como transferir o dinheiro