Minhas Finanças

Nova regra do rotativo do cartão de crédito começa a valer

Quem não tem dinheiro para pagar toda a fatura do cartão de crédito pode passar, no máximo, um mês no rotativo, e as taxas de juros vão cair

Cartão de crédito: atenção tem que ser redobrada no caso do rotativo oferecido por financeiras ou por lojas (Dmitriy Shironosov/Thinkstock)

Cartão de crédito: atenção tem que ser redobrada no caso do rotativo oferecido por financeiras ou por lojas (Dmitriy Shironosov/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 3 de abril de 2017 às 05h00.

Última atualização em 11 de abril de 2017 às 15h45.

São Paulo - A partir desta segunda (3), quem não tem dinheiro suficiente para pagar toda a fatura do cartão de crédito pode passar, no máximo, um mês no crédito rotativo. Depois disso, o valor atrasado deverá ser pago ou parcelado em uma linha de crédito que cobra taxas de juros mais baixas.

Até então, o crédito rotativo era conhecido como o vilão dos empréstimos, por cobrar taxas que chegavam a 490% ao ano, enquanto o crédito parcelado, por exemplo, cobrava 160% ao ano, em média.

Contratado automaticamente quando o cliente não paga o valor total da fatura do cartão, o rotativo é um dos grandes responsáveis pelo superendividamento de consumidores. Com a nova regra, o governo federal obriga as pessoas a saírem da bola de neve do crédito rotativo, limitando o período do empréstimo.

Assim, a expectativa é que os bancos passem a cobrar juros menores no rotativo, porque as chances de levarem calote diminuem. A partir de hoje, cada banco oferece condições diferentes de crédito parcelado, para quem chegar ao limite de 30 dias no rotativo (confira abaixo as regras de cada um).

Fuja do rotativo

Apesar do crédito rotativo ficar mais barato para consumidores, ele continua sendo um empréstimo caro, segundo especialistas. “As condições estão melhores do que antes, mas o rotativo ainda é muito perigoso”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Utilizar o cartão de crédito descontroladamente é o primeiro passo para não conseguir pagar a fatura integral e cair no rotativo. Segundo uma pesquisa feita pelo aplicativo de finanças GuiaBolso, os brasileiros pagam 41% de todos os seus gastos com cartão de crédito e estão usando mais o cartão para pagar as contas cotidianas da casa, o que é um perigo.

“É sempre melhor pagar à vista. As pessoas só deveriam usar o cartão em emergências, para excepcionalmente comprar produtos de alto valor ou quando não dá para pagar de outro jeito, em compras online, por exemplo”, ensina Thiago Alvarez, fundador do GuiaBolso.

Se chegou ao ponto de você não conseguir pagar o valor total da fatura, fuja do rotativo. Prefira negociar com o banco um empréstimo mais barato para pagar integralmente a fatura, como um consignado ou um empréstimo pessoal.

“Usar o rotativo não deveria ser uma opção em nenhum momento. É sempre melhor procurar uma alternativa com juros menores”, aconselha o educador financeiro Rafael Seabra, autor do livro Quero ficar rico.

As novas regras em cada banco

Veja as condições de parcelamento da fatura do cartão oferecidas por cada banco:

Banco do Brasil

O Banco do Brasil reduziu em 4 pontos percentuais ao mês as taxas de juros do crédito rotativo. Depois dos primeiros 30 dias no rotativo, o cliente pode escolher a condição de parcelamento da fatura que preferir. Se ele não procurar o banco, o parcelamento será feito automaticamente, em 24 meses.

O valor do pagamento mínimo da fatura passa a ser composto pelo saldo não pago da fatura anterior, somado aos juros do rotativo, mais 15% do valor dos gastos do mês e o valor das parcelas de financiamentos de faturas anteriores, se existirem.

Itaú

O Itaú Unibanco vai cortar os juros mensais do rotativo do cartão de crédito em 4 pontos percentuais, em média. As nova faixa de juros passará a ser de 1,99% a 9,90% ao mês, dependendo do histórico de pagamentos de cada um dos clientes.

Depois dos primeiros 30 dias no rotativo, o cliente que não pagar o valor atrasado da fatura tem três opções: pagar o mínimo da nova fatura, parcelar a nova fatura em até 24 vezes ou financiar o saldo da fatura em 12 parcelas iguais, com juros iguais aos praticados no parcelamento comum (de 0,99% a 8,90% ao mês).

Santander

O Santander vai parcelar automaticamente o saldo remanescente do rotativo de seu cartão de crédito de 4 a 18 vezes, com juros que irão variar de 2,99% a 9,99% ao mês, de acordo com o perfil e as necessidades financeiras do cliente.

Além disso, o valor do pagamento mínimo da fatura será composto pelo porcentual de 15% sobre os novos gastos e por parcelas de financiamentos de faturas anteriores, se houver.

Bradesco

O Bradesco acabou com o crédito rotativo e manteve apenas o crédito parcelado. O banco vai cobrar taxas de juros entre 3,6% e 9,8% ao mês, dependendo do perfil do devedor.

O valor do pagamento mínimo da fatura será composto pelo valor da parcela mais 15% das compras realizadas no mês.

Caixa

O cliente da Caixa poderá escolher se quer parcelar o valor da fatura em 4, 8, 12, 16, 20 ou 24 meses. As taxas do crédito parcelado variam de 3,30% ao mês a 9,90% ao mês.

Acompanhe tudo sobre:BancosCartões de créditoDinheiroJuros

Mais de Minhas Finanças

Resultado da Mega-Sena concurso 2.797; prêmio é de R$ 8,9 milhões

Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 8,5 milhões neste sábado

TRT-SP leiloa 150 imóveis e 40 veículos em dezembro com até 80% de desconto

Proclamação da República: veja o funcionamento dos bancos nesta sexta-feira