Investidora: mulheres tiveram acesso ao mercado financeiro na década de 70 (Pattanaphong Khuankaew / EyeEm/Getty Images/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 7 de março de 2020 às 08h43.
Última atualização em 7 de março de 2020 às 08h43.
São Paulo - As mulheres ainda investem menos do que os homens. Um levantamento realizado pelo Guiabolso, aplicativo de finanças pessoais, apontou que, em média, elas investem 450 reais a menos do que os homens. O valor médio investido pelas mulheres é de 3.192 reais, enquanto o dos homens é de 3.645 reais.
O percentual de mulheres que investem também é inferior a dos homens. Pelos dados, entre o público masculino usuário do app 17,38% aplicam o dinheiro, contra 15,45% do público feminino.
O estudo destaca que o hábito de investir ainda é baixo entre os brasileiros. Tanto os homens como as mulheres representam menos de um em cada cinco pesquisados. Por outro lado, o valor médio investido é considerado representativo, se comparado com o salário mínimo que atualmente é de 1045,00 reais.
Entre os motivos das investidoras aplicarem menos do que os homens está o fato da renda da mulher ainda ser menor. Segundo a pesquisa, na base de clientes do Guiabolso, a renda do público feminino é 17,7% menor comparada com a renda dos homens.
Além disso, Yolanda Fordelone, economista do Guiabolso, acrescenta a demora da mulher em ter acesso ao mercado financeiro. “Somente em 1972, as mulheres puderam tirar seu CPF e abrir uma conta corrente. São menos de 50 anos. Ainda sofremos o reflexo disso.”
A economista destaca que o mercado financeiro ainda é um universo predominantemente masculino. “Por anos, só quem lidava com dinheiro eram os homens. Os produtos e o atendimento eram muito voltados para eles isso acabava também afastando as mulheres”, acrescenta Fordelone.
O estudo também avaliou o controle financeiro realizado entre homens e mulheres. Elas também são minoria entre as pessoas que têm a preocupação de ter uma planilha em dia. Do total de usuários do aplicativo, 39% são mulheres e os outros 61% são homens.