Bitcoin (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Anderson Figo
Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 12h50.
Um ano faz muita diferença. No fim de 2017, os investidores estavam dispostos a pagar quase o dobro do valor subjacente para comprar uma participação no único fundo de investimento em bitcoin dos EUA. A diferença agora é quase inexistente após a queda de quase 70 por cento da maior das criptomoedas.
A mania de investidores individuais e especuladores não foi a única demanda que esfriou. O financiamento das chamadas ofertas iniciais de moedas também caiu acentuadamente desde meados do ano. Muitas das startups que conseguiram levantar recursos dessa forma sentiram o impacto do colapso do mercado de ativos digitais e estão reduzindo equipes e fechando operações.
A rentabilidade dos chamados mineiros, cujos servidores respaldam as operações da rede bitcoin, também despencou. Muitos abandonaram o negócio de uma vez ou desligaram alguns de seus servidores. O poder de computação que respalda a rede do bitcoin caiu como resultado disso, afetando a segurança e a capacidade da rede.
O fim de todos esses problemas não parece estar próximo. Hoje em dia, poucos especialistas se atrevem a afirmar que não haverá novos declínios, com o bitcoin abaixo de US$ 4.000, nível visto como ponto de equilíbrio para muitos mineradores.
De fato, ficou mais difícil defender o bitcoin como melhor investimento alternativo, mesmo após a disparada de 1.400 por cento de 2017. O token que era chamado de “ouro digital” teve desempenho inferior ao do metal não ferroso e ao do mercado de ações dos EUA como um todo durante a turbulência do mercado neste ano.