Dinheiro: quem ficar com o papel até o fim receberá exatamente o que combinou na aplicação (Luciano Marques/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 5 de setembro de 2019 às 18h39.
Os juros dos títulos do Tesouro Direto subiram em agosto, o que provocou perdas nos valores de face dos títulos antigos em circulação no mercado. Com os juros em alta, os papéis antigos, com juros mais baixos, perdem valor. Na verdade, essa perda é virtual: ela só vale para quem vender os títulos no mercado antes do vencimento. Quem ficar com o papel até o fim receberá exatamente o que combinou na aplicação.
Portanto, quem comprou títulos longos corrigidos pela inflação, como as NTN-B 2045 (ou Tesouro IPCA+) que teve queda de 5,54% em seu valor de mercado, pensando na aposentadoria, não precisa se preocupar com a queda de agosto. As flutuações de preços são normais durante a vida do título, de acordo com as variações das taxas de mercado. Quando os juros sobem, os preços dos papeis caem, e vice-versa, mas só para quem vende os papéis. É como o preço dos imóveis ou dos carros, varia todos os dias em seus respectivos mercados.
O mesmo vale para quem tem papéis prefixados, ou LTNs, que no vencimento 2029 teve queda de 1,64% em agosto.
Esse mesmo ajuste aos juros de mercado também fez a alegria dos investidores. Em 12 meses, esses mesmos papéis que tiveram perdas em agosto ainda apresentam ganhos expressivos. A NTN-B 2045 acumula alta de 74,60% em 12 meses, e a LTN prefixada 2029, de 41,59%.
Essa flutuação ocorre também nos fundos renda fixa, especialmente os de duração longa, ou longo prazo, e que aplicam em títulos corrigidos pela inflação, as NTN-Bs, ou Tesouro IPCA+. Como esses fundos permitem resgates todos os dias, precisam atualizar os preços dos papéis também todos os dias, para evitar que um investidor ao sacar receba mais ou menos do que o papel vale naquele dia.
É a chamada marcação a mercado, que os fundos têm de fazer todos os dias com todos os papéis que compõem suas carteiras. O mesmo que vale para os títulos do Tesouro Direto vale para os fundos: as flutuações nada mudam na rentabilidade de longo prazo, desde que o investidor fique com o dinheiro aplicado.
Confira abaixo as rentabilidades dos papéis do Tesouro Direto em agosto.
Títulos | Vencimento | Agosto | Julho | 2019 | 12 meses | Juros |
---|---|---|---|---|---|---|
Tesouro Prefixado | 01/01/2020 | 0,5 | 0,64 | 4,65 | 9,28 | ? |
Tesouro Prefixado | 01/01/2021 | 0,15 | 0,98 | 7,07 | 14,79 | ? |
Tesouro Prefixado | 01/01/2022 | -0,42 | 1,34 | ? | ? | 6,16 |
Tesouro Prefixado | 01/01/2023 | -0,84 | 1,5 | 11,53 | 27,26 | ? |
Tesouro Prefixado | 01/01/2025 | -1,52 | 1,92 | 15,84 | 40,32 | 7,16 |
Pré Juro Semestral | 01/01/2021 | 0,19 | 0,95 | 6,85 | 13,89 | ? |
Pré Juro Semestral | 01/01/2023 | -0,62 | 1,32 | 10,56 | 23,37 | ? |
Pré Juro Semestral | 01/01/2025 | -0,84 | 1,57 | 13,61 | 31,33 | ? |
Pré Juro Semestral | 01/01/2027 | -1,26 | 1,85 | 15,29 | 37,38 | ? |
Pré Juro Semestral | 01/01/2029 | -1,64 | 2,09 | 16,29 | 41,59 | 7,44 |
Tesouro Selic | 01/03/2021 | 0,51 | 0,55 | 4,16 | 6,31 | ? |
Tesouro Selic | 01/03/2023 | 0,49 | 0,53 | 4,15 | 6,32 | ? |
Tesouro Selic | 01/03/2025 | 0,47 | 0,51 | ? | ? | 0,02 |
Tesouro IPCA+ | 15/08/2024 | -0,97 | 0,82 | 12,37 | 21,71 | 3,06 |
Tesouro IPCA+ | 15/05/2035 | -3,24 | -1,04 | 26,89 | 45,45 | 3,71 |
Tesouro IPCA+ | 15/05/2045 | -5,54 | -1,99 | 42,29 | 74,6 | 3,71 |
IPCA+ Juro Semestral | 15/08/2020 | 0,04 | 0,71 | 5,39 | 9,42 | ? |
IPCA+ Juro Semestral | 15/08/2024 | -0,83 | 0,85 | 11,07 | 19,35 | ? |
IPCA+ Juro Semestral | 15/08/2026 | -0,96 | 0,61 | 12,85 | 22,46 | 3,19 |
IPCA+ Juro Semestral | 15/05/2035 | -2,15 | -0,28 | 19,23 | 31,9 | 3,59 |
IPCA+ Juro Semestral | 15/05/2045 | -3,65 | 0,48 | 22,16 | 38,69 | ? |
IPCA+ Juro Semestral | 15/08/2050 | -3,91 | 0,48 | 23,55 | 42,6 | 3,79 |