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Tesouro Direto suspende vendas após disparada de juros

As taxas dos contratos de DI negociados na BM&FBovespa chegaram a superar 14% ao ano para 2021


	Notas de 50 reais: o mercado voltou por volta do meio-dia, com juros mais altos
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Notas de 50 reais: o mercado voltou por volta do meio-dia, com juros mais altos (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 14h38.

São Paulo - A turbulência dos mercados internacionais por conta da economia chinesa puxou os juros futuros no Brasil e levou o Tesouro Direto a suspender os negócios com papéis federais pela manhã.

O mercado voltou por volta do meio-dia, com juros mais altos. As taxas dos contratos de DI negociados na BM&FBovespa chegaram a superar 14% ao ano para 2021, o que significaria que os juros não cairiam nos próximos cinco anos, um cenário bem complicado para o país.

Mais tarde, os juros recuaram um pouco acompanhando os demais mercados e, às 11h20, o contrato para janeiro de 2021 projetava 13,82%, ainda assim mais alto que os 13,72% de sexta-feira.

A projeção do contrato para janeiro de 2016, que indica a taxa deste ano, chegou a 14,30%, mas recuou para 14,23%, ainda acima dos 14,19% de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2017 chegou a 14,22%, mas voltou para 14,07%, também acima do fechamento anterior, de 13,98%.

Taxas recordes

Na retomada dos negócios, as taxas dos papéis federais vendidos no Tesouro Direto subiram. Os papéis prefixados com juros semestrais (NTN-F) longos, com vencimento em 2025, pagavam 14,10%.

Para 2021, os prefixados com juros apenas no vencimento (LTN) ofereciam 13,87% e, para 2019, a taxa era de 13,95% ao ano, bem próximos dos juros básicos atuais, de 14,25% ao ano.

Já os papéis mais longos pagam juros reais mais altos, todos acima de 7% ao ano. Para 2019, a taxa era de 7,35% além do IPCA, acima dos 7,01% de sexta-feira e a maior para o papel desde seu lançamento em 2013.

Para 2024, a taxa era de 7,25%, ante 6,96% na sexta-feira. E, para 2035, de 7,12% ao ano, antes 6,87% no fim da semana passada, também a mais alta remuneração desde lançamento desse prazo em março de 2010.

Dólar em alta

Os juros acompanham a alta do dólar, que pressiona a inflação e pode obrigar o Banco Central (BC) a manter os juros atuais de 14,25% ao ano por mais tempo ou até elevá-los para evitar que os preços dolarizados contaminem o restante da economia.

O dólar comercial subiu 1,8%, para R$ 3,558, e o turismo, para R$ 3,79, em alta de 1,60%.

Os mercados repercutem a forte queda na Bolsa de Xangai, de 8,5%, o que aumentou o receio de que a economia da China tenha uma desaceleração mais forte do que a desejada pelo governo.

Com a segunda economia do mundo perdendo fôlego, os mercados europeus e dos demais países emergentes, especialmente os que exportam commodities para a China, registram forte aversão ao risco, com queda em suas moedas diante do dólar, alta dos juros e queda das bolsas. Na Europa, o Índice Stoxx 50 caía quase 5%.

As commodities também despencam, com o petróleo Brent, de Londres, recuando para US$ 43,21, em queda de 4,95%.

O Brasil sofre também pelo peso das commodities em sua pauta de exportações e pelo déficit externo ainda elevado, situação agravada pela crise política local e pela instabilidade econômica.

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