(Pilar Olivares/Reuters)
Júlia Lewgoy
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 14h54.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 14h55.
São Paulo - Até 31 de março, o banco Itaú faz campanha para renegociar dívidas de correntistas pessoas físicas e jurídicas e usuários do cartão Itaucard, com dívidas acima de 300 reais e e atraso maior que 30 dias. Os clientes podem pedir a revisão das dívidas nas agências ou pelo site ou app da instituição financeira.
O Itaú vai dar descontos nos pagamentos à vista e vai facilitar parcelamentos, com juros de 1,99% ao mês, abaixo das taxas habituais.
Clientes que passam por problemas como desemprego, surpresas negativas nos gastos e doenças graves serão avaliados de forma diferente, segundo o banco. Nessas situações, a instituição financeira pode solicitar documentos como carteira de trabalho, rescisão contratual, comprovante de renda e laudo médico.
O objetivo do Itaú é prevenir o aumento da inadimplência. Há 62 milhões de brasileiros com o nome sujo, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O ano de 2019 começou com sinais de acomodação da inadimplência. O número de consumidores negativados cresceu 2,42% em janeiro, mas o avanço foi menor do que nos meses anteriores.
Já o número de dívidas recuou 0,29% no mesmo período, embora o volume de pendências continue crescendo em dois setores específicos: o de bancos, com avanço de 2%, e o de água e luz, com aumento expressivo de 14%. Em contrapartida, comércio e comunicação registraram queda de 7%.
A inadimplência cresceu muito nos últimos anos e o cenário só deve mudar quando consumidores perceberem a retomada da economia, com a criação de novos empregos e o aumento da renda.
Consumidores que agora começam a se livrar de dívidas atrasadas devem cuidar para não voltar à inadimplência. "Em muitos casos, a inadimplência tem origem no mau uso do crédito e na falta de controle das próprias finanças. Nesses casos, é fundamental ter disciplina para fazer a gestão dos ganhos e dos gastos e reconhecer os limites do próprio orçamento”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.