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Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 10h03.
Com o reaquecimento do mercado imobiliário brasileiro nos últimos anos, as aplicações em imóveis voltaram a ser apontadas pelos especialistas como uma boa opção para diversificação da carteira de investimentos. Não só pelas perspectivas de valorização dos imóveis - em São Paulo, o preço médio do metro quadrado de área útil de imóveis residenciais vem aumentando a uma taxa acima de 10% ao ano -, mas também devido à retomada do mercado de locação, que em 2007 rendeu aos locadores retornos superiores a 10% ao ano, de acordo com o Secovi.
Um fator, entretanto, que torna o investimento ainda mais atrativo é a possibilidade de potencializar os ganhos utilizando o crédito imobiliário como parte da estratégia de investimento. A pedido do Portal EXAME, a consultoria Mercer desenvolveu um estudo que mostra que o retorno obtido pelos investidores que optarem por essa estratégia pode ser até 54% superior àquele auferido por quem preferir comprar o imóvel à vista.
A Mercer simulou três possibilidades para um investidor que disponha de 120.000 reais para aplicar em imóveis. No primeiro caso, o investidor compraria à vista o imóvel e o alugaria, obtendo ao final de 12 anos 501.401,80 reais, incluindo o valor do imóvel já valorizado e a renda obtida com a locação durante o período. Se ao invés de comprar o imóvel à vista o investidor desse uma entrada de 30.000 reais, financiasse 90.000 reais pagando juros de 9% ao ano, mais a taxa referencial (TR), e investisse o dinheiro que manteve em mãos em renda fixa e ações, ao término de 12 anos teria um patrimônio de 771.168,59 reais. A princípio, as prestações do financiamento seriam pagas com o rendimento das aplicações e o retorno do aluguel, porém, a partir do 95º mês de financiamento, apenas a renda obtida com a locação já seria suficiente para pagar a prestação (veja detalhes no quadro abaixo).
Quanto rende investir em imóveis | |||
CASO 1 | |||
Investir todo o patrimônio num imóvel e ter o aluguel como retorno
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Valor Imóvel
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Valor do Imóvel Capitalizado (1)
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Valor Aluguel (2)
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Valor Final (3)
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R$ 120.000,00
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R$ 376.611,41
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R$ 124.793,40
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R$ 501.404,80
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1) Capitalização de 10% a.a.
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CASO 2 | |||
a) Investir parte do dinheiro (R$ 90.000,00) num fundo DI ou renda fixa, com rentabilidade de 12,60% a.a.
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Valor Imóvel
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Valor do Imóvel Capitalizado (1)
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Retorno Financeiro
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Valor Final
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120.000,00
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376.611,41
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309.948,68
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686.560,09
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1) Capitalização de 10% a.a.
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CASO 3 | |||
a) Investir R$ 63.000,00 num fundo DI ou renda fixa e R$ 27.000,00 em ações. Rentabilidade da renda fixa: 12,60% a.a.
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Valor Imóvel
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Valor do Imóvel Capitalizado (1)
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Retorno Financeiro
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Valor Final
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R$ 120.000,00
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R$ 376.611,41
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R$ 394.557,18
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R$ 771.168,59
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1) Capitalização de 10% a.a.
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Fonte: consultoria Mercer |
O investidor mais conservador teria a opção de investir o dinheiro somente em renda fixa - o que já lhe garantiria um rendimento superior ao que seria obtido caso comprasse à vista o imóvel -, mas na avaliação do matemático e professor da Universidade de São Paulo (USP), José Dutra Vieira Sobrinho, só vale a pena elevar o risco da carteira tomando um empréstimo se o investidor decidir aplicar em ações. "No longo prazo, a tendência é de que a Bolsa renda muito mais que a renda fixa", diz.
A simulação não considera os custos de operação, nem a possibilidade de vacância do imóvel por longo período. De acordo com dados do Secovi, o tempo médio para locação de um imóvel em 2007 foi 22 dias. "A redução das taxas de juros e a ampliação dos prazos dos financiamentos imobiliários não reduziram a procura por imóveis para locação, principalmente imóveis novos", diz o vice-presidente de Locação do Secovi, José Roberto Federighi.
Segundo o executivo, há uma grande demanda por parte de pessoas que estão em trânsito, estudando ou trabalhando fora de sua cidade natal. "A globalização criou um novo padrão de carreira e, com o grau de investimento, a tendência é que cada vez mais as pessoas se movimentem. Por isso, muitos preferem alugar ao invés de comprar um imóvel para morar", diz Federighi, lembrando que os recém-casados, os recém-separados e as pessoas em início de vida econômica também demandam imóveis para locação.