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Cautela e oportunidades em pré e bolsa, sugere Votorantim

A recomendação é de Odair Abate, economista e estrategista-chefe do Votorantim Private Banking


	Investidor conservador: aplicações que sigam a oscilação dos juros diários, como fundos DI ou Letras Financeira do Tesouro (LFTs) do Tesouro Direto ou papéis privados indexados ao CDI
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Investidor conservador: aplicações que sigam a oscilação dos juros diários, como fundos DI ou Letras Financeira do Tesouro (LFTs) do Tesouro Direto ou papéis privados indexados ao CDI (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 13h52.

O investidor em renda fixa mais conservador deve colocar as barbas de molho até que esteja mais clara a estratégia do Banco Central para os juros.

Isso significa aplicações que sigam a oscilação dos juros diários, como fundos DI ou Letras Financeira do Tesouro (LFTs) do Tesouro Direto ou papéis privados indexados ao CDI.

Pelo menos até que seja divulgada a próxima ata do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana. O texto poderá trazer mais detalhes do que pensam os diretores do BC.

A recomendação é de Odair Abate, economista e estrategista-chefe do Votorantim Private Banking.

Aposta mais arriscada

Mas quem tiver mais sangue frio pode se arriscar um pouco com papéis prefixados, cujas taxas subiram muito nas últimas semanas e estariam acima do desejado pelo BC para a taxa básica Selic, avalia Abate.

Ele está otimista também com a bolsa, em virtude de indicadores mais consistentes de recuperação da economia brasileira este ano e com um pano de fundo internacional positivo, apesar das idas e vindas de Europa e Estados Unidos.

Dólar perto de R$ 2,00

No câmbio, Abate não acredita que o BC vá deixar o dólar ficar muito acima de R$ 2,00 pelo impacto que uma alta maior da moeda americana teria sobre a inflação. “No ano passado, a alta do dólar trouxe quase meio ponto percentual a mais de inflação para o IPCA, e o real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo, há espaço para uma acomodação agora”, diz.

Uma nova “escapada” da taxa de câmbio, observa o estrategista, pode exigir ação muito dura do BC nos juros e não teria tanto benefício para os exportadores. “Por ora, devemos ver o câmbio perto de R$ 1,95”, diz.


Gordura nas taxas dos títulos pré

Abate dá o exemplo da taxa dos papéis prefixados do Tesouro, as LTNs, com vencimento em janeiro de 2017, e que pagavam hoje, segundo o site do Tesouro Nacional, 9,34% ao ano, ligeiramente acima dos 9,25% dos contratos futuros de DI de mesmo vencimento. “Mesmo 9,15% ou 9,20% ao ano são juros superiores aos que devem ocorrer”, acredita.

Haveria ganho também nos papéis corrigidos pela inflação, como as NTN-Bs, acrescenta Abate.

Hoje, as NTN-B Principal, que pagam juros somente no vencimento, ofereciam juros de 3,60% ao ano mais IPCA para vencimentos em maio de 2019, 3,92% para agosto de 2024 e 4,09% mais IPCA para maio de 2035.

Fundos renda fixa: índices podem melhorar

Abate observa que os investidores sofreram com as perdas recentes registradas nos fundos de renda fixa índices pela alta dos juros no mercado, lembrando que eles pensavam estar protegidos de uma alta da inflação.

O problema é que os juros pagos além da inflação estavam muito baixos no fim do ano passado. Este ano, houve um ajuste para cima e as NTN-Bs dessas carteiras perderam valor.

Mas Abate acredita que a alta atual dos juros foi além do razoável e este mês ou o próximo podem marcar um novo ajuste desses fundos, dessa vez positivo, com os juros de mercado recuando.

Mesmo para os prazos mais curtos haveria ganho nos prefixados, avalia Abate. Se a taxa básica acumulada este ano ficar nos 7,86% que o mercado estima nos contratos futuros para janeiro de 2014, a Selic teria de subir para 8,25% já na reunião de abril, o que não é o esperado pelo mercado.

A estimativa mais comum é de dois ajustes, um de 7,25% para 7,75% e depois outro para 8,25%, mas mais adiante, começando em meados do ano, o que significaria um juro efetivo menor em 2013.

Abate é mais otimista e acha que a alta pode ser até menor que isso. “Mas não é uma barbada, há riscos de o BC ter de puxar mais os juros, e por isso analisar a ata da reunião do Copom é importante”, diz. “É preciso ler nas entrelinhas quais podem ser os próximos passos do BC”, diz.


Ibovespa perto dos 77 mil pontos

Sobre a bolsa, Abate observa que ela começa a dar alguns sinais de vida e há chance de o Índice Bovespa superar o custo de oportunidade dos juros.

A previsão do Votorantim é de um Ibovespa em torno de 77 mil pontos no fim deste ano, acompanhando a recuperação da economia brasileira. Isso significaria um ganho de 32% em relação aos 58 mil pontos de hoje.

“O mercado ficou muito pessimista no mês passado por conta dos dados fracos do PIB brasileiro de 2012, mas esqueceu que são números que refletem um cenário do passado”, afirma Abate. “O importante é a recuperação no fim do ano, o aumento dos investimentos, a queda dos estoques e o baixo desemprego, que devem aquecer economia este ano”, diz. “E com algum sinal de recuperação da economia, o Índice Bovespa deve se recuperar”, acredita.

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