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Golpe do Pix: veja como evitar as tentativas mais comuns de fraude

Muitas vezes, o furto de dados pessoais acontece com a invasão do celular por meio de phishing, que são e-mails ou links falsos que induzem as pessoas a passar as senhas de bancos

Veja como evitar os golpes mais comuns associados ao Pix | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Veja como evitar os golpes mais comuns associados ao Pix | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2021 às 13h45.

Última atualização em 28 de maio de 2021 às 14h14.

O Pix é um sucesso indiscutível. Eliminou a necessidade de tarifas de dezenas de reais que os brasileiros eram obrigados a pagar sempre que precisavam fazer uma transferência para outros bancos. Funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, dispensando o brasileiro do anacronismo de ter de esperar o expediente bancário para realizar uma operação.

Em abril, atingiu a marca de 500 milhões de transações, que movimentaram 322 bilhões de reais. Superou assim o volume de todas as demais modalidades de transferências e pagamentos somadas (TED, DOC e boletos).

Natural que, diante de um volume tão expressivo de operações e da adesão maciça de milhões de brasileiros, surjam também tentativas de golpes associados.

Muitas vezes, as fraudes são classificadas com o nome "golpe do Pix", ainda que o crime tenha acontecido em etapa anterior e esteja relacionado ao furto de senhas por meio do phishing: é o nome do golpe em que um criminoso utiliza links ou sites falsos, ou mensagens em WhatsApp que servem como isca para invadir o celular ou computador.

Veja abaixo recomendações de especialistas em segurança cibernética para evitar cair em golpes:

Tipos de golpe do Pix mais comuns

1. Golpe do cadastro da chave do Pix

Para realizar ou receber uma transferência, o cliente precisa fazer o cadastro de uma chave no sistema do banco em que tem conta. Existem quatro tipos de chave: por CPF ou CNPJ, número do celular, e-mail e chave aleatória.

Os criminosos enviam e-mails ou mensagens simulando um pedido de cadastro do banco. Ao clicar no link, o cliente é levado para um site falso e tem os dados roubados durante o cadastro.

"Muitos golpistas se passam por bancos, através do envio de links falsos para cadastro no Pix. Ao abrir tais links, a pessoa acaba fornecendo diversas informações pessoais e bancárias", alerta Ricardo Motta, sócio do escritório Viseu Advogados e especialista em direito do consumidor.

2. Transferência pelo WhatsApp

Esse golpe é mais antigo e já era realizado de outras formas. Criminosos transferem o número de celular da vítima e instalam o WhatsApp em outro aparelho, ou usam a foto e o nome de alguém em uma nova linha de telefone.  Fingindo ser aquela pessoa, os bandidos pedem dinheiro para contatos próximos.

Como o Pix permite transferências em qualquer horário do dia, esse tipo de golpe aumentou consideravelmente. Os DOCs, por exemplo, só podem ser feitos até as 22h em dias úteis.

"Não apenas com relação ao Pix, que ainda é uma ferramenta nova, mas também em outras situações, o cidadão deve sempre ter cautela e uma postura de desconfiança", recomenda o advogado.

3. Código ou QR Code falso

Quando o Pix é usado para o pagamento de uma conta ou compra, é comum que, em vez da chave do recebedor, a transação seja feita por meio de um código numérico ou de um QR Code.

Ao inserir esse código no aplicativo do banco ou ao ler o QR Code com o celular, é importante que o cliente observe com atenção os dados do destinatário do dinheiro, para saber se o recebedor é a pessoa certa.

Esse golpe é bastante similar ao antigo golpe do boleto, em que bandidos "clonavam" um boleto verdadeiro e inseriam os dados de outra conta para o recebimento do dinheiro.

4. Comprovante falso

Se você precisa receber dinheiro de um desconhecido pelo Pix, é importante ter cuidado com os comprovantes de transferências falsos. Criminosos forjam comprovantes de operações para simular o envio do dinheiro para a conta das vítimas.

Esse golpe é bastante comum em vendas feitas pela internet, por exemplo. O criminoso finge que fez o pagamento e leva embora o produto comprado.

Aqui vale lembrar um dos aspectos mais importantes do Pix: as transações são instantâneas. Se você recebeu o comprovante, mas o dinheiro não caiu na conta, desconfie. Talvez a transação nunca aconteceu.

Como não cair no golpe do Pix

Para todos os casos, a recomendação mais importante é ter cuidado com as informações recebidas e solicitadas. Veja abaixo algumas dicas para fugir das fraudes com o Pix:

  1. Desconfie de informações recebidas por e-mail e números desconhecidos. Bancos não entram em contato com clientes por telefone ou e-mail para pedir qualquer tipo de dado ou informação.
  2. Realize suas transações com o Pix dentro do aplicativo ou internet banking do seu banco.
  3. Se receber um link de pagamento, verifique se a plataforma utilizada é uma instituição de pagamento autorizada e confiável.
  4. Observe com atenção os dados de quem vai receber o pagamento ou depósito, para evitar erros de digitação ou fraudes.
  5. Não forneça sua chave ou identificação em sites duvidosos.
  6. Fique atento aos códigos e comprovantes de pagamento enviados por desconhecidos.

Caí no golpe, e agora?

É importante lembrar que as instituições financeiras têm adotado uma série de processos e dispositivos de segurança para mitigar as fraudes bancárias — incluindo as que acontecem por meio do Pix. Boa parte das fraudes acontece por desatenção do cliente, e não necessariamente por causa de falhas de segurança dos bancos.

Infelizmente, se a fraude ocorrer por descuido do cliente, como o fornecimento de dados em canais que não sejam os da própria instituição financeira, é comum que não haja ressarcimento do prejuízo.

"Não custa lembrar que o usuário tem sua parcela de responsabilidade e o dever de adotar os cuidados devidos no fornecimento de informações pessoais e financeiras. Isso, inclusive, pode caracterizar culpa exclusiva da vítima, o que acaba afastando a responsabilidade das instituições financeiras", alerta Motta, do escritório Viseu Advogados.

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