São Paulo - Uma pesquisa apontou que o dinheiro pode, sim, trazer felicidade. Ao menos quando é gasto com o objetivo de economizar tempo.

Gastar com serviços como contratar trabalhadores domésticos para limpar a casa e fazer comida, ou mesmo tomar decisões financeiras que permitam ter mais tempo livre, como viver perto do trabalho, trazem mais satisfação pessoal do que a compra de bens materiais. É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores de universidades como Harvard e Columbia e divulgado na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences, nos Estados Unidos.

O estudo foi realizado com 6.271 pessoas nos Estados Unidos, Canadá, Dinamarca e Holanda e mostrou que quem pagou para economizar tempo conseguiu amenizar os efeitos da sensação de falta de tempo, entre eles o estresse, ansiedade e insônia.

Segundo os pesquisadores, com mais tempo livre, as pessoas deixam de sentir uma pressão ao final do dia, que está relacionada à necessidade de terminar tarefas e é capaz de alterar o humor. Também sentem ter mais controle sobre o tempo e, consequentemente, maior bem-estar.

A pesquisa concluiu que o sentimento de falta de tempo é comum a todas as classes sociais, já que a amostragem inclui desde trabalhadores braçais dos Estados Unidos até milionários que vivem na Dinamarca.

A boa notícia, segundo os pesquisadores, é que o preço pago por serviços para economizar tempo ficou mais acessível por conta da expansão da economia colaborativa. Com todos os benefícios que proporcionam, despesas com estes serviços podem uma boa maneira de gastar dinheiro, concluem.

Contudo, a pesquisa faz uma ressalva: a alternativa de pagar para economizar tempo não pode ser utilizada em excesso. Neste caso, pode haver uma redução do bem-estar, causada pelo retorno da sensação de falta de controle, agora provocada pela sentimento de incapacidade de dar conta de qualquer tarefa diária.