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Fundos que aplicaram FGTS em ação da Petrobras estão na pior

Patrimônio dos Fundos Mútuos de Privatização da Petrobras caiu 89% de maio de 2008 a janeiro de 2015


	Patrimônio dos Fundos Mútuos de Privatização da Petrobras caiu 89% de maio de 2008 a janeiro de 2015
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Patrimônio dos Fundos Mútuos de Privatização da Petrobras caiu 89% de maio de 2008 a janeiro de 2015 (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 16h10.

São Paulo - O número de investidores que ainda mantêm seus recursos aplicados nos fundos criados para converter os recursos do FGTS em ações da Petrobras (PETR3) caiu de 104,5 mil, em maio de 2008, para 65,5 mil, em janeiro de 2015, uma redução de 37,32%. 

O mês de maio de 2008 foi o período no qual o patrimônio total desses fundos atingiu o valor máximo, de 11,4 bilhões de reais. De lá para cá, o montante foi reduzido em 89,73% e passou a 1,17 bilhão de reais em janeiro de 2015. 

As informações foram levantadas pela consultoria Economatica e são baseadas em dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Os Fundos Mútuos de Privatização (FMPs), como são chamados, foram lançados no início dos anos 2000. Trabalhadores que possuíssem recursos no FGTS poderiam destinar até 50% do fundo de garantia aos FMPs, que podem ser baseados em ações da Petrobras ou da Vale.

De acordo com Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica, o patrimônio dos fundos da Petrobras foi reduzido por dois motivos principais: "O valor de mercado das ações da estatal caiu e muitos cotistas quiseram resgatar suas cotas para comprar imóveis, sobretudo em 2008, quando as ações da Petrobras estavam valorizadas", afirma. 

Ele ressalta, portanto, que os fundos não estão com um patrimônio menor apenas como resultado da recente crise da Petrobras, mas também como consequência dos resgates feitos pelos cotistas anteriormente. 

Os saques impulsionados pelas oscilações nas ações da empresa em 2014, contudo, também são relevantes.

Segundo a Economatica, 3.802 investidores retiraram seus recursos dos fundos FMP-Petrobras no ano passado. O número de cotistas passou de 69.368, em dezembro de 2013, para 65.556, em dezembro de 2014. 

Desde 2 de setembro de 2014, quando a ação começou a levar os primeiros tombos, sua cotação sofreu uma desvalorização de 64,61%. 

Veja na tabela abaixo a variação no número de cotistas e no patrimônio dos fundos de garantia aplicados em ações da Petrobras.

A evolução patrimonial é mostrada desde a inauguração dos fundos, em agosto de 2000, até janeiro de 2015. Já os dados sobre o número de cotistas partem de 2005 pois as informações sobre os anos anteriores não foram divulgadas pela Anbima.

Evolução do patrimônio e do número de cotistas do FMP-Petrobras (Economatica)

O valor do patrimônio por cotista dos fundos também sofreu forte queda ao longo dos anos. Desde o auge, em maio de 2008, o patrimônio por participante passou de 109,1 mil reais para 17,9 mil reais no mês de janeiro de 2015, uma redução de 83,59%. 

Veja a evolução patrimonial por cotista na tabela a seguir:

Evolução do patrimônio por cotista dos fundos FMP-Petrobras (Economatica)

Baixo rendimento

Segundo a Economatica, o rendimento mediano dos FMP-Petrobras desde o início, em agosto 2000, até hoje foi de 167,64%. Se descontada a inflação no período, o retorno mediano é de apenas 8,5%. A mediana indica o valor central de uma amostra de dados.

No mesmo período, de quase 15 anos, o retorno do CDI, taxa que baliza as aplicações de renda fixa, foi de 535,94% ou de 156,97% se descontada a inflação. 

Alguns fundos tiveram inclusive queda real, ou seja, tiveram retorno inferior à inflação do período. É o caso do Dreyfus Brascan III FMP FGTS Petrobras, gerido pela BNY Mellon, que teve um retorno nominal de 92,62% de agosto de 2000 a janeiro de 2015 e um retorno real de -22,16%. 

"Esse fundo Deyfrus cobra uma taxa de administração de 3% ao ano, sendo que a mediana das taxas cobradas nos FMP-Petrobras é de 1,4%. Os dados mostram que os fundos que cobram taxas menores são aqueles que registraram as maiores rentabilidades", afirma Rivero.

Regras para resgate dos fundos FGTS Petrobras

Só é possível migrar os recursos dos FMPs para outras aplicações se o trabalhador se enquadrar nas regras que permitem o saque do FGTS.

Caso não tenha se tornado elegível a sacar o FGTS, nem pretenda comprar um imóvel com os recursos do fundo, o trabalhador que resgatar os recursos de um FMP verá esse dinheiro retornar ao fundo de garantia.

E dali os recursos não poderão retornar a um FMP. O trabalhador só receberá o dinheiro quando atingir uma das condições para resgatar o FGTS.

Também é possível migrar os recursos para um FMP-Vale ou para um FMP com taxa de administração menor, caso a do seu fundo seja muito alta.

Outra opção ainda é migrar os recursos para um dos chamados fundos FGTS – Carteira Livre, que investem em quaisquer ações, diluindo o risco de aplicar em apenas uma ação. É uma forma de diversificar a aplicação dos recursos do FGTS. 

Como as ações da Petrobras estão em baixa, é importante refletir bastante antes de tomar a decisão de resgate ou transferência de recursos. Em ambos os casos, como as ações se desvalorizaram muito, o investidor que fizer a movimentação agora terá que realizar um prejuízo que poderia ser revertido caso ele permanecesse no fundo e os papéis voltassem a subir.

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