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Fundos de dividendos são as melhores aplicações de março

Maior alta foi do dólar, mas entre os investimentos se destacam as ações defensivas, de small caps e os fundos de ações livres; Ibovespa, porém, teve o pior desempenho

Mesmo com queda do Ibovespa, foram fundos de ações que se destacaram em março (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

Mesmo com queda do Ibovespa, foram fundos de ações que se destacaram em março (Nilton Fukuda/AGÊNCIA ESTADO)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2012 às 18h49.

São Paulo – Depois de fechar os dois primeiros meses do ano em alta, o Ibovespa termina o mês negativo, com queda de 1,43% até 29 de março. Ainda assim, as melhores aplicações do mês foram os fundos de ações de dividendos, seguidos dos de small caps e dos fundos de ações livres, onde o gestor tem mais liberdade para se descolar do índice e investir mais em empresas que estejam sendo menos penalizadas, como foi o caso das companhias voltadas para o mercado interno em comparação àquelas do setor de commodities, em março.

Com um desempenho intermediário ficaram os fundos multimercados macro – cuja estratégia e investir de acordo com o cenário macroeconômico – e os multiestratégia, seguidos dos títulos públicos prefixados. No início do mês, o Banco Central derrubou a Selic para 9,75% ao ano, após um corte de 0,75 ponto percentual, beneficiando a renda fixa prefixada – que ganha com a queda dos juros – e os fundos que têm liberdade para aplicar nos melhores papéis da vez, sejam ações, sejam títulos de renda fixa.

Por fim, os fundos DI e os títulos que flutuam ao sabor da taxa básica de juros ficaram entre os menos rentáveis. A média dos fundos DI, a propósito, se aproximou bastante da caderneta de poupança em rentabilidade. Além do Ibovespa, o ouro também apresentou ligeira queda este mês. Na tabela abaixo você pode ver o rendimento no mês e no ano de cada aplicação e índice de referência, acompanhado da data do último dado disponível:

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Aplicação No mês No ano Fechamento em
Dólar Comercial 7,27% -2,26% 29/03/12
Fundos de Ações - Dividendos 4,37% 14,45% 26/03/12
Fundos de Ações - Small Caps 2,94% 16,19% 26/03/12
Fundos de Ações Livres 2,80% 13,56% 26/03/12
Fundos Multimercados Macro 2,13% 4,83% 26/03/12
Fundos Multimercados Multiestratégia 1,23% 4,57% 26/03/12
LTN (vencimento em 01/01/2013) 1,00% 3,19% 30/03/12
NTN-F (vencimento em 01/01/2013) 0,99% 3,17% 30/03/12
Fundos de ações Ibovespa Ativo 0,94% 13,64% 26/03/12
NTN-B (vencimento em 15/08/2012) 0,87% 2,64% 30/03/12
LFT (vencimento em 07/03/2013) 0,85% 2,52% 30/03/12
Fundos de renda fixa 0,81% 2,66% 26/03/12
Selic 0,74% 2,41% 29/03/12
Fundos Multimercados Juros e Moedas 0,70% 2,90% 26/03/12
Fundos referenciado DI 0,70% 2,39% 26/03/12
CDI 0,70% 2,34% 28/03/12
Poupança 0,61% 1,70% 29/03/12
Ouro (BM&F) -0,31% 0,74% 29/03/12
Ibovespa -1,43% 14,30% 29/03/12

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa e Anbima


Renda variável

No ano, as aplicações em Bolsa continuam sendo as mais rentáveis, com uma alta de 14,30% do Ibovespa e valorizações de mesma ordem de grandeza para os fundos de dividendos, de ações livres e de Ibovespa ativo. Para João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos, grande parte do desempenho negativo de março pode ser explicada justamente pelas fortes altas de janeiro e fevereiro.

“Trata-se de um movimento natural de ajuste. Não houve grande mudança de cenário para que o desempenho em março fechasse negativo, pois as bolsas mundiais estão em alta”, diz Brugger. Ele admite, porém, que os indicadores negativos em relação ao crescimento chinês, já sugerindo desvalorização, impactaram negativamente o desempenho das ações do setor de commodities, com grande peso no índice. “Talvez isso também explique o bom desempenho de fundos voltados para dividendos, small caps e ações não indexados, que permitem maior liberdade de escolha dos papéis e podem se voltar para o mercado interno”, observa.

Empresas ligadas à economia doméstica tiveram, portanto, melhor desempenho em março. Foi o caso das companhias de telefonia, as elétricas, e aquelas do setor de consumo, como Pão de Açúcar, Ambev e Hypermarcas, por exemplo. Já as empresas do setor de commodities amargaram perdas, como foi o caso de Petrobras, Vale e OGX.

Algumas construtoras também sofreram quedas, mas pode ter sido um “ajuste técnico” por causa da alta do setor no início do ano, acredita João Pedro Brugger. “Os bancos também acabaram sofrendo, já que o governo indica que vai entrar com medidas fortes para a redução dos spreads”, explica o analista.

Para Rodrigo Falcão, especialista em Bolsa da corretora Icap, o cenário para o Ibovespa está ruim para o curto prazo, mas não para o médio prazo. “Dentro da Bolsa a gente não tem uma queda generalizada, alguns papéis estão sobressaindo, como os da Embraer, os da Usiminas e os do setor de consumo. Por isso, eu não apostaria no índice, mas em algumas ações”, diz.

Dólar

A maior alta do mês foi mesmo do dólar, que, no entanto, não é recomendado como aplicação financeira. Para João Pedro Brugger, o aumento do IOF e a intenção do governo de continuar combatendo a alta do dólar para beneficiar as exportações são os principais responsáveis pela disparada da moeda americana em relação ao real. “Mas não acreditamos que o dólar suba muito mais que isso. Trabalhamos com uma perspectiva de 1,75 ou 1,80 real, pois acreditamos que o fluxo da moeda para o Brasil continuará forte”, conclui o analista.

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