Fator Veritá conta com mais de 1 bilhão de reais em patrimônio sob gestão e é um dos fundos mais tradicionais do segmento (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 27 de novembro de 2020 às 21h46.
Última atualização em 28 de novembro de 2020 às 00h00.
O setor de fundos imobiliários (FIIs) vem se consolidando como uma das apostas favoritas dos investidores -- e isso transparece nos números. O patrimônio líquido dos FIIs cresceu 36,33% entre outubro de 2019 e o mesmo mês de 2020, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O resultado beneficia os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos, mas parece estar sendo especialmente positivo para os chamados fundos de papel.
Esse segundo segmento aplica recursos em títulos do mercado imobiliário. São fundos que compram certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), letras de crédito imobiliário (LCIs), letras hipotecárias (LHs) e outros correlatos. Nesse tipo de produto, o crescimento anual foi ainda maior: 47,12%. “Provavelmente este é o segmento de fundo imobiliário mais relevante em termos de volume hoje”, afirmou o professor Arthur Vieira de Moraes, da EXAME Research, divisão de análise de investimentos da EXAME.
Para se aprofundar na estratégia de um dos mais tradicionais fundos de papel, o professor conversou com Rodrigo Possenti, gestor do fundo imobiliário Fator Veritá (VRTA11) na Fator Gestora. No programa FIIs em Exame desta sexta-feira, 27, os dois especialistas conversaram sobre o produto, que conta com mais de 1 bilhão de reais em patrimônio sob gestão.
Possenti trabalhou por nove anos na hoje extinta Companhia Brasileira de Securitização (Cibrasec) e, quando se trata de CRI, conhece bem como a operação funciona na outra ponta. “Em 2010, quando esse mercado começou, poucas pessoas sabiam o que era um CRI. Os fundos voltados para esses papéis também eram pouquíssimos e o Veritá era um deles. Ainda tem muito pra crescer, mas já estamos atingindo um estágio de maturidade”, disse.
O gestor está há pouco mais de um ano à frente do Fator Veritá, que completou uma década de existência em março de 2020. O fundo adota uma estratégia híbrida entre high grade e high yield, isto é, entre escolhas com baixo risco e outras mais apimentadas, com possibilidades maiores de retorno. “O percentual varia, mas atualmente temos uma exposição de 30% a 40% em operações mais arriscadas, sem necessariamente ter tanto risco, e o restante em operações high grade”, comentou.
O produto não cobra taxa de performance, mas se compromete a entregar um rendimento atrelado ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), mais 6% ao ano. A propósito, o preço do IGP-M disparou neste ano sob influência da alta do dólar e de seus efeitos nos preços de matérias-primas no atacado, turbinando o rendimento dos fundos imobiliários.
Durante a conversa, o gestor repassou sua trajetória no mercado de CRIs e detalhou quais são as garantias necessárias para que o Fator Veritá entre em determinada operação. Assista ao programa na íntegra abaixo: