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ETF do Bradesco que segue Ibovespa estreia com a menor taxa do mercado

Taxa de administração cobrada pelo fundo de índice que segue o Ibovespa será de 0,20% ao ano

ETF do Bradesco estreia na B3: BOVB11 é um fundo que aplica nos mesmos 66 papéis que formam o Índice Bovespa (B3/Divulgação)

ETF do Bradesco estreia na B3: BOVB11 é um fundo que aplica nos mesmos 66 papéis que formam o Índice Bovespa (B3/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2019 às 12h55.

Última atualização em 2 de julho de 2021 às 16h53.

Por Arena do Pavini

São Paulo - A Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do segundo maior banco privado do país, lançou nesta quarta-feira (26) seu fundo com cotas negociadas no mercado (Exchange Traded Fund, ou ETF).

O BOVB11 é um fundo que aplica nos mesmos 66 papéis que formam o Índice Bovespa, principal referencial do mercado brasileiro, e suas cotas vão refletir o comportamento desse índice e poderão ser compradas e vendidas como ações. Assim, seu preço hoje é de R$ 100,883, mesmo número de pontos do índice, o que facilitará acompanhar o investimento.

Mas o grande atrativo do novo ETF será a taxa de administração cobrada pelo fundo: 0,20%* ao ano, a menor do mercado.

Os outros três ETFs que seguem o Ibovespa cobram mais e a tendência é que a concorrência provoque uma queda na taxa desses fundos.

Na semana passada, um primeiro movimento ocorreu com a BlackRock, que reduziu a taxa de seu ETF de Ibovespa, o BOVA11, o primeiro atrelado ao indexador, de 0,53% ao ano para 0,30%, igualando-a à do concorrente Itaú, que já cobrava 0,30% ao ano.

Já a Caixa Econômica Federal (CEF) cobra 0,50% em seu ETF de Ibovespa. Como esses fundos aplicam nos mesmos papéis, a taxa de administração passa a ser relevante e tende a ser comparada com muita atenção pelos grandes investidores, que usam os ETFs em suas estratégias.

O fundo do ETF do Bradesco captou R$ 750 milhões em sua oferta inicial e deve dobrar seu patrimônio até o fim do ano, afirma Ricardo Almeida, diretor-presidente da Bram. Segundo ele, a gestora deverá ainda este ano lançar novos ETFs. “Este é o primeiro e pretendemos lançar mais alguns até o fim do ano, focados em renda fixa”, diz Almeida. “Estamos estudando um ETF de renda fixa, ainda este ano, pois nossa ideia é dar opções de diversificação, mesmo com o juro mais baixo”, afirma.

A ideia é ter um fundo com papéis do Tesouro de prazo mais longo, que garantam um prazo médio de dois anos para que o ETF tenha imposto de renda mais baixo, de 15%. “Como o imposto é calculado pelo prazo dos papéis da carteira, a opção deve ser por papéis do governo, mais longos, com correção pela inflação”.

Segundo Almeida, o ETF de Ibovespa complementa as opções da Bram para os clientes. “Estamos vendo uma tendência de diversificação nos últimos três anos, com nossos investimentos em ações e multimercados dobrando de tamanho”, diz.

Ele destaca que a procura por renda variável deve continuar crescendo. “Há um movimento de saída de renda fixa e ao mesmo tempo um crescimento de aplicações em multimercados e fundos de ações”, diz. “Temos o maior multimercado quantitativo do mercado, com R$ 10 bilhões”, afirma. O número de investidores também aumentou, temos uma base maior, explica.

Já Marcelo Noronha, vice-presidente do Bradesco, destaca o papel dos ETF para os investidores institucionais. “É um mercado que tem tudo para crescer com o juro baixo”, afirma. Segundo ele, uma parte do varejo de alta renda também deve ser atendida pelo ETF.

Segundo Noronha, o banco trabalha com a aprovação da reforma da Previdência, o que abrirá espaço para a vinda dos investidores estrangeiros. “Depois de aprovada, vamos ver o valor que vai ser economizado e as outras medidas para o país crescer, e vamos então ver a entrada dos estrangeiros”, afirma.

O executivo citou um grande investidor britânico, com mais de 250 bilhões de libras em investimentos globais e apenas 7 bilhões no Brasil. “Eles estão interessados, procuram informações, querem saber o que está acontecendo, mas só vão investir depois que houve um resultado concreto”, diz. E o ETF também poderá ser um veículo para esse investidor entrar no Brasil.

Hoje, os ETFs representam apenas 1% do mercado brasileiro de ações, para 10% no exterior, o que mostra que há um grande espaço para crescimento, diz Gilson Finkelsztein, presidente da B3. É uma tendência, com juro baixo no mundo e o Brasil entrando nessa fase de juro baixo, o ETF é um ativo que vem para ficar”, diz.

O investimento em ações será cada vez mais importante e deve ganhar cada vez mais tração no Brasil, afirma. Ele diz que espera mais emissões de ETFs ainda este ano, também de renda fixa.

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