Hilca Vaz, diretora de Vida da Mapfre: valor da proteção parte de R$ 40 por mês, mas ideia é reduzir preço (Claudio Belli/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 10 de agosto de 2022 às 06h00.
Pelo segundo ano consecutivo, o seguro de vida cresce mais do que o de automóvel. No primeiro trimestre do ano, 35% do prêmio arrecadado pelas seguradoras se refere à proteção. É um reflexo direto da pandemia, quando muitas pessoas passaram a se conscientizar das necessidades da família após a morte.
Contudo, apenas 20% da população possui o produto. Neste cenário, a Mapfre aposta na proteção para crescer em 2023, projetando que o crescimento deve se manter nos próximos anos.
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Na visão de Hilca Vaz, diretora de Vida e Previdência da seguradora, a empresa é vista como especializada no segmento, mas não uma referência. Para que consiga atingir esse objetivo, os produtos existentes nas prateleiras serão transformados. "Iremos revisitar o que temos e criar novos".
Vaz assumiu o cargo em abril e tem mais de 25 anos de experiência no mercado segurador. Sua especialidade é a estruturação de produtos para o segmento.
Para conseguir ampliar sua carteira no segmento de Vida, a Mapfre se concentrará em três produtos.
Um deles é o Multiflex. O seguro pode ser contratado online, e inclui serviço funeral, cremação (que cresceu após a covid-19), assistência educacional digital e rede especializada em serviços de saúde da seguradora.
Segundo a executiva, a necessidade do consumidor mudou no pós-pandemia, e o produto busca saná-la. "Hoje o segurado quer contratar, fazer a manutenção e utilizar o seguro de forma rápida pelo Whatsapp. Precisamos dar também mais acesso a ele simplificando a linguagem do produto: falamos muito 'segurês".
Outro seguro de vida que é aposta da seguradora é o resgatável Bién Vivir, que está sendo relançado. "Há uma carência de produtos que podem ser usados em caso de doenças graves e internação. Queremos lançar produtos preventivos, e não apenas que possam ser usados em caso de morte".
Vaz aponta que apesar de não haver a percepção de que um seguro de vida é caro (na Mapfre, a proteção custa a partir de R$ 40 por mês, valor que deve ser reduzido). muitos não compram a proteção porque não enxergam valor no produto. "A proteção geralmente só tem benefícios que se materializam na ausência da pessoa. Queremos produtos que possam ser usados também em vida".
A empresa também planeja a oferta de um seguro de vida para PMEs. O objetivo é proteger os colaboradores da empresa e criar um benefício para o empregador, como sorteios para reformas e melhorias na empresa. "A ideia é focar em planos com até 300 vidas".
Vaz acredita que os seguros de vida possam ser contratados de forma online, mas que a compra não dispensa a necessidade de uma consultoria. Isso muda um pouco o papel do corretor. "O profissional não irá mais apenas vender seguros, mas também auxiliar clientes. A seguradora tem ferramentas digitais para apoiá-los".
"O seguro de vida está ligado ao planejamento financeiro. É um instrumento que pode ser utilizado no momento da herança. Portanto, o corretor pode ajudar a levantar o patrimônio do segurado e as necessidades das pessoas que dependem dele para definir qual o valor da proteção e suas coberturas".