CDBs: Investimentos prefixados são indicados para quem não precisa resgatar o dinheiro a qualquer momento (SIphotography/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 05h00.
Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 09h45.
São Paulo - A projeção de queda na taxa básica de juros assusta investidores mais conservadores, mas não há motivo para arrancar os cabelos. Quem surfou na onda dos altos retornos na renda fixa ainda pode encontrar investimentos de baixo risco que pagam bem – especialmente CDBs prefixados.
Segundo um levantamento do buscador de investimentos Yubb, há CDBs prefixados com prazos de resgate de até cinco anos que pagam até 11,15% ao ano, quase 3 pontos percentuais acima da taxa Selic, atualmente em 8,25%.
É claro que outros investimentos mais arriscados, como ações, podem pagar mais, mas essas aplicações de renda fixa garantem bons retornos para quem quer correr pouco risco.
CDBs e outros títulos prefixados de bancos médios e financeiras – como RDBs, letras financeiras e letras de câmbio – são uma boa alternativa para para investidores conservadores que não têm pressa para resgatar o dinheiro. Mas o que são investimentos prefixados e qual o seu risco?
Como o nome diz, ao investir em uma aplicação prefixada – pode ser um CDB ou um título público, por exemplo – o emissor define uma taxa no momento da aplicação e o investidor sabe exatamente quanto receberá na data de vencimento. É diferente de uma aplicação pós-fixada, quando o retorno é indexado à taxa básica de juros ou a à inflação, por exemplo.
Quem investe em prefixados pode se beneficiar em momentos de queda de inflação e taxa básica de juros. O mercado prevê que a inflação fique abaixo de 3% este ano e sofra um pequeno aumento de 4% no ano que vem, segundo o último Boletim Focus do Banco Central.
A taxa básica de juros deve se manter no patamar de 7% em 2017 e em 2018, mas algumas instituições já veem a possibilidade da Selic cair ainda mais.
“Faz tempo que o mercado espera que os juros caiam e os produtos prefixados já pagaram taxas mais altas, mas ainda é possível encontrar títulos prefixados privados, de prazos mais longos, que paguem bem”, explica o professor de economia Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper. O retorno mais alto é oferecido pelo risco dos juros não caírem tanto quanto o mercado espera.
Atualmente, investimentos prefixados de bancos médios, principalmente CDBs, pagam retornos maiores do que títulos públicos prefixados. As instituições privadas menores oferecem rentabilidades mais altas como isca para atrair investidores.
Vale lembrar que a segurança de investir em um banco médio é a mesma de um banco grande, pois, se a instituição quebrar, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante até 250 mil reais por CPF.
Investimentos prefixados sofrem variação diária de taxa de compra e venda no mercado, por isso, para garantir a rentabilidade fixada no momento da aplicação, é importante manter o dinheiro investido até o prazo de vencimento.
Quanto maior o prazo, maior o retorno oferecido, pois o risco da taxa de juros voltar a subir – e do prefixado deixar de valer a pena – é maior em um período mais longo.
“Ainda há espaço para os prefixados, mas é melhor investir nos títulos de prazo mais curto, de até três anos. Investir em prefixados de prazo longo é se expor muito à volatilidade da taxa de juros”, acredita o head de renda fixa da XP Investimentos, Bruno Saads.
Na sua avaliação, para o longo prazo, outros investimentos podem ser mais indicados para equilibrar o risco, como os fundos multimercados.
É importante lembrar que não é recomendado investir todo o seu dinheiro em títulos prefixados, já que a rentabilidade fixada só é garantida se o investidor mantiver os recursos aplicados até o vencimento. Mantenha uma parte do seu dinheiro em investimentos com liquidez diária, como títulos públicos indexados à Selic ou CDBs pós-fixados.
A seguir, confira um levantamento realizado pelo site Yubb dos CDBs prefixados que pagavam as maiores rentabilidades do mercado entre os dias 28 e 29 de setembro, conforme o prazo de vencimento desejado:
Banco emissor | Distribuidor | Rentabilidade ao ano | Investimento mínimo |
---|---|---|---|
Agiplan | Ourinvest DTVM | 9,15% (112% do CDI) | R$ 10.000 |
Pecúnia | Ourinvest DTVM | 9,03% (110% do CDI) | R$ 10.000 |
Pan | Ourinvest DTVM | 8,95% (110% do CDI) | R$ 10.000 |
Pine | Ourinvest DTVM | 8,91% (109% do CDI) | R$ 10.000 |
Fibra | Ourinvest DTVM | 8,90% (109% do CDI) | R$ 20.000 |
BMG | Ourinvest DTVM | 8,82% (108% do CDI) | R$ 10.000 |
Banco emissor | Distribuidor | Rentabilidade ao ano | Investimento mínimo |
---|---|---|---|
Mercantil | Ourinvest DTVM | 10,17% (15% do CDI) | R$ 10.000 |
BMG | Ourinvest DTVM | 9,93% (122% do CDI) | R$ 10.000 |
Fibra | Ativa | 9,70% (119% do CDI) | R$ 10.000 |
Sofisa | Sofisa Direto | 9,70% (119% do CDI) | R$ 1 |
Indusval | Modal Mais | 9,56% (117% do CDI) | R$ 5.000 |
Pine | Ativa | 9,50% (116% do CDI) | R$ 5.000 |
Banco emissor | Distribuidor | Rentabilidade ao ano | Investimento mínimo |
---|---|---|---|
Mercantil | Ouroinvest DTVM | 10,80% (132% do CDI) | R$ 10.000 |
Fibra | Ouroinvest DTVM | 10,80% (132% do CDI) | R$ 20.000 |
BMG | Ouroinvest DTVM | 10,59% (130% do CDI) | R$ 10.000 |
Fibra | Ativa | 10,40% (127% do CDI) | R$ 10.000 |
Fator | Modal Mais | 10,22% (125% do CDI) | R$ 5.000 |
Sofisa | Sofisa Direto | 10,20% (125% do CDI) | R$ 1 |
Banco emissor | Distribuidor | Rentabilidade ao ano | Investimento mínimo |
---|---|---|---|
Fibra | Ouroinvest DTVM | 11,15% (136% do CDI) | R$ 20.000 |
BMG | Ouroinvest DTVM | 11,03% (135% do CDI) | R$ 10.000 |
Fibra | Rico Corretora | 11% (135% do CDI) | R$ 10.000 |
BMG | Modal Mais | 10,75% (132% do CDI) | R$ 10.000 |
Fator | Modal Mais | 10,54% (129% do CDI) | R$ 5.000 |
Sofisa | Sofisa Direto | 10,50% (129% do CDI) | R$ 1 |