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Em ano de queda de juros, spread dos bancos ficou maior

Taxas cobradas dos clientes não caíram na mesma instensidade que juros da economia, e margem dos bancos cresceu em 2019

Crédito: Inadimplência, um dos fatores que pressionam os juros, subiu em várias frentes ao longo do ano (Chronis Jons/The Image Bank/Getty Images)

Crédito: Inadimplência, um dos fatores que pressionam os juros, subiu em várias frentes ao longo do ano (Chronis Jons/The Image Bank/Getty Images)

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Juliana Elias

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 14h55.

Última atualização em 29 de janeiro de 2020 às 15h02.

São Paulo - Em um ano em que os juros básico da economia, a taxa Selic, passaram por uma queda acentuada, os juros médios praticados pelos bancos para os consumidores caíram pouco, e o resultado é que o spread bancário - medida que calcula a diferença entre quanto o banco paga para captar dinheiro e o quanto ganha para emprestar - encerrou 2019 ligeiramente maior que em 2018.

De acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (29), a diferença média entre os juros pagos pelos bancos na captação e os juros aplicados nos empréstimos aos clientes subiu de 17 pontos percentuais, em dezembro de 2018, para 18,4 pontos em dezembro de 2019. É esta diferença que é o spread bancário.

Em dezembro de 2018, os bancos pagavam juros médios anuais de 6,2% para levantar dinheiro e, ao fim de 2019, essa taxa havia caído para 4,6%. Essas taxas são, no geral, as remunerações que eles oferecem na venda de investimentos como a poupança e CDBs, que é de onde levantam seus recursos para, na outra ponta, fazer empréstimos e financiamentos.

No mesmo período, os juros cobrados dos clientes nessas concessões de crédito ficaram praticamente estáveis - saíram de 23,2% para 23%. O spread bancário é a diferença entre uma taxa e a outra.

Alta na inadimplência

No mesmo período, a indimplência subiu em praticamente todas as categorias de crédito à pessoa física. Os níveis de inadimplência estão entre as razões apontadas pelos bancos para os juros altos, já que o dinheiro que é emprestado e não devolvido entra para a conta como um custo que tem que ser arcado pela instituição.

Entre os produtos para os clientes pessoa física, a inadimplência em um ano subiu de 15,4% para 17,4% no cheque especial; de 5,7% para 6,2% no cartão de crédito, e de 3,5% para 3,6% no crédito pessoal.

No financiamento imobiliário, a taxa de inadimplência subiu de 1,2% de todo o volume de capital emprestado, em dezembro de 2018, para 1,4% em dezembro de 2019.

No crédito a empresas, a inadimplência média total caiu de 2,4% da carteira, em 2018, para 2,1% em 2019.

O spread bancário subiu nas duas categorias: considerando apenas as linhas de crédito concedidas a pessoas físicas, o spread médio subiu de 22,9 pontos percentuais para 24,5 pontos no período. Para pessoas jurídicas, a diferença foi de 8,2 pontos para 8,6 pontos.

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