Bolsas: é preciso aumentar posições em risco de bolsa e em estratégias de juros, pois é clara a tendência de queda da Selic, diz estrategista da Rio Bravo (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2016 às 17h25.
Olhando para 12 a 24 meses, há espaço para melhora da bolsa brasileira por conta da melhora efetiva da economia brasileira, mas os riscos de oscilações mais fortes são altos.
Mas, em geral, o investidor precisa colocar dinheiro para trabalhar, aumentando posições em risco de bolsa e em estratégias de juros, pois é clara a tendência de queda da Selic, mesmo que ela demora um pouco mais e ocorra no final do quarto trimestre, afirma Eduardo Levy, estrategista da Rio Bravo Investimentos.
Com o juro básico caindo de 14,25% ao ano para 11% no ano que vem, o investidor precisa capturar um pouco da melhora do Brasil para que, quando a taxa cair abaixo de 10% ao ano, ele já tenha um colchão para uma remuneração mais baixa.
Os juros reais das NTN-B, papéis do Tesouro corrigidos pela inflação, também devem cair dos níveis atuais próximos de 6% além do IPCA para perto de 5%, mas em um prazo mais longo, acompanhando a melhora das condições fiscais do país.
Levy recomenda um pouco de cuidado apenas no curto prazo, com o impeachment, pois pode haver alguma realização. “E uma queda de 10% na bolsa brasileira é sempre possível”, diz.
Por isso, muitos gestores de fundos, em vez de ações, estão tentando capturar essa melhora do país nas NTN-B, que ainda estão com juros reais bastante elevados.
Além disso, a alta da bolsa ainda está mais fundamentada na melhora geral do país e na entrada de estrangeiros do que numa melhora das condições das empresas.
“Olhando da perspectiva macro, o valor da bolsa parece óbvio, mas quando se olha para as empresas, já fica difícil encontrar boas oportunidades de aplicação”, diz.
Por isso, a alta das ações deve se dar mais pela melhora do Brasil e, depois, com os juros caindo, aí sim as empresas podem ter um desempenho melhor.
Levy acredita que ainda há um fluxo interessante de estrangeiros para vir para o Brasil após a conclusão do impeachment de Dilma Rousseff. E a mudança oficial do governo traria uma procura desesperada por rendimento. Por isso as NTN-B mais longas teriam grande atratividade para os estrangeiros.
Na bolsa, o investidor institucional, como fundos de pensão, que ficou fora de bolsa e perdeu o rali deste ano, agora vai demorar para voltar.
“Esses fundos perderam muito em cinco anos e agora boa parte do dinheiro está alocado em NTN-B, com rendimento muito próximo da meta atuarial”, diz. Para os fundos voltarem a busca diversificação de risco, o juro das NTN-B teria de cair abaixo de 5% ao ano.
“Um papel com vencimento em 2050, que hoje paga 5,70% ao ano, se cair para 5% daria um ganho de 10%, o que pode acontecer num prazo relativamente curto”, diz.
Para a pessoa física, olhando como investidor de médio prazo, que tem baixa resistência à flutuações de preços, porém, esse papel de 2050 representa um risco elevado.
“A NTN-B longa não é o melhor investimento para pessoa física porque vai ter muita oscilação”, diz. Ele dá o exemplo do papel prefixado, que já esteve em 15%, 16% ao ano e agora está em 12% ao ano. “Uma taxa de 12% diante de um CDI de 14,25% já não é uma aposta tão clara”, diz.
Na Rio Bravo, a opção em renda fixa para o investidor foi optar por uma carteira mais diversificada, nas mãos e um gestor que faça o acompanhamento melhor, e que pode entrar e sair do mercado para reduzir a volatilidade.