Nuconta: conta digital do Nubank oferece 100% de rentabilidade do CDI (Nubank/Divulgação)
Karla Mamona
Publicado em 20 de agosto de 2020 às 13h52.
Última atualização em 20 de agosto de 2020 às 15h03.
Os bancos digitais e as fintechs oferecem conta com rendimento do CDI. Em alguns casos, como Nubank e PicPay, o rendimento é automático, ou seja, o cliente não precisa optar por esse tipo de investimento, basta deixar o dinheiro na conta que ele passa a render. Atualmente, com a Selic em 2% ao ano, o rendimento do CDI é 1,89%. Será que esse tipo de investimento vale a pena?
Para Juliana Machado, analista de fundos da EXAME Research, esse tipo de investimento é vantajoso em uma situação: guardar dinheiro para formar a reserva de emergência. Para quem é registrado pela CLT, a orientação é que seja guardado entre três e seis meses de salário. Já para os trabalhadores autônomos, a indicação é ter um ano de salário guardado. “Esse tipo de investimento tem a rentabilidade muito magra. Serve para que a pessoa possa guardar dinheiro. É melhor do que optar pela poupança.”
Segundo Nélio Costa, planejador financeiro pela Planejar, atualmente, o rendimento do CDI é 42% maior do que a poupança, o que já torna as “contas remuneradas” mais atrativas. Além disso, vale lembrar que a rentabilidade da poupança está negativa, ou seja, perde para a inflação. Quem deixa o dinheiro na poupança perde poder de compra. “Essas contas com rendimento do CDI são uma alternativa fácil e que está disponível para todos. É um passo inicial para quem quer começar a investir e perder o medo. Ajuda na formação do investidor.”
O planejador sugere ainda que esse tipo de conta seja usado quando o investidor não sabe ao certo o que fazer com o dinheiro e está estudando sobre outros tipos de investimento. “Deixa lá, enquanto decide como aplicar.”
Apesar destas contas serem melhor do investir na poupança, antes de optar por esse tipo de investimento a pessoa deve avaliar algumas questões. A primeira é o risco de crédito que existe, ou seja o risco do emissor não honrar com o pagamento.
“Sempre existe um risco. O investidor tem de colocar na balança. É melhor tomar um risco soberano, no caso da aplicação no Tesouro, ou risco de crédito? Com certeza, o risco soberano”, acrescenta Juliana Machado.
Outra atenção que o investidor deve ter é olhar se o investimento nas contas com pagamento do CDI é coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Este fundo garante a devolução dos valores em caso de insolvência (incapacidade de pagar) da instituição financeira. O FGC cobre até 250.000 reais por CPF e por instituição financeira. Esse tipo de informação está na página do Banco Central e no site das próprias fintechs.
Por fim, essas contas não estão livres do imposto de renda. O IR incide sobre o rendimento e não sobre o que foi aplicado. A alíquota pode variar de 22,5% a 15%, dependendo do prazo de resgate do dinheiro
Além disso, há a cobrança de IOF, quando há retirada de dinheiro da conta em casos de transferências, pagamento de fatura e pagamento de boleto, por exemplo.
Veja abaixo o que as contas oferecem: