Cofrinho: grande vantagem da caderneta é o ganho garantido por lei, que não sofre qualquer tributação (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 17h21.
São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começou a se reunir hoje para decidir a taxa básica de juros, a Selic.
A expectativa do mercado é de que o comitê eleve o referencial dos juros brasileiros em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano. Mas há uma parte dos analistas que ainda trabalha com 0,25 de aumento, para 11,50%.
Com essa alta, as aplicações de renda fixa, como os fundos DI, passam a ganhar mais atratividade e ganham da poupança na maioria das situações, avalia a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Mas as cadernetas de poupança vão continuar interessantes frente aos fundos de renda fixa “principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 2% ao ano”.
A grande vantagem da caderneta é o ganho garantido por lei, de Taxa Referencial (TR) mais 6,17% de juros ao ano, que não sofre qualquer tributação, diferentemente dos fundos de renda fixa, DI e CDB, que pagam imposto sobre o rendimento que começa em 22,5% até seis meses, 20% de seis meses a um ano, 17,5% de um ano a dois e 15% acima de dois anos.
Além disso, os fundos têm taxas de administração cobradas pelos bancos e que reduzem a rentabilidade da carteira.
Os fundos oferecidos nos grandes bancos para os clientes de varejo podem chegar a cobrar 5% ao ano. Ou seja, de 11,25%, o investidor ficaria apenas com 6,25%.
De acordo com o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, com o aumento dos juros, tanto de 0,25 quanto de 0,5 ponto, os fundos terão um rendimento superior às contas de poupança se suas taxas de administração forem inferiores a 2% ao ano.
Isso vale, porém, para fundos DI, que basicamente aplicam em papéis que seguem os juros diários da Selic.
Fundos renda fixa, que aplicam em papéis prefixados ou atrelados à inflação, ou em crédito privado, podem compensar taxas de administração mais altas com ganhos maiores das aplicações.
Selic a 11,75% ou 11,50%?
A Anefac simulou algumas das possíveis aplicações financeiras no valor de R$ 10 mil pelo prazo de 12 meses, com a Selic a 11,75% ao ano.
Na poupança, o investidor teria acumulado de rendimento o valor de R$ 744,00, 7,44% ao ano, totalizando um valor aplicado de R$ 10.744,00.
Com o mesmo valor e no mesmo prazo de tempo, mas com a Selic a 11,50% ao ano, na poupança, o investidor teria acumulado R$ 731,00, 7,31% ao ano, totalizando um valor aplicado de R$ 10.731,00.
Em um fundo de investimentos DI cuja taxa de administração fosse de 1% ao ano, este investidor teria acumulado de rendimento o valor de R$ 834,00, 8,34% ao ano, totalizando R$ 10.834,00 com a Selic a 11,75%.
Caso a taxa de administração fosse de 2% ao ano, este investidor teria acumulado R$ 731,00, 7,31% ao ano, totalizando R$ 10.731,00.
Com a Selic a 11,50%, em um fundo DI com taxa de 1% ao ano, este mesmo investidor teria acumulado R$ 808,60, 8,08% ao ano, totalizando R$ 10.808,00.
Caso a taxa fosse de 2% ao ano, o valor acumulado seria de R$ 719,00, 7,19% ao ano, totalizando R$ 10.719,00.
Considerando uma aplicação em CDB o investidor teria que obter uma taxa de juros de cerca de 85% do CDI para atingir o mesmo ganho obtido pela poupança nova já que as aplicações em CDB’s pagam igualmente IR de acordo com o prazo de resgate da aplicação.