Cartões de crédito: quem já pagou muitos juros pode tentar um desconto se estiver com problemas para manter os pagamentos em dia (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2012 às 12h03.
Pergunta do internauta: Participando de alguns cursos e vendo reportagens sobre educação financeira, vi o quanto é bom fazer a anotação dos gastos e tentar controlá-los. Também entendi a importância de quitar as dívidas mais caras. Decidi então que pegaria um empréstimo em um banco em um valor não muito alto para quitar outros débitos mais caros. Porém, o banco não liberou o novo empréstimo. Minha dúvida é se vale a pena tentar negociar com o banco as parcelas de dívidas que estão em atraso, como do carro e cartão de crédito? (Vanessa Ferreira de Almeida)
Resposta do professor Anísio Castelo Branco*
Prezada Vanessa,
Vamos responder sua pergunta passo a passo:
1) Tudo pode ser negociado: Não se desespere e não ceda à pressão dos cobradores. Diga sempre que tem um dinheiro para receber e que vai entrar em contato até o final do mês.
2) Faça a lição de casa: É muito importante conhecer as próprias finanças. Identifique todas as despesas e receitas. Dividas as despesas em fixas e variáveis. Faça o mesmo com as receitas.
O objetivo é montar as seguintes equações:
RECEITA FIXA (-) DESPESAS FIXAS = POUPANÇA
RECEITA VARIÁVEL (-) DESPESA VARIÁVEL = LAZER/DESPESAS EXTRAS
3) Defina as prioridades: É importante manter a máquina funcionando. Portanto, o dinheiro disponível, tem que seguir uma ordem natural na ora de gastar. A ordem de prioridade deve ser a seguinte:
a) Alimentação e saúde;
b) Moradia (aluguel, condomínio, luz, água, etc);
c) Educação;
d) Vestuário;
e) Lazer;
f) Bancos e outras despesas;
Respondendo a segunda parte da pergunta, podemos dizer que antes de negociar a dívida com os bancos, temos que em primeiro lugar conhecer cada tipo de dívida. Um dos maiores investimentos que um cidadão pode fazer é um curso de matemática financeira, pois é muito importante dominar pelo menos os cálculos básicos.
Em relação às dívidas com financiamento de veículos, é importante saber o saldo devedor correto no dia de negociar.
Sobre as dívidas com cartão de crédito, some os juros cobrados nos últimos três anos e peça 80% de descontos nos juros.
Por último, faça uma reunião de família e juntos decidam o que fazer. Todos devem participar: pai, mãe, tios, avós, filhos e qualquer outro que more na mesma casa. A cada um deve ser atribuída uma função específica: conseguir uma nova fonte de renda, controlar os gastos com lazer, atender as ligações do banco, e assim por diante.
*Anísio Castelo Branco é presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin), autor do livro “Matemática Financeira Aplicada” e professor do SENAC.
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