Títulos indexados à inflação podem ser negociados pelo Tesouro Direto e se beneficiam da queda de juros (pdsimao / SXC.hu)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2013 às 08h00.
Dúvida do internauta: Possuo capital investido em fundo e em previdência cujo índice de referência é o IMA-B (indicador do desempenho de uma cesta teórica de títulos públicos atrelados à inflação). Tive bons retornos neste ano com estes investimentos, porém me preocupo com a crescente onda de comentários sobre aumento da taxa básica de juros, a Selic, no meio do ano que vem. Está na hora de abandonar os fundos de títulos de renda fixa ativos?
Resposta de Fernando Meibak*:
Estivemos em um processo de forte fechamento de juros nominais e reais ao longo dos últimos meses, com impactos muito positivos nos ativos de renda fixa de longo prazo. Estamos num momento de estabilidade nas taxas de juros e o consenso, de modo geral, é de manutenção das taxas de juros nos atuais patamares por um longo tempo.
Eu, particularmente, sou mais otimista que a maioria e acho que as taxas irão cair. Acho que temos um quadro de atividade econômica muito impactada mundo afora, com juros nominais muito baixos por muito tempo (pelo menos até 2015), e juros reais negativos na maioria dos países desenvolvidos. Esse ambiente deve prevalecer nos próximo anos. Há, portanto, uma pressão de queda sobre os juros no Brasil.
Não creio em elevação de juros no médio prazo. Ao contrário, acho que brevemente teremos discussões sobre a necessidade de retomada do processo de redução da taxa básica. Os juros reais no Brasil, refletidos no papéis indexados ao IPCA, ainda estão elevados. Não vejo sentido em termos títulos do Tesouro Nacional rendendo IPCA mais 3,7% ou 4% ao ano. São rendimentos muito elevados. A despeito do forte ganho já obtido nesses ativos, recomendo continuar investido. Creio que essas taxas fecharão ao longo do tempo.
*Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.
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