Casa e moedas: vendedores estão baixando menos o preço ao longo da negociação. (./Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 16h07.
Última atualização em 4 de setembro de 2017 às 17h01.
São Paulo - A média de descontos dados por vendedores na compra de imóveis vem caindo desde junho do ano passado, de acordo com dados do índice Fipezap. De junho de 2016 a junho deste ano, esse porcentual caiu de 9,4% para 8%.
Antes deste período, os descontos vinham crescendo desde dezembro de 2014, com maior intensidade a partir de setembro de 2015.
Questionado sobre se esse comportamento seria um alerta para quem está esperando o melhor momento para comprar um imóvel, o coordenador da Pesquisa FipeZAP, Eduardo Zylberstajn, diz que ainda é cedo para apontar uma tendência.
Contudo, ele diz que o comportamento pode ser um movimento, ainda que tímido, de que, pelo menos, o mercado parou de "piorar". "Se a oferta fica mais flexível, a tendência é que a demanda fique mais animada".
Zylberstajn ressalta, contudo, que a queda dos descontos pode ter acontecido por conta de um ajuste dos preços anunciados dos imóveis no mercado. Se o vendedor anuncia o imóvel por um preço menor, naturalmente o desconto também será proporcionalmente mais baixo. Ele também considera que o porcentual de descontos ainda está acima da média histórica, de 7%.
O coordenador do Fipezap diz que os preços dos imóveis, de acordo com o índice, estão caindo nos últimos cinco meses. "Ou seja, é difícil dizer que o mercado está voltando a aquecer, porque os preços continuam pressionados". Nos sete primeiros meses do ano, os preços caíram 0,38%, segundo o índice.
Para Zylberstajn, enquanto incertezas políticas e econômicas não se dissiparem no país, os preços continuarão convidativos. "O risco faz com que os compradores se esforcem mais para atrair clientes".
Ou seja, quem está otimista de que o governo conseguirá fazer a "lição de casa", diminuindo o gasto público e promovendo reformas, pode ser uma boa hora para adquirir a casa própria. Já quem não acredita que a recuperação acontecerá tão cedo deve esperar mais. "Se tudo correr bem, esperamos que dentro de alguns meses o mercado imobiliário registre alguma recuperação".
Zylberstajn aponta que os preços dos aluguéis tiveram, nos últimos meses, uma queda maior do que a dos preços de compra dos imóveis. Contudo, essa queda vem perdendo força.
Nos últimos doze meses, o aluguel residencial caiu 0,55%. Mas, desde o início do ano, acumula alta de 0,26%.
Ou seja, vale a mesma recomendação para quem busca comprar um imóvel: o momento pode ser propício para alugar outro imóvel maior ou em uma região mais valorizada por um preço semelhante. Mas é necessário ter confiança de que a economia deve se recuperar em breve. Caso contrário, os preços ainda podem cair.