França: bandeira e torre Eiffel (OnickzArtworks/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2022 às 06h50.
Última atualização em 28 de março de 2022 às 07h05.
A forte queda do dólar do patamar acima de R$ 5,60 no início do ano para a casa de R$ 5,00 nos últimos dias trouxe de volta para muitos brasileiros os planos de viajar para o exterior. São planos que ganham força também com a queda do número de casos de covid no mundo, em razão do avanço da vacinação no Brasil e no mundo.
Uma amostra de como está essa tendência será conhecida nesta segunda-feira, dia 28, com a divulgação às 9h30 dos resultados das contas externas do Brasil pelo Banco Central.
O relatório mensal relativo a fevereiro vai trazer os dados de gastos de turistas brasileiros no exterior, bem como informações macro como o investimento direto estrangeiro no país e o saldo (ou déficit) do país na chamada conta corrente com o mundo.
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A expectativa é que os números reforcem o início de uma tendência de aumento dos gastos de brasileiros em outros países, na medida em que, no mês passado, o dólar já estava sendo negociado no patamar de R$ 5,10 a R$ 5,20.
Isso já foi observado em janeiro, quando esses gastos totalizaram US$ 690 milhões, mais do que o dobro – um avanço de 124% – do que no mesmo mês de 2021. Naquele mês do último ano, com a pandemia ainda em estágio agudo, muitos países que estão entre os destinos mais procurados por brasileiros estavam com as fronteiras fechadas.
Apesar da volta gradual, as viagens e os gastos de brasileiros ao exterior ainda estão em patamares muito inferiores ao que ocorria antes da pandemia, nos meses finais de 2019 e no começo de 2020. Na ocasião, as despesas mensais superavam US$ 1 bilhão.
Reflexo da retração foi que, no ano fechado de 2021, os gastos de turistas no exterior somaram US$ 5,25 bilhões – média mensal de US$ 437,5 milhões –, no volume mais baixo em 16 anos.
Na última sexta-feira, dia 25, o dólar foi negociado no fechamento a R$ 4,74, o que representa uma queda de 15% em relação aos R$ 5,57 do final de 2021.
A acentuada desvalorização do dólar tem impacto significativo no custo de viagens.
Em uma viagem hipotética de US$ 2.000 para os Estados Unidos, contando passagem aérea, hospedagem e gastos com alimentação, transporte e compras, essa queda de US$ 0,83 representaria uma economia de R$ 1.660.
Em vez de custar R$ 11.140, a viagem sairia por R$ 9.480. A simulação leva em conta o dólar comercial e não inclui o impacto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre os gastos.