CVC: com créditos a partir de R$ 2.500, o "Viagem Programada" permite programar a compra de pacotes completos ou parciais de lazer e estudo (CVC/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 13h19.
Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 14h47.
Na tese de voltar às origens com ritmo mais intenso de vendas, o grupo de turismo CVC está lançando uma nova forma de pagamento para pacotes de viagens e intercâmbio: o consórcio, modelo comum no finacimento de compras de tíquete-médio mais altos, como carros ou imóveis.
O "Viagem Programada", como foi batizado o serviço, já está disponível em todas as lojas da rede CVC e na Experimento, bandeira de viagens de intercâmbio comprada pelo grupo em 2016.
A iniciativa, em parceria com a Klubi, primeira fintech de consórcios digitais autorizada pelo Banco Central, visa democratizar o acesso dos brasileiros a viagens de lazer e estudo no exterior, diz Emerson Belan, vice-presidente de vendas B2C(venda direta para o consumidor) da CVC.
Com créditos a partir de R$ 2.500, o "Viagem Programada" permite programar a compra de pacotes completos ou parciais de lazer e estudo. O parcelamento pode ser feito em 24 ou 36 vezes para a compra de diversos serviços como pacotes, programas de educação internacional, passagens aéreas, diárias de hospedagem, aluguel de carros, seguro-viagem, passeios e ingressos.
A nova modalidade se soma a outras formas de pagamento que a companhia oferece, que vai desde financiamentos com bancos parceiros ou próprio, FGTS, Nupay (somente na CVC), cartão de crédito, débito e PIX, programa de pontos, parcelamento estendido em até 10 vezes.
A ideia veio na esteira de mudanças que a companhia tem feito em sua reestruturação desde junho de 2023, quando os Paulus, família fundadora, voltou à base de acionistas e trouxe consigo seu homem de confiança para comandar os negócios, Fabio Godinho. "Estamos muito felizes com o trabalho consistente estamos fazendo. Tínhamos muito claro a estratégia da companhia de 'back to the basic', incluindo aí formas alternativas de pagamento, produtos exclusivos e antecipação de compra dos nossos fornecedores", diz Belan.
No ano, as reservas confirmadas e consumidas (que incluem os números do mercado argentino, onde a empresa opera com a Almundo) ainda são menores do que de janeiro a setembro de 2023, mas a receita acumula crescimento de 3,7%, para R$ 975,2 milhões, e o take rate (indicador de rentabilidade da CVC, que representa a porcentagem da receita líquida sobre as reservas) aumentou 1,2 ponto percentual, para 9,3%. Com isso, o grupo conseguiu diminuir as perdas na última linha do balanço, passando de um prejuízo de R$ 382,4 milhões para R$ 42 milhões nos primeiros nove meses do ano.
Para Belan, a parceria com a Klubi foi estratégica para a CVC. "A empresa buscava um parceiro que estivesse alinhado com sua estratégia "figital", diz ele. Com 1200 lojas da CVC, além de 51 da Experimento, a companhia intensificou no últimos meses seus esforços de digitalização e integração desse universo online com a rede física.
A escolha pela Klubi também se deu pela busca da CVC por um modelo de consórcio com o menor custo administrativo possível, segundo Belan. A taxa de administração é fixa e varia de R$ 50 a R$ 119 por mês para créditos de R$ 2.500 a R$ 10.000. As mensalidades não têm reajustes ao longo do prazo e a experiência é 100% digital.
O "Viagem Programada" se diferencia dos consórcios tradicionais por alguns benefícios, segundo a CVC. Além de participar mensalmente de sorteios, o cliente pode resgatar 100% do crédito a partir do sexto mês, pagando apenas 50% do valor do plano. O pagamento do crédito é feito pela Klubi diretamente para a CVC, garantindo poder de compra à vista para a empresa.
"Também é uma oportunidade para clientes que desejam complementar a viagem com a inclusão de outros serviços ou mesmo avaliar outros destinos que inicialmente não estavam considerando”, diz Belan.
A CVC acredita que o "Viagem Programada" irá ampliar a base de clientes e a taxa de conversão de vendas, principalmente entre as classes A, B e C. A expectativa é que o novo produto gere um aumento de 10% a 20% nas vendas ao longo do tempo.
"Tem um mercado enorme de turismo para crescer. Um exemplo é o turismo religioso, com grupos que buscam viagens para destinos como Jordânia ou Vaticano. É um produto que terá que passar pela maturação, mas que acreditamos que, no mínimo, possamos trazer ao longo do tempo de 10 a 20% a mais de vendas", projeta Belan.
O consórcio é uma alternativa para quem deseja se programar para viajar em períodos de alta demanda, como férias, feriados prolongados e datas comemorativas, quando os preços costumam ser mais altos, acrescenta.