Saque em lojas também poderá ser feito por ferramenta em 2021 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 20h10.
Nos próximos meses, o trabalhador poderá movimentar a conta salário por meio do Pix, sistema do Banco Central (BC) de pagamentos instantâneos. A declaração foi dada hoje (28) pelo diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello.
O diretor também anunciou três novidades para 2021: o uso do Pix para saques em estabelecimentos comerciais, o pagamento por aproximação pelo Pix e o iniciador de pagamentos no sistema.
Por meio do saque em lojas, o usuário faz uma transferência Pix para um estabelecimento comercial e saca o valor em dinheiro. O usuário também pode fazer uma compra e repassar um valor maior, retirando a diferença no caixa.
No pagamento por aproximação, o cliente pode aproximar o celular de uma maquininha de cartão, que debita o valor por meio do Pix. Na iniciação de pagamentos, será criado um tipo de instituição financeira, com capital mínimo de R$ 1 milhão, que executará as transferências, mas não participará do fluxo financeiro.
Mello também anunciou um sistema de devolução de recursos em caso de falha operacional das instituições ou de suspeita fundada de fraude. O diretor do BC também prometeu, para este ano, a integração dos aplicativos dos bancos e das demais instituições participantes do Pix com a agenda dos smartphones. Dessa forma, o usuário pode usar o aplicativo da instituição financeira para abrir a lista de contatos e ver quais números de telefone estão associados a uma chave Pix.
O diretor do BC também fez um balanço do Pix. Segundo ele, desde o lançamento do sistema, em novembro, a quantidade de operações por meio da ferramenta ultrapassou o volume somado de transferências eletrônicas diretas (TED) e de documentos de ordem de crédito (DOC). Segundo ele, isso atesta o sucesso da ferramenta.
Campos Neto reforçou a visão da autarquia de que o choque da inflação é temporário, mas reconheceu haver uma contaminação dos núcleos de inflação.
"Entendemos que grande parte dos elementos da inflação é temporária. Também entendemos que, mais recentemente, tivemos uma aceleração de tendência de alta nos núcleos, teve (preços) industriais que começaram a ter alta mais sustentada", comentou Campos Neto em evento virtual da Monte Bravo.
O presidente do BC relacionou a inflação dos alimentos à "enorme" transferência de renda realizada após o choque da pandemia, citando como exemplo as altas de preços mais expressivas em itens consumidos por famílias de baixa renda, como o arroz, em decorrência do pagamento do auxílio emergencial.
Embora a inflação de alimentos no Brasil tenha sido acima do que de países emergentes, Campos Neto lembrou que a alta nos preços de serviços no País está bem abaixo da media.