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Comprar imóvel em Miami pode ser mais vantajoso que no RJ

Diretor de uma das primeiras imobiliárias brasileiras a se instalar nos EUA destaca três vantagens em comprar imóveis em Miami

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 17h49.

São Paulo – A busca de imóveis em Miami por brasileiros já é tão comum que alguns empreendimentos estão se adaptando ao gosto do brasileiro e adotando o modelo de um apartamento por andar, muito buscado por aqui, mas incomum por lá. A informação é de Leo Ickowicz, diretor da Consultoria Elite International Realty, uma das primeiras imobiliárias brasileiras a se instalar nos Estados Unidos, há 23 anos. Ele afirma que o melhor momento para investir em imóveis no país foi no ano passado, mas ainda dá tem tempo de aproveitar as vantagens que Miami está oferecendo, como os retornos de aluguéis, que estão com a demanda alta, os juros mais baixos do que no Brasil e os preços dos imóveis, que podem ser menores do que no Rio de Janeiro, por exemplo.

Segundo dados da Miami Association of Realtors (Associação de Corretores de Imóveis de Miami) em 2011, do total de imóveis vendidos a estrangeiros, 12% foram adquiridos por brasileiros, que só não compraram mais imóveis que os venezuelanos, que respondem por 17% dos imóveis adquiridos. E para 2012, a Elite espera que os brasileiros apareçam como os principais compradores.

Ickowicz esteve recentemente no Rio de Janeiro e em São Paulo para duas rodadas de negócio e, segundo ele, as vendas de imóveis renderam 30 milhões de dólares. “O melhor momento para comprar foi no ano passado, mas agora ainda estamos em um bom momento, que deve durar mais seis a oito meses. Os americanos estão tão interessados nos brasileiros, que o padrão era de no mínimo dois apartamentos por andar e eles estão fazendo prédios de um por andar por causa da demanda do brasileiro e dos latino-americanos em geral, os próprios construtores tentam vender os imóveis falando isso”.

Veja a seguir as principais vantagens que o diretor da Elite International Realty destaca na compra de imóveis em Miami. 

1) Valor dos imóveis

Segundo Ickowicz, o principal fator que leva os brasileiros a comprar imóveis no exterior é o valor. “Os preços dos imóveis nos Estados Unidos já estiveram 40% mais baratos do que no Brasil. Hoje eles já subiram um pouco, mas ainda é possível encontrar imóveis com preços 20% a 25% menores do que no Brasil”, afirma.

Ele conta que o preço do metro quadrado em Brickell e Aventura, as regiões mais buscadas pelos brasileiros em Miami, está entre 3.200 e 3.500 dólares, ou 6.480 a 7.087 reais (segundo cotação do dia 21 de setembro).

De acordo com o índice FipeZap de imóveis, em agosto, o valor médio do metro quadrado em seis capitais brasileiras e no Distrito Federal era de 6.799 reais. No Rio de Janeiro, por exemplo, o metro quadrado médio custa 8.260 reais e em São Paulo 6.703 reais.

Apesar de, na média, os valores se equipararem, Ickowicz explica que um imóvel de luxo em Miami, com pé na areia, custa 10.000 dólares (ou 20,249 reais segundo a ctoação do dia 21 de setembro) por metro quadrado se comprado no lançamento. O valor pode ser mais baixo do que o de um apartamento parecido em regiões nobres do Rio de Janeiro. Pesquisa feita pela Fipe em parceira com a Lopes para a revista EXAME mostra que no Rio de Janeiro, o valor médio do metro quadrado de um apartamento novo em Ipanema, por exemplo, varia entre 35.000 a 36.000 reais.


O diretor da Elite ainda ressalta que em Miami e Orlando é fácil encontrar imóveis a partir de 200 mil dólares, entre 70 e 100 metros quadrados. "´E mais difícil encontrar imóveis por este valor e do mesmo tamanho no Brasil."

2) Retorno do investimento 

O diretor da Elite International afirma que por causa da crise atual e principalmente pelo estouro da bolha imobiliária nos estados Unidos em 2008, os imóveis nos Estados Unidos não têm um forte potencial de valorização no curto prazo. Mas, ele acredita que a compra do imóvel no país para investimento pode fazer sentido pela valorização dos imóveis no longo prazo, que deve vir com a recuperação da economia americana, e também pelos retornos dos aluguéis, que estão com a demanda aquecida. 

“Os moradores que perderam suas casas na crise agora estão morando de aluguel e por isso a demanda nunca esteve tão alta. Antes, nós demorávamos cerca de 30 dias para conseguir um inquilino e hoje, em uma semana, já é possível encontrar”, afirma Ickowicz.

Estudo de uma empresa de análise de tendência do mercado imobiliário dos Estados Unidos, a Local Market Monitor, mostra que em Miami o retorno médio do aluguel de prédios e casas em 2012 tem variado entre 6% e 6,4% ao ano. A empresa também estima um aumento de 14% no valor do aluguel nos próximos três anos 

E de acordo com o Miami-Dade, órgão de Desenvolvimento Econômico e Comércio Internacional de Miami ligado ao governo americano, entre junho de 2011 e julho de 2012, as vendas em Miami aumentaram 15,3% e o preço médio subiu 16,3%.

Artigo do jornal The Miami Herald, que comenta o aumento da demanda por aluguéis no sul da Flórida, explica que algumas pessoas, por conta da crise, não estão conseguindo obter créditos para o financiamento por não terem uma condição financeira que as torne qualificadas para obter o empréstimo. E além disso, alguns também ainda não acreditam, por causa da crise, que este é o momento certo de comprar um imóvel.

No mesmo artigo, são citados dados da Real Estate Advisors LLC, consultoria voltada a investidores do mercado imobiliário, que mostram que na área central de Miami os valores dos aluguéis subiram 11% no primeiro trimestre de 2012 em relação ao mesmo período de 2011. 

3) Juros mais baixos

No Brasil, uma das taxas mais baixas para financiamento de imóveis é a praticada pela Caixa. Após as recentes reduções de juros, suas taxas passaram a 8,85% ao ano para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH - para valores abaixo de 500.000 reais) e 9,9% ao ano para os imóveis fora do SFH (acima de 500.000 reais).

De acordo com dados do Miami-Dade, a taxa de juros média cobrada para financiamentos de imóveis nos Estados Unidos é de 4,00% ao ano e em Miami, 4,01%.

Além de as taxas serem menores, Ickowicz afirma que é muito simples conseguir realizar um financiamento com bancos americanos, se o comprador comprovar que tem renda suficiente para comprar o imóvel. “O que o brasileiro precisa para financiar um imóvel nos Estados Unidos é provar que ele já tem 40% do valor do imóvel, provar que o seu rendimento suporta pagar seu padrão de vida no Brasil e a prestação de imóvel aqui e uma carta de referência de um ou dois bancos brasileiros comprovando o seu histórico de renda nos últimos dois anos”, explica.  

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