Viajar na baixa temporada implica em economia de até 50% (Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 18h36.
São Paulo - Depois de alcançada a almejada dobradinha entre tempo livre e algum dinheiro na conta, planejamento é a palavra de ordem para o turista que busca aproveitar as férias da melhor forma possível. E o primeiro passo para otimizar a gastança é definir o destino e a época da viagem.
Quem opta por viajar na baixa temporada, pode conseguir descontos que chegam a 20%. Se por um lado hotéis e passagens tornam-se mais baratos, por outro o turista também conta com a vantagem de enfrentar menos filas em museus, restaurantes e atrações turísticas. Em tempos de vacas magras, empresas e profissionais irão se esforçar com mais afinco - e melhores preços - na conquista de potenciais compradores. Logo, crescem as chances de você ser melhor atendido, apesar de estar desembolsando bem menos. “Na soma das coisas, a economia pode chegar aos 50%”, afirma Ronaldo Faria, gerente de treinamento da CVC.
No Brasil, lembra Samantha Hebling, gerente de produto da Decolar.com, a alta temporada independe do verão. “A maioria das pessoas busca viajar no período de férias escolares ou coletivas, que compreende a época entre Natal e Ano Novo, além dos meses de janeiro, fevereiro e julho”, afirma. Como na Europa a estação mais quente é determinante para atrair os turistas, quem embarca rumo ao Velho Mundo em agosto também vai arcar com as tarifas cheias.
Mas ao contrário do que possa parecer, existem sim vantagens em viajar na alta. "É quando você aproveita o melhor momento do país", emenda Ronaldo Faria, da CVC. Para ele, um destino que sintetiza essa ideia é a Grécia. Na baixa temporada os dias são mais curtos, casas noturnas e restaurantes estão fechados, as praias ficam vazias e não há aluguel de barcos para passeios curtos. "Paga-se mais barato, mas em compensação não há serviço algum. Até os frutos do mar ficam escassos", completa ele.
Real fortalecido e euforia no exterior
Seja qual for a data escolhida, é possível priorizar a economia viajando no período em que os preços certamente estarão salgados. Com o real fortalecido do lado, o brasileiro conta com a vantagem de multiplicar seu poder de compra, principalmente onde a vantagem da moeda tupiniquim sobre a do país de destino é naturalmente maior. Na terra dos hermanos, um real vale mais que 2,30 pesos.
Outras boas pedidas para economizar com o câmbio são Canadá, cujo dólar chega a ser um quarto mais barato que o norte-americano, além de Caribe, México e Uruguai. De maneira geral, entretanto, enfrentar as filas de embarque internacional passou a valer a pena para praticamente todos os lugares do mundo.
Se na posse do presidente Lula em 2002, o dólar quebrou a barreira dos 4 reais em meio às desconfianças do mercado em relação aos rumos da economia, hoje o brasileiro comemora o câmbio a 1,70. De fato, pujança econômica e moeda barata entregam um resultado certo: Estados Unidos e Europa nunca foram tão acessíveis. Não por menos, o gasto dos brasileiros no exterior de janeiro a outubro deste ano superou o montante despendido em todo o ano de 2009, atingindo o recorde histórico de 13,1 bilhões de reais.
Passagens aéreas: existe hora certa para comprar?
Entoada aos quatro ventos, a antecedência para buscar as passagens pode não ser sinônimo de economia. “As companhias orientam a compra com o máximo de antecedência porque isso é bom para elas, que enchem o vôo mais cedo sem precisar lançar ofertas”, afirma Leonardo Marques, criador do blog de promoções aéreas Melhores Destinos. “Depois de 70% dos assentos garantidos, elas só querem o executivo que vai comprar de última hora”, completa.
Por isso, o ideal é buscar a passagem com uma antecedência de um mês para vôos de baixa temporada no Brasil. No caso de feriados ou alta temporada, o viajante pode se antecipar em dois ou três meses. Se o intuito é viajar para fora, esse prazo pode se estender para quatro meses.
Se houver flexibilidade na definição da data para viagem, o ideal é voar no meio da semana, quando os preços podem estar até 5% mais baratos. A demanda de quem viaja a trabalho é maior das 7h às 10h e das 17h às 20h. Como os passageiros corporativos colocam o horário ideal na frente do ticket mais econômico, é grande a probabilidade do vôo ficar cheio, a despeito do valor fixado para a tarifa. Por isso, as passagens do começo e fim do dia costumam ser mais caras.
Outra dica é priorizar os programas de relacionamento no cartão de crédito para acumular milhas e revertê-las em passagens aéreas. Vale lembrar que as companhias aéreas praticam uma banda de preços predeterminada, com variações de até 40%. Assentos mais econômicos ocupam de 5% a 10% da aeronave e terminam mais rapidamente. Portanto, aproveite as facilidades que a web oferece e fique de olho nas promoções anunciadas na rede, cadastrando-se para receber a newsletter das empresas ou acompanhando os posts das companhias no Twitter.
No Brasil, os sites Decolar.com (www.decolar.com) e Submarino Viagens (www.submarinoviagens.com.br) possibilitam a busca por passagens, além de hotéis, carros para aluguel e pacotes de viagem. Para incursões no exterior, três sites costumam ser bem acessados por visitantes que buscam aliar bilhetes aéreos a serviços adicionais: Orbitz (www.orbitz.com), Expedia (www.expedia.com) e Travelocity (www.travelocity.com).
Por sua vez, endereços como o Skyscanner (www.skyscanner.net), Wegolo (www.wegolo.com) e Fly Loy Cost Airlines (www.flylowcostairlines.org/) rastreiam as passagens mais econômicas entre companhias de baixo custo que operam lá fora. No Kayak (www.kayak.com), é possível receber por e-mail as oscilações de preço do ticket procurado, além de sugestões de viagens a partir das tarifas mais baixas encontradas por outros usuários. Quem está na Europa, pode acessar o Flycheapo (www.flycheapo.com) para localizar bilhetes econômicos entre 45 empresas "low fare". Já no site Attitude Travel (www.attitudetravel.com), o internauta encontra informações sobre as tarifas mais em conta para viajar de trem e ônibus no continente, além da indicação das empresas de baixo custo que voam na Ásia, Austrália, norte da África e Oriente Médio.
Antes de fechar o negócio guiado pelo preço, entretanto, o viajante deve ponderar se de fato vai gastar menos. Isso porque as companhias "low fare" costumam decolar de aeroportos distantes do centro da cidade, o que no fim das contas encarece o custo do embarque. Também é importante se atentar para a série de tarifas que são cobradas à parte. Na Ryanair e na Easyjet, duas das mais famosas empresas do segmento na Europa, até o pagamento com cartão de crédito tem seu preço. Nos Estados Unidos, pesquise as empresas JetBlue e Southwest Airlines.
Pacotes são opção para quem não deve lidar com imprevistos
Normalmente quem fecha um pacote com uma agência consegue preços mais em conta. “O segmento do turismo é dividido em vários tipos de tarifa”, explica Samantha Hebling, do Decolar.com. As empresas de turismo trabalham com melhores tarifas por comprarem em maior volume. Logo, o preço de um bom hotel, por exemplo, sai mais barato que se a reserva fosse feita individualmente, quando o consumidor arcaria com a chamada tarifa balcão.
Mas se o custo é o grande atrativo, os acordos costumam ser bem menos flexíveis. Ainda que dispense a parte terrestre e só leve a aérea, o turista só poderá remarcar o bilhete quando a companhia oferecer vagas na mesma classe tarifada. Além disso, ele deverá arcar com uma multa de cancelamento mais pesada. “Por isso, os pacotes são para as pessoas que realmente se programam”, diz Hebling.
Para se ter uma ideia, a CVC anuncia um pacote de 6 noites em Paris, durante a época do natal, por 3.731 reais, com preço sujeito a revisão. Considerada a mesma companhia aérea e hospedagem oferecidas (TAM e Hotel Kyriad Plaza), e empreitada custaria 4.092 reais para o turista que resolvesse fechar o pacote por conta própria, um aumento de 9,6%.
Por outro lado, foi possível achar viagens com a mesma duração e para o mesmo destino por preços mais convidativos nos sites de buscas. No Submarino Viagens, a opção mais econômica saiu por 2.955 reais, com hotel no subúrbio de Paris. No Decolar.com, encontramos um pacote ainda mais barato: 2.555 reais. A acomodação, no entanto, era a mais simples de todas.
No final das contas, ainda que o consumidor opte por fechar o pacote em uma loja física, pesquisar outras condições só irá beneficiá-lo. Confrontando preços e condições, ele poderá constatar que de fato está pagando mais caro, mas por um serviço superior. Ou ainda que pode abraçar outras alternativas se a ordem é realmente limar os gastos. Para os menos afortunados, os albergues não devem ser deixados de lado como opção de estadia. No site HostelWorld (www.hostelworld.com) é possível pesquisar tarifas e inclusive efetuar o pagamento da reserva. Antes de se entusiasmar, contudo, é bom ouvir a opinião de quem vive a experiência na pele. Nesse caso, quem ajuda é o TripAdvisor (www.tripadvisor.com), endereço em que os internautas registram suas impressões, vezes ácidas, sobre os diversos estabelecimentos espalhados mundo afora.