Facebook tem investidor ilustre (T4F/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 07h00.
São Paulo – Entre os muitos investidores que ficarão milionários quando a oferta inicial de ações do Facebook for concluída, um deles se sobressai. Bono, vocalista do U2, é um dos que aplica na rede social. Por meio de seu fundo de private equity, o Elevation Partners, Bono e seus sócios têm uma fatia da rede, estimada em 1,5%. Com o primeiro passo para o IPO, a estimativa é que o Facebook passe a valer 100 bilhões de dólares, o que levaria o valor da participação de Bono para 1,5 bilhão de dólares.
O valor é muito superior ao que Bono e seus sócios aplicaram no site de relacionamento. A empresa promoveu duas rodadas de investimentos na rede social. Não há um dado oficial sobre os valores ou quantidade de ações adquiridas. A estimativa do mercado, porém, é que o fundo tenha investido cerca de 210 milhões de dólares, com a empresa valendo em média 14 bilhões de dólares. Levando em consideração esse dado, o investimento do Elevation Partners apresenta uma rentabilidade de 614% desde o último investimento.
O retorno pode mudar para mais ou para menos, pois a oferta pública não significa, necessariamente, que as ações mantidas pelo Elevation Partners serão vendidas. Mas é muito difícil que o fundo se desfaça dos papéis por menos do que pagou considerando as atuais avaliações da empresa.
Aqui no Brasil, o private equity e o venture capital também são modalidades de investimento que oferecem alto potencial de retorno com um risco proporcional. Os fundos captam dinheiro para aplicar em empresas em diversos estágios, desde iniciais até um pouco mais avançados. Essas companhias, porém, sempre precisam de melhorias que o fundo ajuda a realizar. O lucro da empresa tende a crescer com as mudanças e é o que dá rentabilidade também para os investidores. “O Brasil vai viver um ciclo de crescimento econômico nas próximas décadas e, quando esse capital entra nas empresas, gera emprego e renda. É crescimento sustentável”, diz Sidney Chameh, presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP).
Esse ciclo de crescimento promove chances para quem quer aplicar no setor. Investidores qualificados têm mais alternativas disponíveis no mercado. No Itaú Unibanco, por exemplo, os clientes do private banking têm essa opção de investimento disponível. Eles podem aplicar em fundos tanto da Kinea, gestora de private equity do banco, quanto de outros gestores. Charles Nogueira Ferraz, responsável por estratégias de investimento e gestão patrimonial do private banking do Itaú Unibanco, explica que a recomendação desses fundos é feita com muito cuidado aos clientes, pois embora a possibilidade de retorno seja muito elevada, o risco é proporcional. Para cada Facebook, há milhares de outros negócios que morrem na praia. “Sugerimos que essa aplicação não passe 5% da carteira de investimentos”, diz.
O banco já ofereceu a possibilidade de aplicar a partir de 300.000 reais nesses fundos. A aplicação mínima, porém, varia bastante. Ferraz conta que no momento os clientes estão conhecendo um fundo que investirá em empresas da cadeia produtiva do petróleo, no qual a aplicação mínima é de 1 milhão de reais.
Para quem não tem vários milhões no bolso, as alternativas ainda são restritas. Os produtos começam a surgir aos poucos e hoje já há no mercado a possibilidade de experimentar o investimento com aplicações a partir de 20.000 reais.
Riscos x Ganhos
Algo muito importante que o investidor deve ter em mente é que esse tipo de fundo oferece baixíssima liquidez. “O tempo médio de aplicação é entre oito e dez anos”, afirma Ferraz, do Itaú Unibanco. A rentabilidade, porém, também pode ser bem alta. O executivo estima um lucro de 20% a 30% acima da inflação.
Outra desvantagem é a tributação, como lembra Chameh, da Abvcap. Apesar de ficar muito tempo aplicado numa empresa, o investidor não tem benefícios fiscais por isso e paga 15% sobre o lucro que tiver quando se desfizer de suas ações.