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Como investir com um “piloto automático”

Produtos que debitam parte do saldo direto da conta corrente para aplicar são indicados para formar poupança no longo prazo, mas não servem para todos investidores

Já pensou em investir com um "piloto automático"? (Divulgação)

Já pensou em investir com um "piloto automático"? (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h58.

São Paulo – Uma das principais dicas para manter o controle emocional na hora de investir é manter a disciplina, não importa se o mercado está num momento de lucros polpudos ou de quedas persistentes. Mas aplicar no mercado em baixa, embora costume ser a estratégia mais lucrativa ao longo dos anos, pode ser difícil para os investidores que não suportam perdas de curto prazo.

Uma maneira de manter a frequência a qualquer custo são os produtos de investimento programado que as corretoras de alguns bancos oferecem. O investidor escolhe o valor que será debitado mensalmente da conta corrente e ele é aplicado nos produtos vinculados, que podem ser ações ou fundos de investimento. O modelo é também uma boa forma de manter controle sobre aplicações e rendimentos. Como algumas ações ainda pagam dividendos mensais, programar as aplicações é uma forma de não deixar o dinheiro parado na conta. “Chega um momento que, ao aplicar em empresas lucrativas, os próprios dividendos pagam os aportes programados”, afirma o educador financeiro Mauro Calil.

O modelo é indicado para ser usado sempre no longo prazo. É como construir uma poupança ou um plano de previdência, produtos que limitam um pouco o poder de diversificação do investidor. “Nos planos de previdência, existe um máximo de aplicação em ações e também não é permitido fazer alavancagem”, lembra Sinara Polycarpo, superintende de investimentos do Santander.

Para quem está começando a construir um patrimônio na bolsa, a principal vantagem é o “parcelamento” das aplicações. “O investidor faz aportes mensais que cabem no bolso. Como a bolsa é cíclica, quando ela cai, o mesmo dinheiro compra um valor maior de papéis e isso é positivo”, afirma Calil.

O poder de compra de um pequeno investidor também aumenta com o serviço. No produto do Itaú, por exemplo, é possível programar compras mensais de papéis de empresas como Petrobras, Vale, Gerdau e do próprio banco. “Um dos principais critérios de escolha das ações do programa é a liquidez, pois precisamos garantir que compraremos papéis para todos os clientes que solicitaram com o mesmo valor dentro daquele dia”, diz Jean Sigrist, diretor da Itaú Corretora.

Os papéis são adquiridos no leilão de abertura do mercado. Em algumas ocasiões, como nos dias de maior concentração de pedidos, que costumam ser os posteriores ao pagamento de salários, o banco consegue comprar fora do mercado fracionário e obter preços melhores do que os pequenos investidores conseguiriam sozinhos. Numa comparação com o dia a dia, é como se o pequeno investidor tivesse oportunidade de comprar no atacado, pagando preços mais baratos que no varejo.

Os produtos de investimento programado, porém, não funcionam para qualquer tipo de investidor. A indicação é para aqueles que estejam entrando no mercado financeiro agora ou que tenham um pequeno patrimônio em bolsa. “Para quem tem um patrimônio grande investido em bolsa, existem opções mais atraentes para aplicar”, afirma Calil. Em qualquer caso, a aplicação é sempre recomendada para o longo prazo. Além disso, outro porém é que o investidor não tem acesso a todos papéis da bolsa. E não dá para esquecer que o risco de bolsa, claro, sempre existe.

Conheça na próxima página alguns dos produtos disponíveis no mercado, que ajudam o investidor a aplicar no “piloto automático”. 


Bradesco

A opção do Bradesco é a compra programada de ações do próprio banco ou da Bradespar. Wlademir Bidoy Mendonça, superintendente-executivo da Bradesco Corretora, explica que existem dois serviços diferentes, o que aplica mensalmente em ações a partir de um volume e ativo escolhido e o serviço que reaplica automaticamente os dividendos que vieram dos investimentos. “Se ao final de um mês todo o dividendo obtido totalizar o valor de pelo menos uma ação, ele é reaplicado”, afirma. No caso dos dividendos, uma parceria do banco permite que os dividendos obtidos com ações da Vale também sejam reinvestidos automaticamente.

Para a aplicação programada, o cliente escolhe o número de ações que quer comprar e a data fixa para que o dinheiro saia da conta corrente e seja aplicado nos papéis escolhidos. Se precisar de interrupção por um mês específico, o cliente também pode solicitar.
Assim como os clientes do home broker, os que investem por meio da compra programada também estão sujeitos à taxa de custódia e de corretagem.

O programa, que existe desde 1980, está passando por reformulações e deve trazer novidades em breve.

Itaú

Pelo produto oferecido na corretora do Itaú, os correntistas podem aplicar em Gerdau PN, Cemig, PDG Realty, Petrobras PN, Vale PNA, Itaú Unibanco PN e cotas do ETF BOVA11, que reproduz a composição do Ibovespa. O cliente escolhe o dia em que quer que um valor pré-definido saia da sua conta para aplicar nos papéis de sua escolha. O mínimo mensal é de 100 reais. Num mês mais difícil em que não vai sobrar dinheiro, o investidor também pode brecar a ordem de compra com três dias de antecedência.

As ações escolhidas pela equipe de análise para entrarem no programa obedecem três critérios principais. “Reunimos empresas com liquidez, bons fundamentos, e marcas conhecidas, que os investidores que estão chegando ao mercado vão reconhecer”, afirma Jean Sigrist, diretor da Itaú Corretora.

Enquanto o cliente não completa seis meses no serviço ou forma um patrimônio de 3.000 reais aplicados (o que ocorrer primeiro), ele não paga taxa de custódia. Após esse período, o valor é de 10,80 reais por mês. Segundo Sigrist, o benefício existe para que dê tempo do cliente formar um patrimônio onde a rentabilidade compense os custos.

Os clientes também pagam taxa de corretagem, mas com um valor mais baixo do que o que incide nas ordens pelo home broker ou mesa. Quem aplica até 150 reais, por exemplo, tem o maior desconto, de 90% sobre a taxa convencional. Nesse caso, o cliente paga uma taxa de 1 real mais 0,03% do valor da compra. Para uma ordem de 100 reais, por exemplo, a corretagem sai por 1,03 real.

Santander

No Santander, além das tradicionais opções de poupança e previdência programada, quase todos os fundos oferecem vínculo com a conta corrente. Os valores e taxas variam de acordo com o fundo escolhido. Para se ter ideia, um dos exemplos mais acessíveis é o fundo setorial de ações de energia. O valor mínimo da aplicação inicial é de 2.000 reais e, após esse aporte, o cliente pode programar contribuições mensais de 100 reais debitadas diretamente da conta corrente. A taxa de administração do fundo é de 2% ao ano, abaixo da taxa praticada na gestão da previdência, que seria de 3% nos planos mais baratos. Mas o valor não deve ser o único critério de escolha. “O cliente deve levar em conta que é um plano de maior risco”, lembra Sinara.

HSBC

No HSBC, o investimento programado também é feito nos fundos de investimento do banco. Os correntistas podem escolher uma data semanal, quinzenal ou mensal para debitar uma contribuição pré-determinada da conta corrente. O valor e a data definidos podem ser alterados a qualquer momento e o cliente pode suspender a contribuição por um período se for necessário. O serviço não tem custo adicional e o cliente fica sujeito apenas ao pagamento das taxas cobradas em cada fundo.

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