Bolsa: investidor que quer participar das decisões de investimento com assessoria profissional tem 3 opções (.)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 10h00.
São Paulo – Além dos já tradicionais fundos de investimentos, quem não quer aplicar diretamente na bolsa de valores tem outros instrumentos importantes para comprar e vender ações. A principal vantagem comum entre os clubes de investimento, os fundos exclusivos e as carteiras administradas é que o investidor tem muito mais autonomia sobre seus investimentos do que teria dentro de um fundo convencional, embora tenha apoio de gestores profissionais. Cada um desses instrumentos, porém, é indicado para ocasiões diferentes. Conheça as principais diferenças e escolha o melhor para seu perfil:
Clube de investimento
Nos clubes de investimentos, grupo de amigos, familiares ou colegas de uma empresa que compartilhem o interesse no mercado financeiro podem se unir para investir juntos. Cada grupo de investimento deve ter entre três e 50 investidores. Essa regra é nova e foi alterada no ano passado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Antes era permitido até 150 cotistas. Como muitos clubes tiveram que se readaptar, somando a queda do mercado financeiro que assustou investidores, o número de clubes de investimento diminuiu de 131.521 no final de 2010 para 117.078 em novembro do ano passado, dado mais recente divulgado pela BM&FBovespa.
Com as novas regras, também surgiram algumas obrigatoriedades que aumentam os custos, como a realização de uma assembleia anual. Com isso, a indicação de valor mínimo para que o instrumento valha a pena aumentou um pouco. “Na Ativa sugerimos um investimento mínimo de 200.000 reais para que os custos compensem”, afirma Silvia Werther, diretora comercial da Ativa Corretora. O investimento mínimo praticado nas corretoras consultadas por EXAME.com varia entre esse valor e 500 mil (indicação da Geração Futuro).
O clube de investimento é indicado para quem tem interesse em conhecer o mercado financeiro, mas não tem experiência ou tempo suficiente para escolher o home broker. Por meio do fundo, a gestão fica a cargo de um dos membros ou da corretora escolhida.
Como o fundo mistura muita gente, é preciso que uma série de regras fique bem clara entre os participantes, que podem inclusive ser formalizadas no acordo de acionistas. “O mais importante é definir muito bem qual é o objetivo do clube, qual é o perfil de investimento e qual é a liberdade do gestor”, sugere Priscila Vargas, gestora comercial da Planner Corretora.
Principais regras: deve ter entre três e 50 cotistas sendo que o principal deles não pode ter mais de 40% do patrimônio total do clube. Outro ponto importante é que 67% dos investimentos devem estar alocados em ações.
Vantagens: os clubes de investimento têm isenção fiscal durante as operações. Os cotistas só pagam imposto na hora de resgatar seus lucros. “Outra vantagem é que o clube precisa de uma dedicação menor do que investir diretamente, já que vai existir um gestor para cuidar da estratégia”, afirma Manuel Lois, diretor da corretora Spinelli.
Desvantagens: embora o investidor tenha mais poder de decisão do que num fundo de investimento, como a aplicação é em grupo, as decisões também devem ser tomadas em conjunto. Nem sempre o principal responsável pelo clube terá tantos conhecimentos técnicos quanto o gestor de um fundo de ações com um excelente histórico de rentabilidade.
Fundo exclusivo
Essa modalidade é direcionada apenas para quem tem alguns bons milhões no bolso. A maior parte das corretoras consultadas recomenda aplicações mínimas entre 3 milhões de reais e 5 milhões de reais para que o fundo valha a pena. Isso porque, além dos custos normais de administração e corretagem que o investidor teria em quase todas as modalidades de investimentos, há também uma série de exigências que encarecem o instrumento, como auditoria externa, taxa da CVM e custos cartorários para abrir o fundo. Numa simulação feita pela Ativa, um fundo exclusivo com patrimônio de 3 milhões de reais gastaria 1,80% do valor por ano, sendo 1% com taxa de administração e 0,8% para esses outros custos.
O que o investidor deve pesar é se vale a pena pagar esses gastos em troca da isenção fiscal, que também está presente. “Para fundos exclusivos com 67% do patrimônio em ações, o investidor só aga imposto de renda na hora do resgate”, explica Ana Clara Rodrigues, diretora da Geração Futuro, corretora onde o bilionário Lírio Parisotto mantém seu fundo exclusivo, com patrimônio superior a 2 bilhões de reais.
Vantagem: no caso de fundos exclusivos de ações, o investidor tem isenção fiscal a cada operação e paga imposto apenas no resgate.
Desvantagem: como existe uma série de obrigatoriedades, os custos são altos. Assim, para que compense, o patrimônio também deve ser.
Carteira administrada
“A carteira administrada é oferecida como um serviço. Os investidores têm alguém para decidir a compra e venda de ativos e organizar relatórios sobre isso”, resume Priscila Vargas, da Planner Corretora. A modalidade também é dirigida para investidores mais abastados. Porém, como os custos não se comparam ao de um fundo exclusivo, as aplicações mínimas giram em torno de 500 mil reais.
Como a carteira administrada é montada caso a caso, elas tendem a oferecer rentabilidades e riscos de acordo com o perfil de cada cliente, seja ele conservador, moderado ou agressivo. A principal diferença para um fundo exclusivo é que a gestão fica a cargo da corretora contratada.
Vantagens: relatórios organizados e gestão profissional da corretora escolhida.
Desvantagens: ao contrário do fundo exclusivo, não há isenção fiscal e o cliente paga imposto sobre o ganho de todas as operações executadas.