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Como fugir dos micos que bancos oferecem aos investidores?

Veja como fugir de algumas armadilhar e enganações que muitos bancos lançam para cumprir suas metas


	Armadilha de dinheiro: para virar o jogo, a primeira coisa a ser feita é correr atrás de informação
 (Stock.XCHNG)

Armadilha de dinheiro: para virar o jogo, a primeira coisa a ser feita é correr atrás de informação (Stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 11h29.

São Paulo - Recentemente, uma leitora nos enviou uma mensagem com um desabafo sobre os tipos de investimento que os bancos de varejo oferecem para seus clientes. Dizia ela que, “muitas vezes, as grandes instituições oferecem produtos para cumprimento de metas, e não olham a real necessidade das pessoas”.

Assim como ela, outros leitores se queixam da falta de variedade em opções para investir. Quem não tem cacife para acessar o segmento de alta renda dos bancos de varejo, que oferece melhores oportunidades de investimento, acaba tendo como únicas alternativas a nova caderneta de poupança, com seu rendimento modesto, ou um plano de previdência. Se pesquisar, o investidor vai encontrar talvez um fundo DI e um fundo de ações da Petrobras e da Vale, apesar das dezenas de carteiras oferecidas para o varejo de alta renda. Ou um CDB que mal paga o rendimento da poupança.

Sem falar em algumas aplicações como o título de capitalização, que devolve o dinheiro investido apenas corrigido pela inflação, sem o rendimento de juros, e depois de um longo período. O atrativo desse tipo de aplicação costuma ser o sorteio de carros, ou prêmios em dinheiro, e não o rendimento em si. Por isso, muitos consultores financeiros nem consideram os títulos de capitalização como investimento.

Algumas dessas aplicações são interessantes para quem tem renda muito baixa, pouco conhecimento de investimentos, ou muita dificuldade em poupar, pela falta de organização do orçamento. O problema é que elas tendem a cobrar taxas de administração muito altas, às vezes superiores a 3%, e entregam uma rentabilidade baixa se comparada à de outras aplicações às quais o varejo não tem acesso. Não é raro ver uma aplicação cujo rendimento mal dá conta de compensar a inflação, se forem descontadas as taxas e os impostos.


A tributação é outro problema. Alguns gerentes ligam para oferecer aos clientes aplicações em fundos de previdência como opção para os fundos de renda fixa, que os bancos deixaram de oferecer ao varejo. Lembram da vantagem que a previdência tem ao não estar sujeita ao come-cotas, que faz o investidor pagar o imposto sobre o rendimento a cada seis meses, antes de sacar.

Mas não deixam claro que a aplicação tem imposto de renda maior, de até 35% nos dois primeiros anos de aplicação, para 22,5% a 15% dos fundos normais. A alíquota só se torna vantajosa após 10 anos. Afirmam apenas que é para o dinheiro de “longo prazo”, esquecendo que no Brasil isso significa pouco mais de um ano.

Além disso, não mencionam que os fundos de previdência para varejo cobram em média 3% ao ano de taxa de administração, quase metade da taxa de juros básica de 7,5%. E não deixam claro que o investidor paga ainda outra taxa, o chamado carregamento, que ”come” até 5% de cada aplicação feita no fundo.

Corra atrás de informação

A dúvida da leitora, que também pode ser a sua, é: como ter acesso a melhores opções de investimentos mesmo sem ter uma renda que me dê acesso ao segmento de alta renda dos bancos de varejo? O consultor financeiro Mauro Calil, criador da Academia do Dinheiro, lembra que, como diz a leitora, “os bancos de varejo oferecem investimentos de acordo com as metas de captação do gerente”. “Títulos, CDB, tudo isso está dentro das metas, mas isso nem sempre coincide com a necessidade do cliente”, afirma.


Para virar o jogo, segundo Calil, a primeira coisa a ser feita é correr atrás de informação. “O investidor precisa se instruir, fazer cursos de educação financeira”, afirma. De acordo com o consultor, mais conhecimento significa maior poder de barganha na hora de conversar com o gerente do banco sobre investimentos.

Em vez de um banco…

O segundo passo recomendado por Calil é “fugir da grande rede varejista de bancos”. Para quem já tem um conhecimento melhor do mercado financeiro, a dica é procurar uma corretora de valores. “Lá há aplicações tão sofisticadas quanto as do varejo de alta renda dos bancos, mas elas são acessíveis ao público com renda menor”, observa.

É possível encontrar, por exemplo, aplicações como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que têm como grande atrativo a isenção do imposto de renda sobre os rendimentos, ou CDBs de bancos menores, que costumam ter uma rentabilidade melhor em relação ao CDI. Para evitar o risco de quebra do banco emissor, basta o investidor aplicar em LCI ou em CDB até o limite de R$ 70 mil por CPF, valor protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito.

Há ainda grande diversidade de fundos de investimentos que atendem a diferentes necessidades dos investidores.

Além disso, Calil lembra que, ao se investir em uma corretora, os custos com que o cliente vai arcar são “muito mais transparentes do que nos bancos”. Ele alerta, entretanto, que é preciso estudar cada aplicação antes de escolher, “para ver se ela não vai destruir a rentabilidade acumulada com suas taxas e impostos cobrados”. “Nos grandes bancos, tudo se resume a taxas de administração, mas tem muitos outros encargos embutidos nelas, e nem sempre o cliente fica sabendo.”

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