Casal: Enquanto internauta poupa e anota os gastos, marido não sabe para onde o dinheiro vai (Divulgação/Imovelweb)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2012 às 08h00.
Dúvida do internauta: Eu sou casada, mas ainda não tenho filhos. Eu e meu marido pretendemos comprar um apartamento (moramos em um alugado). Nós dividimos as despesas da casa igualmente porque ganhamos salários parecidos. Mas, eu sempre consigo economizar mais porque anoto todos os meus gastos, enquanto o meu marido gasta, não anota e não sabe para onde o dinheiro vai. Como posso fazê-lo poupar mais? Afinal, temos um objetivo, que apesar de ainda não ter data marcada é muito importante para mim.
Resposta de Cássia d'Aquino*:
Que dinheiro é sinônimo de autonomia a gente descobre assim que recebe o primeiro salário na vida. Difícil é conciliar essa autonomia com o amor ou, o que é ainda mais complicado, com o casamento.
E isso porque há uma contradição eterna encerrada nessa situação. Viver a dois significa ter objetivos em comum – e parte importante de fazer esses projetos acontecerem implica em administrar as finanças não como um, mas como dois.
Quando os dois ganham e têm independência financeira o ideal é juntar forças e seguir um rumo em comum. Em que ponto estão nossas finanças e aonde pretendemos chegar? Como vamos organizar nossos gastos e aplicações de modo a chegar aonde queremos?
Se o casal não consegue criar um núcleo de interesses que lhes sirva como orientação fica quase impossível driblar as brigas por causa de dinheiro.
Que o gênio de maridos e esposas com frequência são incompatíveis- e responsáveis pelo fim de muitos casamentos- todo mundo sabe. Mas de alguns anos para cá começou a surgir um tipo especial de divergência no casal: a incompatibilidade financeira.
Aquela pessoa por quem a gente se apaixonou tem uma visão própria sobre o dinheiro que pode ser, e quase sempre é, completamente diferente da nossa. Um poupa, outro gasta. Um adora a caderneta de poupança. O outro não vê problema em detonar o cheque especial. Um anota, o outro esquece.
Lidar com essas diferenças faz parte da relação. O fato delas existirem não condena o casamento ao divórcio. Afinal, antes de mais nada, para manter um casamento é preciso saber ceder e administrar as diferenças, num clima de inteligente cumplicidade.
*Cássia D’Aquino é autora de diversos livros sobre educação financeira e consultora em projetos do Banco Central, Banco Nacional de Angola, BM&FBovespa, Febraban e United States Agency for International Development (USAID).
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