Energia: taxa extra será de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 30 de novembro de 2020 às 20h59.
Com a falta de chuvas nos reservatórios de algumas das principais usinas hidrelétricas do país, as contas de luz ficarão mais caras a partir desta terça-feira. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, na noite deste segunda-feira, retomar a cobrança das bandeiras tarifárias nas contas de energia.
Em reunião extraordinária, os diretores da agência também já decidiram acionar a bandeira vermelha no segundo patamar, a mais alta categoria desse sistema. A taxa extra será de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
A cobrança da taxa extra estava suspensa desde maio deste ano, por conta da crise econômica causada pelo coronavírus.
— A diretoria da Aneel resolve reativar a sistemática do sistema de acionamento das bandeiras a partir de 1º de dezembro de 2020 e operará no país a bandeira vermelha patamar dois — disse o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.
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A decisão ocorre porque o nível dos reservatórias de algumas usinas hidrelétricas está muito baixo. Isso obriga o governo a acionar usinas térmicas, que têm custo mais alto. Esse custo extra é repassado ao consumidor.
— Se mostra necessário reativarmos a bandeira para conscientizarmos a população do uso racional e eficiente da energia elétrica — disse o diretor da Aneel Sandoval Feitosa.
Segundo Feitosa, além do baixo nível dos reservatórios, há uma tendência de recuperação de carga da energia aos patamares pré-crise, o que demonstra a necessidade de reestabelecer as bandeiras tarifárias no curto prazo.
Os valores das bandeiras tarifárias são atualizados todos os anos e levam em consideração parâmetros como estimativas de mercado, inflação, projeção de volume de usinas hidrelétricas, histórico de operação do Sistema Interligado Nacional.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 pela Aneel como forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia gerada por meio de usinas térmicas, que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.
Quando chove menos os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar mais térmicas para garantir o suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.