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Cartão pré-pago para viajar ainda vale a pena?

Com elevação de imposto, comprar dólar, euro ou qualquer outra moeda estrangeira em espécie ficou bem mais barato; mas os cartões devem ser abandonados?


	Cartões: pagar com cartão em moeda estrangeira ficou mais caro, mas carregar muito dinheiro vivo também pode não ser indicado
 (LaTunya Howard/Wikimedia Commons)

Cartões: pagar com cartão em moeda estrangeira ficou mais caro, mas carregar muito dinheiro vivo também pode não ser indicado (LaTunya Howard/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 14h47.

São Paulo – Depois de o governo ter elevado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a compra de moeda estrangeiro no cartão pré-pago, comprar dinheiro em espécie para viajar tornou-se bem mais barato.

Mas isso não tirou totalmente a vantagem dos cartões pré-pagos que, na opinião de especialistas, não deveriam ser totalmente descartados na hora de planejar a viagem.

Enquanto que o IOF para a compra de papel-moeda é de 0,38%, o imposto é de 6,38% para carregar o cartão pré-pago, o mesmo percentual para as compras nos cartões de débito e de crédito internacionais.

Em contrapartida, carregar muito dinheiro vivo no bolso pode ser arriscado, uma vez que o viajante fica mais vulnerável a roubos, furtos e perdas.

Além disso, os cartões têm outras vantagens e facilidades que podem ajudar no planejamento financeiro. Veja os prós, os contras e as indicações de cada meio de pagamento (dinheiro em espécie, cartão pré-pago, cartão de crédito e cartão de débito).

Na opinião do planejador financeiro certificado (CFP) pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), Valter Police, o planejamento da viagem deve levar em conta todos os meios de pagamento.

A priorização de um ou outro deve atender ao perfil do viajante. “Se a pessoa prioriza segurança, deve dar preferência aos valores no cartão”, diz Police.

O diretor da corretora de câmbio Cotação, Alexandre Fialho, diz que, desde a medida que elevou o IOF do cartão pré-pago, a compra de moeda estrangeira para esse meio de pagamento caiu 40%.

“Antes, o cartão pré-pago respondia por 50% do nosso volume de vendas, sendo o papel-moeda responsável pela outra metade. Depois da medida, houve uma migração: 30% do volume no pré-pago e 70% no papel-moeda”, diz Fialho.

Para ele, se a pessoa deseja pagar mais barato, deve priorizar o papel-moeda. No entanto, deve levar algum dinheiro no cartão pré-pago, nem que seja uma quantia baixa, como 300 dólares.

“Se a pessoa for assaltada ou perder seu dinheiro em espécie, poderá fazer uma recarga no cartão para não ficar sem recursos. Se o cartão também tiver sido levado, basta um telefonema para que outro seja enviado”, diz o diretor da Cotação.

Segundo ele, a carga no cartão leva menos de 24 horas e pode ser feita pela internet. Já a entrega de um novo cartão em caso de perda ou roubo ocorre em até 72 horas e o pedido é feito por telefone.

Além disso, ele explica que o cartão pré-pago ainda se mostra vantajoso para certos segmentos, como os pais que mandam os filhos para o exterior para um intercâmbio de muitos meses e as empresas que enviam seus executivos em viagens.

“Para um jovem que vá fazer intercâmbio no exterior por seis meses, por exemplo, é complicado levar todo o dinheiro vivo do Brasil. O cartão pré-pago oferece mais segurança, e possibilita aos pais fazerem recargas periódicas, além de acessar o extrato do filho online”, diz Fialho.


Pré-pago X Cartão de crédito

Uma das vantagens do cartão pré-pago sobre o cartão de crédito era o IOF mais barato, mas agora esse fator foi igualado em ambos os meios de pagamento.

A outra vantagem, porém, persiste. Embora ambos os tipos de plástico sejam práticos e ofereçam segurança, o pré-pago permite ao viajante “travar” o valor da sua viagem, assim como a compra do dinheiro em espécie.

Ao comprar a moeda estrangeira ainda no Brasil, tanto em espécie quanto no cartão, o viajante já sabe exatamente quanto vai gastar na viagem.

No caso do cartão de crédito, só é possível saber quanto se vai pagar na data do fechamento da fatura.

É claro que, dessa forma, o viajante pode se aproveitar de uma desvalorização da moeda estrangeira. Contudo, também fica exposto ao risco de uma alta.

“Normalmente não se viaja para se fazer uma aposta, contando com a sorte. O melhor uso para o cartão de crédito na viagem é para fazer as reservas. Ele pode ser usado como garantia do aluguel de um veículo ou da reserva de um hotel, mas não precisa ser de fato utilizado”, diz Valter Police.

Para quem consegue uma boa cotação no seu banco, inferior à cotação turismo do cartão pré-pago, o cartão de crédito pode até ser mais vantajoso, mas ainda conta com o risco da demora para o pagamento da fatura. Até lá, o câmbio é totalmente imprevisível.

O cartão de débito internacional que alguns bancos oferecem pode se tornar uma alternativa interessante para quem consegue uma boa taxa de câmbio no seu banco.

O IOF para este meio de pagamento também foi elevado para 6,38%.

O cartão de débito ainda tem o risco da incerteza sobre o câmbio quando o viajante sai do Brasil, mas pelo menos ele já saberá, no ato da compra, que vai pagar o câmbio daquele dia. Reduz-se, portanto, o risco do longo prazo até o vencimento da fatura.

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