BMW 320i ActiveFlex 2015 é tabelado em R$ 110.119, mas no mercado grande parte dos modelos é oferecida por valor acima da tabela (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2017 às 14h12.
Última atualização em 13 de abril de 2017 às 11h37.
O mercado premium adotou caminhos próprios com a crise. Enquanto os demais viam suas vendas despencarem em 2015, eles subiram 22,3%. Agora, mesmo sentindo o peso do mau momento, o carro premium se mostra uma forte moeda no mercado de seminovos.
Os três principais representantes do segmento ilustram bem a prática. O BMW 320i ActiveFlex 2015, por exemplo, é tabelado em R$ 110.119, segundo a Fipe. No mercado, grande parte dos modelos é oferecida por valor acima da tabela, que chegam a R$ 125.00, mesmo em unidades com a média de 10.000 km rodados.
Já o A3 Sedan 1.4 Flex Ambiente 2016 custa na Fipe R$ 93.272. Na prática, ele acaba sendo encontrado por valores entre R$ 90.000 e R$ 110.000, em média.
O caso mais gritante é o do Mercedes-Benz C 180 Avantgarde 2015. Por R$ 114.482 na tabela, os modelos à venda ficam, também em média, entre R$ 115.000 e R$ 130.000, apesar de alguns já terem passados dos 20.000 km.
A supervalorização dos automóveis usados premium se deve a duas razões. A primeira é a superexposição desse segmento, que criou um mercado de interessados que antes não existia.
A segunda é a queda na venda dos premium novos (foi de 30,6% em 2016), em função da crise. Com isso, quem quer um modelo de luxo, mas não tem mais dinheiro ou não tem a confiança no economia para investir tanto, acabou optando pelo carro de segunda mão.
Com a alta do dólar nos últimos anos, os importados zero km tiveram aumentos consideráveis de preço. Nosso A3 de Longa Duração, por exemplo, foi comprado em fevereiro de 2016 por R$ 98.718. Hoje, o mesmo carro zero km é tabelado em R$ 124.190.
Com isso, o valor do usado disparou, acompanhando a alta no preço dos novos, a ponto de muitos modelos com um ano de uso terem preço de mercado quase igual ao que custavam quando foram retirados da loja.
Quem realmente ganhou com isso foram os proprietários de modelos premium seminovos, que viram seus usados desvalorizarem muito pouco, favorecendo sua venda em caso de necessidade.
Só não será fácil trocá-los por equivalentes zero km, pois os preços dos novos, como já dissemos, subiram bastante.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Quatro Rodas.