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Carlos Slim vive com salário de US$ 24 mil por mês, segundo seu biógrafo

Para um bilionário, megainvestidor mexicano poderia ser considerado avesso a ostentações

Slim: roupas da Saks e nada de joias (.)

Slim: roupas da Saks e nada de joias (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

México - O magnata mexicano Carlos Slim, o homem mais rico do mundo segundo a revista "Forbes", vive com um salário de 300 mil pesos (US$ 24 mil) por mês para despesas pessoais, disse à Agência Efe seu biógrafo José Martínez.

O escritor e jornalista destacou que Slim é inimigo da ostentação e da extravagância, usa roupas desenhadas na rede de lojas Saks, da qual é proprietário, e consome o que é vendido por suas demais redes comerciais, como Sanborns.

Segundo Martínez, o empresário, conhecido como 'Rei Midas', às vezes veste um traje da marca Brioni e um relógio Cartier das versões mais singelas e faz suas compras com cheques pessoais. "É informal, trabalha com camisa de manga curta e é a antítese dos magnatas que posam para revistas da alta sociedade".

"Slim não usa joias ostentosas nem outros objetos de luxo", explicou seu biógrafo, que lançará este mês uma edição atualizada com novos capítulos de seu livro "Carlos Slim: Retrato Inédito" (edição em espanhol).

O escritor destaca que Carlos Slim não tem avião particular e regularmente usa um avião e um helicóptero da Telmex. Nas ruas, geralmente anda "de carro Mercedes-Benz ou de caminhonete Suburban".

Nascido em 1940 em uma família de imigrantes libaneses, Slim teve inclinação pelos negócios desde pequeno, quando transformou a poupança e o investimento em um estilo de vida, comenta o biógrafo. Certa vez admitiu, em entrevista, que é uma pessoa "muito sóbria", da mesma forma que seus filhos, "por gosto, por convicção, não por disciplina".

O magnata se casou com Soumaya Domit em 1966 e tiveram seis filhos (Carlos, Marco Antonio, Patrício, Soumaya, Vanessa e Johanna), cinco dos quais lhe deram um total de 18 netos. Tem investimentos em quase 200 empresas e é dono das principais companhias de telefonia no México, a Telmex e a América Móvil.

A fortuna de Slim, segundo "Forbes", chega a cerca de US$ 53,5 bilhões, desbancando os bilionários Bill Gates e Warren Buffett, e representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do México. Mas 25% desse patrimônio foi destinado a obras beneficentes por meio de suas fundações.

Martínez assinalou que, nos últimos 12 anos nas empresas de Slim, houve uma transformação geracional. O magnata deixou a direção e gestão dos negócios a seus filhos, genros e sobrinhos, e ele se centrou em atividades filantrópicas.

Segundo o escritor, essa transformação ocorreu porque o empresário, "ao passar pela experiência de estar à beira da morte, reconsiderou seu próprio estilo personalizado e discreto de fazer negócios".

Em 1997, Slim sobreviveu a uma cirurgia para trocar a aorta na qual uma hemorragia lhe paralisou as funções vitais em três ocasiões. Um dos médicos inclusive chegou a anunciar a morte de Slim.

"Mas não, o engenheiro milagrosamente voltou à vida e se manteve em recuperação durante três meses e meio", disse Martínez, sobre o incidente que gerou uma série de rumores e incertezas nos círculos financeiros do país, assim como uma queda do preço das ações do Grupo Carso e da Telmex.

Viúvo desde 1999, Slim sempre foi da opinião que "nossa premissa é e sempre foi ter muito presente que vamos embora sem nada, que só podemos fazer as coisas em vida e que o empresário é um criador de riqueza e a administra temporariamente", princípio incluído em seu decálogo.

Entre as paixões de Slim está o amor pela família e sua paixão pelo beisebol. Além disso, lhe agradam o turismo ecológico e a arte. Nesse quesito, ele acaba ostentando riqueza.

O empresário conta com uma grande coleção de mais de 72 mil obras de arte, entre elas uma série de obras do escultor Rodin, que serão exibidas em um novo Museu Soumaya.

Slim rejeitou que suas atividades filantrópicas busquem melhorar sua imagem pessoal. Para ele, um dos principais objetivos delas é combater a pobreza, não só por motivos humanitários, mas porque as empresas são mais rentáveis quando se eleva o poder aquisitivo das pessoas.

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